Resenha de CD e DVD
Título: Multishow ao vivo Naldo Benny
Artista: Naldo Benny
Gravadora: Deck
Cotação: * 1/2
♪ Naldo Benny entra em 2014 com fôlego curto para encarar um outro verão nas paradas do Brasil. Embora o carioca Ronaldo Jorge Silva já esteja de olho no mercado internacional, o CD e DVD Multishow ao vivo Naldo Benny - que eternizam show captado em São Paulo (SP) em 3 de julho de 2013 - mostram o funkeiro já às voltas com tentativas de repetir receita que atingiu preciso ponto pop no sucesso Exagerado (Naldo Benny) e que também rendeu outro megahit, o menos saboroso Amor de chocolate (Naldo Benny). Como Anitta, Naldo Benny canta funk melody filtrado por estética pop, para atrair um público de classe média que estranha e deprecia o som de preto ouvido nos legítimos bailes da pesada. Neste segundo consecutivo registro ao vivo, sucessor do CD e DVD Na veia tour (Deck, 2011), Naldo recicla essa rala solução pop em inéditas autorais como Caipifruta, Final de semana, Maluquinha e Vem delícia. Os ingredientes são os mesmos, mas, talvez por ser feita de forma tão calculada, a receita desanda, diluindo a espontaneidade que havia antes do sucesso nacional. A adesão do canal de TV Multishow ao projeto da gravação ao vivo, o cenário com efeitos 3D e a pirotecnia hi-tech do espetáculo sinalizam alto investimento para manter Naldo como a bola da vez. Gol "faz a massa delirar", aliás, já imagina um novo hit na Copa de 2014. Já a associação com Ivete Sangalo no esmaecido funk Sol da minha vida - parceria de Naldo Benny com Sandro Riva - é jogada para fisgar a atenção do público da cantora baiana e ampliar os domínios do funkeiro. Como tudo é calculado em sala de marketing, foi providenciada até conexão com o universo sertanejo, feita através da convocação da dupla Zezé Di Camargo & Luciano para cantar com Naldo Pior é te perder (Álvaro Socci e Claudio Matta) e O porre nosso de cada dia (Hilma Ranauro, Álvaro Socci, Cláudio Matta e Naldo Benny) em levada dançante que contrasta com o tom lacrimoso dos versos das industrializadas canções. Por fim, reiterando a artificialidade da gravação, Neguinha (Naldo Benny e Sandro Riva) esboça flerte com o samba-rock na forma mais diluída do gênero, na linha iniciada nos anos 1970 por Bebeto (talentoso diluidor do suingue de Jorge Ben Jor) e prosseguida mais recentemente por Seu Jorge. Enfim, é sintomático o fato de Exagerado - cantada em determinada passagem somente pelo público, a plenos pulmões - ser o momento mais cativante deste fraco Multishow ao vivo Naldo Benny. Não resiste ao verão.
Naldo Benny entra em 2014 com fôlego curto para encarar um outro verão nas paradas do Brasil. Embora o carioca Ronaldo Jorge Silva já esteja de olho no mercado internacional, o CD e DVD Multishow ao vivo Naldo Benny - que eternizam show captado em São Paulo (SP) em 3 de julho de 2013 - mostra o funkeiro já às voltas com tentativas de repetir receita que atingiu preciso ponto pop no sucesso Exagerado (Naldo Benny) e que também rendeu outro megahit, o menos saboroso Amor de chocolate (Naldo Benny). Como Anitta, Naldo Benny canta funk melody filtrado por estética pop, para atrair um público de classe média que estranha e deprecia o som de preto ouvido nos legítimos bailes da pesada. Neste segundo consecutivo registro ao vivo, sucessor do CD e DVD Na veia tour (Deck, 2011), Naldo recicla essa rala solução pop em inéditas autorais como Caipifruta, Final de semana, Maluquinha e Vem delícia. Os ingredientes são os mesmos, mas, talvez por ser feita de forma tão calculada, a receita desanda, diluindo a espontaneidade que havia antes do sucesso nacional. A adesão do canal de TV Multishow ao projeto da gravação ao vivo, o cenário com efeitos 3D e a pirotecnia hi-tech do espetáculo sinalizam alto investimento para manter Naldo como a bola da vez. Gol "faz a massa delirar", aliás, já imagina um novo hit na Copa de 2014. Já a associação com Ivete Sangalo no esmaecido funk Sol da minha vida - parceria de Naldo Benny com Sandro Riva - é jogada para fisgar a atenção do público da cantora baiana e ampliar os domínios do funkeiro. Como tudo é calculado em sala de marketing, foi providenciada até conexão com o universo sertanejo, feita através da convocação da dupla Zezé Di Camargo & Luciano para cantar com Naldo Pior é te perder (Álvaro Socci e Claudio Matta) e O porre nosso de cada dia (Hilma Ranauro, Álvaro Socci, Cláudio Matta e Naldo Benny) em levada dançante que contrasta com o tom lacrimoso dos versos das industrializadas canções. Por fim, reiterando a artificialidade da gravação, Neguinha (Naldo Benny e Sandro Riva) esboça flerte com o samba-rock na forma mais diluída do gênero, na linha iniciada nos anos 1970 por Bebeto (talentoso diluidor do suingue de Jorge Ben Jor) e prosseguida mais recentemente por Seu Jorge. Enfim, é sintomático o fato de Exagerado - cantada em determinada passagem somente pelo público, a plenos pulmões - ser o momento mais cativante deste fraco Multishow ao vivo Naldo Benny.
ResponderExcluirNossa, Mauro! Coragem assistir isso, hein!
ResponderExcluirNão, Fábio, não precisei de coragem porque não tenho preconceito contra nenhum artista ou gênero (o texto de apresentação do blog, aliás, deixa isso claro) e exerço com prazer meu ofício de crítico musical. O fato de não ter gostado deste DVD de Naldo não significa que não possa vir a elogiar um próximo trabalho do funkeiro. Abs, MauroF
ResponderExcluirNão é questão de preconceito Mauro... É questão de gosto mesmo. Acho bem estranho que você , um dia, possa elogiar qq coisa q venha dessa turma...To com o Fabio!! Haja coragem!!!
ResponderExcluirNão, Marcelo, é questão de preconceito mesmo - talvez até inconsciente. A expressão 'dessa turma' do seu comentário já explicita uma visão preconceituosa contra artistas do gênero de Naldo. Visão da qual eu não partilho. Abs, MauroF
ResponderExcluirO relativismo cultural é tão nocivo quanto o preconceito.
ResponderExcluirParabéns pela crítica Mauro! Acredito que esse dvd tenha muita pompa e pouca qualidade... infelizmente isso acontece quando o artista vira objeto de empresários e é obrigado a 'fabricar' musicas fáceis para vender!
ResponderExcluirParabéns pela postura Mauro, vc como crítico de música deve está aberto á todos os segmentos sociais e musicais deste país, não compraria o Cd, mas também não ignoro que é isto que a grande maioria do país ouve.
ResponderExcluirContinuo não concordando. "Dessa turma" pode se enquadrar na Turma da Bossa...da Tropicália..ou qq outra...qdo a gente se refere a um grupo. A forma como vc interpreta o que lê..aí sim...tudo vem a partir daí!!!De qq forma continuo surpreso que vc ouça na sua casa Naldo e afins!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBom, Marcelo, da minha parte, eu encerro essa discussão aqui porque, do contrário, vou ficar sem tempo para atualizar o Notas Musicais. Como disse, sou um profissional do jornalismo musical e exerço meu ofício com prazer. Tudo no Notas Musicais é feito de forma profissional. Vou continuar ouvindo artistas de todos os gêneros e resenhando discos de todos os gêneros, pois esse é o meu lema profissional. E também é o lema de Notas Musicais, um blog aberto a todos os gêneros musicais (como explicitado no seu texto de apresentação). Aos que não gostam de artistas e discos populares, sugiro que não percam seu tempo comentando nos posts desses artistas. É curioso que um post sobre a reedição de um disco de Raphael Rabello e Dino Sete Cordas permaneça há dias sem um comentário sequer enquanto o de artistas populares sempre gerem comentários... Sem mais, fico por aqui porque tenho que cuidar da vida e do blog. Abs, Mauro Ferreira
ResponderExcluirOuvir "Naldo" por profissionalismo é uma coisa..por prazer..é outra! Anyway..obrigado pela atenção , Mauro!!
ResponderExcluirÉ por isso tudo que vc disse em seus comentários, Mauro, que o admiro tanto. O preconceituoso sempre insiste em dizer que não o é. É incrível como tem dificuldade em assumir a própria postura. Não gosto das músicas do Naldo, mas não desmereço ninguém. Já vi muitos artistas crescerem (tempo e dedicação) e outros, ídolos, caírem em qualidade. Quem sabe o que o futuro nos reserva?
ResponderExcluirO preconceito racial e social é mal visto,enquanto o preconceito cultural é valorizado.As pessoas que defenderam o Naldo,deixaram bem claro que também não as ouve,isso é o quê?Além de ser preconceito é hipocrisia.
ResponderExcluirEntão só se defende aquilo que se gosta? Não gostar da obra não me impede de respeitar o artista. Há uma falta de entendimento sobre o significado de hipocrisia.
ResponderExcluirBeijos e abraços.
A música que esse sujeito faz é horrível, nem perco tempo escutando. Mas de qualquer forma, mesmo que seja por profissionalismo, fico imaginando o quão torturante deva ser escutar isso.
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