Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Cantora do rádio e do samba, Violeta Cavalcanti sai de cena em silêncio

É injusto o silêncio em torno da saída de cena da cantora Violeta Cavalcanti (1º de julho de 1923 - 14 de fevereiro de 2014). Nascida em Manaus (AM), mas radicada na cidade do Rio de Janeiro (RJ) ainda na infância, Violeta Cavalcanti foi uma cantora da era dourada do rádio, tendo integrado o elenco estelar da Rádio Nacional de 1941 a 1957. Foi uma voz do samba e do samba-canção. Viveu seu auge artístico nos anos 1940 e 1950, mas saboreou um revival na década de 1990, quando o grupo As Cantoras do Rádio - formado em 1987 com Violeta e outras divas da época como a carioca Nora Ney (1922 - 2003) e a mineira Zezé Gonzaga (1926 - 2008) - alcançou projeção na mídia carioca, chegando a gravar três CDs ao longo dos anos 1990. Nos shows do grupo, Violeta - que saiu de cena aos 90 anos, no Rio de Janeiro (RJ), vítima do Mal de Alzheimer - mostrou alegria contagiante por ter estar retomando com sucesso de público e crítica a carreira que interrompera voluntariamente em fins dos anos 1950 para se dedicar ao seu casamento. Aliás, quando se retirou dos estúdios de gravação e dos auditórios das rádios, a cantora já tinha inscrito seu nome na história da música brasileira. Iniciada na Victor em 1940, com a edição do disco de 78 rotações que trazia a marchinha Vou sair de Pai João (Leonel Azevedo e J. Cascata), a carreira fonográfica de Violeta Cavalcanti inclui discos lançados pelas extintas gravadoras Continental, Sinter e Star, mas deslanchou mesmo na Odeon, nos anos 1950, década em que Violeta deu voz em disco a músicas como o samba-canção Cartas (Antônio Maria e Ismael Netto, 1955) e o samba Fita meu olhos (Peter Pan, 1956). Herdeira do estilo vivaz da pioneira Carmen Miranda (1909 - 1955), Violeta Cavalcanti cantou com destreza sambas de Ary Barroso (1903 - 1964) e Dorival Caymmi (1914 - 2008), compositores não por acaso recorrentes no repertório do primeiro álbum da cantora, Exaltação à Bahia (Odeon, 1956). Por tudo isso, é triste que a definitiva saída de cena de Violeta Cavalcanti - ocorrida há duas semanas - tenha sido feita com absoluto silêncio na mídia.

4 comentários:

Mauro Ferreira disse...

É injusto o silêncio em torno da saída de cena da cantora Violeta Cavalcanti (1º de julho de 1923 - 14 de fevereiro de 2014). Nascida em Manaus (AM), mas radicada na cidade do Rio de Janeiro (RJ) ainda na infância, Violeta Cavalcanti foi uma cantora da era dourada do rádio, tendo integrado o elenco estelar da Rádio Nacional de 1941 a 1957. Foi uma voz do samba e do samba-canção. Viveu seu auge artístico nos anos 1940 e 1950, mas saboreou um revival na década de 1990, quando o grupo As Cantoras do Rádio - formado em 1987 com Violeta e outras divas da época como a carioca Nora Ney (1922 - 2003) e a mineira Zezé Gonzaga (1926 - 2008) - alcançou projeção na mídia carioca, chegando a gravar três CDs ao longo dos anos 1990. Nos shows do grupo, Violeta - que saiu de cena aos 90 anos, no Rio de Janeiro (RJ), vítima do Mal de Alzheimer - mostrou alegria contagiante por ter estar retomando com sucesso de público e crítica a carreira que interrompera voluntariamente em fins dos anos 1950 para se dedicar ao seu casamento. Aliás, quando se retirou dos estúdios de gravação e dos auditórios das rádios, a cantora já tinha inscrito seu nome na história da música brasileira. Iniciada na Victor em 1940, com a edição do disco de 78 rotações que trazia a marchinha Vou sair de Pai João (Leonel Azevedo e J. Cascata), a carreira fonográfica de Violeta Cavalcanti inclui discos lançados pelas extintas gravadoras Continental, Sinter e Star, mas deslanchou mesmo na Odeon, nos anos 1950, década em que Violeta deu voz em disco a músicas como o samba-canção Cartas (Antônio Maria e Ismael Netto, 1955) e o samba Fita meu olhos (Peter Pan, 1956). Herdeira do estilo vivaz da pioneira Carmen Miranda (1909 - 1955), Violeta Cavalcanti cantou com destreza sambas de Ary Barroso (1903 - 1964) e Dorival Caymmi (1914 - 2008), compositores não por acaso recorrentes no repertório do primeiro álbum da cantora, Exaltação à Bahia (Odeon, 1956). Por tudo isso, é triste que a definitiva saída de cena de Violeta Cavalcanti - ocorrida há duas semanas - tenha sido feita com absoluto silêncio na mídia.

Marcelo disse...

Que descanse em paz!!! Mais uma estrela se vai...

Doug Carvalho disse...

Pois é.... nada contra os diretores de cinema francês, mas observo que qualquer diretor de cinema francês que ninguém sabe quem é, quando morre, aparece em largos espaços de mídia. Por mais que Violeta fosse uma cantora de um passado remoto e que, afinal de contas, dentre suas contemporâneas como Emilinha, Isaura, Ademilde, Marlene ou Carmélia, não tenha tido a mesma sorte de lançar canções que se tornaram clássicas (isso pq as pessoas 'esquecem' peremptoriamente que foi Violeta a lançadora de "Dono dos teus olhos", de Humberto Teixeira, regravada por Elba Ramalho e Gal Costa), ela merecia, pelo menos, uma notinha de falecimento.

alex disse...

Não se trata de injustiça, é apenas a maneira de trabalhar dos "jornalistas" formados em nossas "facus", eles não sabem escrever e desconhecem a História - qualquer uma - "trabalham" na base do copiar e colar, eles também não conhecem nenhum diretor de cinema francês ou de qualquer nacionalidade, só copiam as matérias da imprensa internacional, botam no google tradutor e pronto.