sábado, 22 de fevereiro de 2014

Álbum 'Espelhos' reflete, com nitidez, a poesia de canções portuguesas

Resenha de CD
Título: Espelhos - Canções portuguesas
Artista: Espelhos
Gravadora: Edição independente do artista
Cotação: * * * 1/2

"A ausência tem uma filha, tem uma filha / Que se chama saudade / Eu sustento mãe e filha, ai mãe e filha / Bem contra a minha vontade", cantam poeticamente, em apropriado tom lamentoso, Cristina Rosal e Ana Milena Rocha, vocalistas do grupo belga-lusitano Espelhos. Os versos são de Charamba, lindo tema popular de Açores que abre o CD Espelhos - Canções portuguesas (2013). Gravado em estúdio da Bélgica, Espelhos é disco originado de show que passou por Brasil e Bélgica em 2011. Sem trilhar os caminhos mais óbvios, o CD Espelhos - Canções portuguesas reflete toda a beleza e poesia que pode haver no repertório lusitano. A melancolia pontua o repertório cantado, a exemplo do que se ouve em Mar português (Fernando Pessoa e Hermano da Câmara). Já os temas instrumentais como Mar alto e como Tentação da romaria (Thibault Dille e Pierre Gillet) - pautados geralmente por uma maior vivacidade rítmica - são veículos para a exposição dos dotes musicais de Miguel Rosal (baixo), Pierre Gillet (nas guitarras de seis e de sete cordas) e, sobretudo, Thibault Dille (acordeão e acordina) - os três músicos que formam o grupo com as duas cantoras de Espelhos. Dentro do repertório instrumental, Mãe (Rodrigo Leão) se destaca pela beleza lírica. Mesmo quando a melodia resulta menos sedutora, caso de Entardecer (tema composto e interpretado pela vocalista Ana Milena Rocha), lateja a poesia dos versos das canções portuguesas. Músicas como Sei de um rio (Pedro Homem de Mello e Alain Oulman) e Queda do império (Vitorino) - soladas por Cristina Rosal e Ana Milena Rocha, respectivamente - reiteram essa poesia e e beleza entranhadas nesse cancioneiro lusitano que exala saudade, o sentimento universal que somente a língua portuguesa consegue expressar a contento e que Espelhos, o CD, reflete com nitidez.

Um comentário:

  1. "A ausência tem uma filha, tem uma filha / Que se chama saudade / Eu sustento mãe e filha, ai mãe e filha / Bem contra a minha vontade", cantam poeticamente, em apropriado tom lamentoso, Cristina Rosal e Ana Milena Rocha, vocalistas do grupo belga-lusitano Espelhos. Os versos são de Charamba, lindo tema popular de Açores que abre o CD Espelhos - Canções portuguesas (2013). Gravado em estúdio da Bélgica, Espelhos é disco originado de show que passou por Brasil e Bélgica em 2011. Sem trilhar os caminhos mais óbvios, o CD Espelhos - Canções portuguesas reflete toda a beleza e poesia que pode haver no repertório lusitano. A melancolia pontua o repertório cantado, a exemplo do que se ouve em Mar português (Fernando Pessoa e Hermano da Câmara). Já os temas instrumentais como Mar alto e Tentação da romaria (Thibault Dille e Pierre Gillet) - pautados geralmente por maior vivacidade rítmica - são veículos para a exposição dos dotes musicais de Miguel Rosal (baixo), Pierre Gillet (nas guitarras de seis e de sete cordas) e, sobretudo, Thibault Dille (acordeão e acordina) - os três músicos que formam o grupo com as duas cantoras de Espelhos. Dentro do repertório instrumental, Mãe (Rodrigo Leão) se destaca pela beleza lírica. Mesmo quando a melodia resulta menos sedutora, caso de Entardecer (tema composto e interpretado pela vocalista Ana Milena Rocha), lateja a poesia dos versos das canções portuguesas. Músicas como Sei de um rio (Pedro Homem de Mello e Alain Oulman) e Queda do império (Vitorino) - soladas por Cristina Rosal e Ana Milena Rocha, respectivamente - reiteram essa poesia e e beleza entranhadas nesse cancioneiro lusitano que exala saudade, o sentimento universal que somente a língua portuguesa consegue expressar a contento e que Espelhos, o CD, reflete com nitidez.

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