segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

'Diva é a mãe' injeta humor e ar anos 1950 no sedutor cabaré de Blubell

Resenha de CD
Título: Diva é a mãe
Artista: Blubell
Gravadora: YB Music
Cotação: * * * *

Não é por acaso que os vocais masculinos de Regret - uma das onze músicas autorais do quarto álbum da cantora e compositora paulista Blubell, Diva é a mãe (2013) - remetem ao doo wop dos anos dourados. Há todo um ar da década de 1950 neste disco que reafirma a personalidade artística de Blubell. Distante do universo musical de sua geração paulistana, a cantora ambienta em clima retrô de cabaré o repertório do sucessor de Slow motion ballet (2006), Eu sou do tempo em que a gente se telefonava (2011) e Blubell & Black Tie (2012). Além do clima vintage dos anos 1950, esse cabaré ganha humor irônico em Diva é a mãe. Imersa em deliciosa teatralidade, Bandido aborda a paixão selvagem da narradora dos versos por um telefone celular. Com a tal influência do jazz, perceptível em If you only knew, Blubell dá sua bela voz a um repertório bilíngue composto em português e em inglês. Como as músicas são quase sempre tão boas quanto a cantora, o resultado é um disco coeso e sedutor. Entre a delicadeza romântica de Because I do e a sensualidade terna e lúdica de Picnic, Blubell destila fina ironia em A mulher solteira e o homem pavão e Protesto - faixa turbinada com latidos de cachorros de amigos - enquanto celebra os vocais das Andrews Sisters em Roast beef, tema fatiado em três partes neste disco produzido pela própria Blubell com Maurício Tagliari e Luca Raele. O título Diva é a mãe vem da música Diva uma ova, em que a cantora desglamouriza seu cotidiano. "Meu mundo não caiu / Meu cabelo não dá flor", avisa com o sarcasmo que pontua o disco. O universo musical de Blubell continua de pé, fincado em passado memorável.

2 comentários:

  1. Não é por acaso que os vocais masculinos de Regret - uma das onze músicas autorais do quarto álbum da cantora e compositora paulista Blubell, Diva é a mãe (2013) - remetem ao doo wop dos anos dourados. Há todo um ar da década de 1950 neste disco que reafirma a personalidade artística de Blubell. Distante do universo musical de sua geração paulistana, a cantora ambienta em clima retrô de cabaré o repertório do sucessor de Slow motion ballet (2006), Eu sou do tempo em que a gente se telefonava (2011) e Blubell & Black Tie (2012). Além do clima vintage dos anos 1950, esse cabaré ganha humor irônico em Diva é a mãe. Imersa em deliciosa teatralidade, Bandido aborda a paixão selvagem da narradora dos versos por um telefone celular. Com a tal influência do jazz, perceptível em If you only knew, Blubell dá sua bela voz a um repertório bilíngue composto em português e em inglês. Como as músicas são quase sempre tão boas quanto a cantora, o resultado é um disco coeso e sedutor. Entre a delicadeza romântica de Because I do e a sensualidade terna e lúdica de Picnic, Blubell destila fina ironia em A mulher solteira e o homem pavão e Protesto - faixa turbinada com latidos de cachorros de amigos - enquanto celebra os vocais das Andrews Sisters em Roast beef, tema fatiado em três partes neste disco produzido pela própria Blubell com Maurício Tagliari e Luca Raele. O título Diva é a mãe vem da música Diva uma ova, em que a cantora desglamouriza seu cotidiano. "Meu mundo não caiu / Meu cabelo não dá flor", avisa com o sarcasmo que pontua o disco. O universo musical de Blubell continua de pé, fincado em passado memorável.

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  2. Eu me apaixonei por Blubell desde "Eu sou do tempo em que a gente se telefonava". Ela criou uma identidade de maneira muuuuito rápida, na minha opinião.
    Os arranjos desse disco são muito gostosos, tomara que reconheçam o quão boa ela poder ser e ela possa enfim se apresentar com banda completa pra que suas apresentações ao vivo cheguem ao patamar dos discos.
    Me apaixonei pelo ar anos 50 que vai da capa às músicas. Com certeza vou querer ter o disco físico.
    Mulher Solteira e Homem Pavão é a minha favorita na primeira audição.

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