Resenha de CD
Título: Paisagem invisível
Artista: Andreia Mota
Gravadora: Edição independente da artista
Cotação: * *
Na teoria, o primeiro álbum de Andreia Mota, Paisagem invisível, apresenta músicas brasileiras filtradas sob a ótica do jazz. Na prática, quando posto em rotação no CD-player, o disco dessa boa cantora carioca resulta sem um foco definido. Originado de homônimo show de arquitetura teatral, o CD - parcialmente viabilizado por recursos obtidos através de campanha de financiamento coletivo - foi gravado sob a produção de Victor Ribeiro. A abordagem jazzística fica nítida em certas passagens de músicas como Canoa, canoa (Nelson Angelo e Fernando Brant) - gravada por Simone no álbum Face a face (Odeon, 1977) - e Flor voadeira (Renato Frazão, Marcelo Fedrá e Lucas Dain) sem dar a Paisagem invisível o status de disco de jazz. O repertório do álbum está enraizado nas tradições da MPB. Só que a voz afinada da cantora nada acrescenta a músicas como Inútil paisagem (Antonio Carlos Jobim e Aloysio de Oliveira, 1963) e Feito nós (Milton Nascimento e Paulo Ricardo, 1987). Pior: atenua a beleza dessas músicas. Se sobra afinação, falta personalidade a Andreia Motta como intérprete neste disco batizado com parceria, Paisagem invisível, de Marcelo Fredá e Thiago Amud. Mesmo a interpretação mais bem resolvida do disco - Guardanapos de papel (Leo Masliah em versão em português de Carlos Sandroni, 1989) - perde no confronto para a gravação original da cantora carioca Clara Sandroni. Standard norte-americano de 1928, Softly, as in a morning sunrise (Sigmund Romberg e Oscar Hammerstein II) ratifica o reduzido poder de sedução deste álbum que embute poesias de Alessandra Gelio - Paisageando e Todo dia eu sonho com uma mulher - em repertório que resulta insosso, por vezes até mesmo chato, como em Dos seus olhos, tema de autoria da cantora. Pode ser que o show funcione no palco com sua moldura teatral. Neste registro de estúdio, a costura fica frouxa e o rigor estilístico da cantora se revela insuficiente para tornar o álbum interessante. Entre música contemporânea do compositor carioca Thiago Amud (Papoula brava) e um choro de 1941 (Boca de siri, parceria de Wilson Baptista com Germano Augusto Coelho), o canto de Andreia Motta parece perdido em Paisagem invisível...
Na teoria, o primeiro álbum de Andreia Mota, Paisagem invisível, apresenta músicas brasileiras filtradas sob a ótica do jazz. Na prática, quando posto em rotação no CD-player, o disco dessa boa cantora carioca resulta sem um foco definido. Originado de homônimo show de arquitetura teatral, o CD - parcialmente viabilizado por recursos obtidos através de campanha de financiamento coletivo - foi gravado sob a produção de Victor Ribeiro. A abordagem jazzística fica nítida em certas passagens de músicas como Canoa, canoa (Nelson Angelo e Fernando Brant) - gravada por Simone no álbum Face a face (Odeon, 1977) - e Flor voadeira (Renato Frazão, Marcelo Fedrá e Lucas Dain) sem dar a Paisagem invisível o status de disco de jazz. O repertório do álbum está enraizado nas tradições da MPB. Só que a voz afinada da cantora nada acrescenta a músicas como Inútil paisagem (Antonio Carlos Jobim e Aloysio de Oliveira, 1963) e Feito nós (Milton Nascimento e Paulo Ricardo, 1987). Pior: atenua a beleza dessas músicas. Se sobra afinação, falta personalidade a Andreia Motta como intérprete neste disco batizado com parceria, Paisagem invisível, de Marcelo Fredá e Thiago Amud. Mesmo a interpretação mais bem resolvida do disco - Guardanapos de papel (Leo Masliah em versão em português de Carlos Sandroni, 1989) - perde no confronto para a gravação original da cantora carioca Clara Sandroni. Standard norte-americano de 1928, Softly, as in a morning sunrise (Sigmund Romberg e Oscar Hammerstein II) ratifica o reduzido poder de sedução deste álbum que embute poesias de Alessandra Gelio - Paisageando e Todo dia eu sonho com uma mulher - em repertório que resulta insosso, por vezes até mesmo chato, como em Dos seus olhos, tema de autoria da cantora. Pode ser que o show funcione no palco com sua moldura teatral. Neste registro de estúdio, a costura fica frouxa e o rigor estilístico da cantora se revela insuficiente para tornar o álbum interessante. Entre música contemporânea do compositor carioca Thiago Amud (Papoula brava) e um choro de 1941 (Boca de siri, parceria de Wilson Baptista com Germano Augusto Coelho), o canto de Andreia Motta parece perdido em Paisagem invisível.
ResponderExcluirAcho tão cansativa essa mania de jazz dessas cantoras novatas...
ResponderExcluirNão posso opinar, pois não ouvi ainda. Mas comparar com a Clara Sandroni é covardia. Rsrsrs... Ela sempre será superior à maioria dos cantores brasileiros.
ResponderExcluirAbração
Denilson
Reserva-se à crítica aquele que não sabe fazer. Entrega-se a comparações grosseiras de valor quem não entende de arte. Parabéns, Andreia! Respeito muito suas escolhas estéticas e a coragem de criar e produzir seu próprio trabalho. Vamos falar de música! Com embasamento por favor!
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