Resenha de CD
Título: O que vim fazer aqui
Artista: Alzira E
Gravadora: Traquitana Discos
Cotação: * * * 1/2
Os traços circulares da capa do nono álbum de Alzira Espíndola, O que vim fazer aqui, se alinham com o espírito deste disco em que a cantora e compositora gravita em torno da poesia e dos sons da influente obra do compositor paulista Itamar Assumpção (1949 - 2003). Alzira é do Mato Grosso do Sul, mas, tal como sua irmã Tetê Espíndola, logo se conectou com ícones da Vanguarda Paulista, o movimento que renovou a música brasileira na década de 1980 sem sair de São Paulo (SP), cidade que abriga Alzira E já há alguns anos. Tanto que, no início da década de 1990, os caminhos musicais da artista e Itamar se cruzaram em trajetória intensa que rendeu a Alzira um álbum, AMME (Baratos Afins, 1992), produzido pelo Nego Dito. Duas músicas deste disco, Já sei (Itamar Assumpção, Alzira E e Alice Ruiz) e a poética Sei dos caminhos (Itamar Assumpção e Alzira Ruiz), são rebobinadas entre as onze composições de O que vim fazer aqui. Neste álbum gravado sem percussão e bateria, com músicos jovens como os guitarristas Cris Scabello e Gustavo Cabelo, a poesia de músicas como Mesmo que mal eu diga (Alzira E e Itamar Assumpção) e O que vim fazer aqui (Alzira E e Itamar Assumpção) salta aos ouvidos com mais força do que a voz da cantautora. Mas fica clara também - como ressalta o atento Dante Ozzetti no texto que apresenta o disco - a forma bem peculiar como Alzira E cria as melodias e a rítmica de sua música a partir do violão ou do baixo. A propósito, o baixo de Marcelo Dworecki se insinua sinuoso em O que é que eu fiz de mal? (Alzira E e Itamar Assumpção) e também está na base da inédita Conversa mole, parceria de Alzira com Iara Rennó. Da safra de inéditas do CD O que vim fazer aqui, que inclui Chuva no deserto (Alzira E e Itamar Assumpção), o maior destaque é Norte (Alzira E e Itamar Assumpção), tema em que os violões e a viola evocam universo interiorano de tonalidade ruralista. Ecos do tempo em que Alzira E era Alzira Espíndola, artista que tocava com o cantor e compositor Almir Sater, seu conterrâneo de Mato Grosso do Sul. Cantora que em seu primeiro disco solo, Alzira Espíndola (3M, 1986), harmonizou músicas de Arrigo Barnabé e Renato Teixeira. Mas é o espírito inquieto de Itamar que anima O que vim fazer aqui. A disposição das vozes de Alzira e Peri Pane em Tristeza não (Itamar Assumpção e Alice Ruiz) ecoa as influências dos sons vanguardistas da geração 80 de Sampa, da qual o Nego Dito - perfilado em Itamar é (Alzira E e Itamar Assumpção) - foi um dos líderes com obra cujo fôlego parece infinito. A ponto de ter gerado mais um disco arejado como este álbum de Alzira E. Beleléu veio fazer coisa boa aqui.
Os traços circulares da capa do nono álbum de Alzira Espíndola, O que vim fazer aqui, se alinham com o espírito deste disco em que a cantora e compositora gravita em torno da poesia e dos sons da influente obra do compositor paulista Itamar Assumpção (1949 - 2003). Alzira é do Mato Grosso do Sul, mas, tal como sua irmã Tetê Espíndola, logo se conectou com ícones da Vanguarda Paulista, o movimento que renovou a música brasileira na década de 1980 sem sair de São Paulo (SP), cidade que abriga Alzira E já há alguns anos. Tanto que, no início da década de 1990, os caminhos musicais da artista e Itamar se cruzaram em trajetória intensa que rendeu a Alzira um álbum, AMME (Baratos Afins, 1992), produzido pelo Nego Dito. Duas músicas deste disco, Já sei (Itamar Assumpção, Alzira E e Alice Ruiz) e a poética Sei dos caminhos (Itamar Assumpção e Alzira Ruiz), são rebobinadas entre as onze composições de O que vim fazer aqui. Neste álbum gravado sem percussão e bateria, com músicos jovens como os guitarristas Cris Scabello e Gustavo Cabelo, a poesia de músicas como Mesmo que mal eu diga (Alzira E e Itamar Assumpção) e O que vim fazer aqui (Alzira E e Itamar Assumpção) salta aos ouvidos com mais força do que a voz da cantautora. Mas fica clara também - como ressalta o atento Dante Ozzetti no texto que apresenta o disco - a forma peculiar como a Alzira E cria as melodias e a rítmica de sua música a partir do violão ou do baixo. A propósito, o baixo de Marcelo Dworecki se insinua sinuoso em O que é que eu fiz de mal? (Alzira E e Itamar Assumpção) e também está na base da inédita Conversa mole, parceria de Alzira com Iara Rennó. Da safra de inéditas do CD O que vim fazer aqui, que inclui Chuva no deserto (Alzira E e Itamar Assumpção), o maior destaque é Norte (Alzira E e Itamar Assumpção), tema em que os violões e a viola evocam universo interiorano de tonalidade ruralista. Ecos do tempo em que Alzira E era Alzira Espíndola, artista que tocava com o cantor e compositor Almir Sater, seu conterrâneo de Mato Grosso do Sul. Cantora que em seu primeiro disco solo, Alzira Espíndola (3M, 1986), harmonizou músicas de Arrigo Barnabé e Renato Teixeira. Mas é o espírito inquieto de Itamar que anima O que vim fazer aqui. A disposição das vozes de Alzira e Peri Pane em Tristeza não (Itamar Assumpção e Alice Ruiz) ecoa as influências dos sons vanguardistas da geração 80 de Sampa, da qual o Nego Dito - perfilado em Itamar é (Alzira E e Itamar Assumpção) - foi um dos líderes com obra cujo fôlego parece infinito. A ponto de ter gerado mais um disco arejado como este álbum de Alzira E. Beleléu veio fazer coisa boa aqui.
ResponderExcluirAbençoando os novos e confirmando a nobreza de seus parceiros, Alzira é grande
ResponderExcluirGosto muito, mas para mim será eternamente Alzira Espíndola, assim como Baby é Consuelo, Jorge é Ben e Sandra é Sá sem DE.
ResponderExcluirMaravilhosa poetisa do amor do século 21 e suas parcerias com nosso eterno e maior provocador. Salve!
ResponderExcluirCarlos Navas
Não gosto desse Alzira E. Para mim ela também sempre será Alzira Espíndola, que soa muito mais natural, artístico, bonito e suave para ela... Grande cantora como ela merece um grande nome!
ResponderExcluirAlzira nos oferece um disco primoroso, para se escutar de joelhos.....Esse ano promete: o CD da Tetê também é maravilhosos...as meninas estão com o capeta!!
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