Resenha de CD
Título: Samba mesmo 2
Artista: Jair Rodrigues
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * *
O segundo volume de Samba mesmo - disco duplo gravado por Jair Rodrigues, sob produção de seu filho Jair Oliveira, e posto nas lojas pela gravadora Som Livre neste mês de março de 2014 - parece contradizer o título do projeto. Afinal, com arranjos dos violonistas Paulo Dáfilin e Swami Jr., o cantor paulista traz para o universo do samba-canção até sucessos de Dominguinhos (1941 - 2013), Roberto Carlos e Waldick Soriano (1933 - 2008). De volta pro aconchego (Dominguinhos e Nando Cordel, 1985), Como é grande o meu amor por você (Roberto Carlos, 1967) e Tortura de amor (Waldick Soriano, 1962) são envoltos por sons que evocam os conjuntos regionais que davam o tom da música brasileira pré-Bossa Nova, com melhor resultado para o hit de Seu Domingos. Só que o título Samba mesmo não é o que parece. À primeira leitura, sugere recado para pagodeiros sem estirpe que nunca acertam a cadência bonita do gênero dominante nas 13 músicas do CD. Na verdade, o projeto duplo ganhou esse nome porque, quando gravava os dois discos, Jair sempre repetia no estúdio a fala 'Essa é samba mesmo' quando seu filho produtor lhe sugeria a gravação de determinada música. De todo modo, Samba mesmo 2 repete erros e acertos do primeiro volume. Quando a seleção do repertório patina no óbvio, como em Trem das onze (Adoniran Barbosa), Jair funciona como mero crooner em registros que evidenciam perdas e danos na voz de 75 anos. Em contrapartida, quando consegue surpreender, como ao cantar à capella Eu não existo sem você (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958) em afetivo tributo ao cantor paulista Agostinho dos Santos (1932 - 1973), Jair deixa entrever ecos do grande cantor que seduziu plateias nos seus áureos anos 1960 e 1970. Da década de 1970, aliás, mais precisamente de 1974, vem a única música inédita de Samba mesmo 2. Trata-se do samba Força da natureza, composto há 40 anos por Jair com Orlando Marques e Carlos Odilon, mas até então nunca registrado em disco. No mais, Jair transita por temas como A noite do meu bem (Dolores Duran, 1959), Apesar de você (Chico Buarque, 1970) e O mundo é um moinho (Cartola, 1976) nos tons outonais que pontuam este disco duplo. Com Jair, (quase) tudo vira mesmo samba...
O segundo volume de Samba mesmo - disco duplo gravado por Jair Rodrigues, sob produção de seu filho Jair Oliveira, e posto nas lojas pela gravadora Som Livre neste mês de março de 2014 - parece contradizer o título do projeto. Afinal, com arranjos dos violonistas Paulo Dáfilin e Swami Jr., o cantor paulista traz para o universo do samba-canção até sucessos de Dominguinhos (1941 - 2013), Roberto Carlos e Waldick Soriano (1933 - 2008). De volta pro aconchego (Dominguinhos e Nando Cordel, 1985), Como é grande o meu amor por você (Roberto Carlos, 1967) e Tortura de amor (Waldick Soriano, 1962) são envoltos por sons que evocam os conjuntos regionais que davam o tom da música brasileira pré-Bossa Nova, com melhor resultado para o hit de Seu Domingos. Só que o título Samba mesmo não é o que parece. À primeira leitura, sugere recado para pagodeiros sem estirpe que nunca acertam a cadência bonita do gênero dominante nas 13 músicas do CD. Na verdade, o projeto duplo ganhou esse nome porque, quando gravava os dois discos, Jair sempre repetia no estúdio a fala 'Essa é samba mesmo' quando seu filho produtor lhe sugeria a gravação de determinada música. De todo modo, Samba mesmo 2 repete erros e acertos do primeiro volume. Quando a seleção do repertório patina no óbvio, como em Trem das onze (Adoniran Barbosa), Jair funciona como mero crooner em registros que evidenciam perdas e danos na voz de 75 anos. Em contrapartida, quando consegue surpreender, como ao cantar à capella Eu não existo sem você (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958) em afetivo tributo ao cantor paulista Agostinho dos Santos (1932 - 1973), Jair deixa entrever ecos do grande cantor que seduziu plateias nos seus áureos anos 1960 e 1970. Da década de 1970, aliás, mais precisamente de 1974, vem a única música inédita de Samba mesmo 2. Trata-se do samba Força da natureza, composto há 40 anos por Jair com Orlando Marques e Carlos Odilon, mas até então nunca registrado em disco. No mais, Jair transita por temas como A noite do meu bem (Dolores Duran, 1959), Apesar de você (Chico Buarque, 1970) e O mundo é um moinho (Cartola, 1976) nos tons outonais que pontuam este disco duplo. Com Jair, (quase) tudo vira mesmo samba...
ResponderExcluirA grande sorte de Jair Rodrigues,foi ter gravado aqueles duetos com Elis Regina,e defendido "Disparada" no festival;e só.
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