Resenha de CD
Título: Input relâmpago
Artista: Daniel Lopes
Gravadora: Coqueiro Verde Records
Cotação: * * 1/2
Disco disponível para download no site oficial do artista (www.danielopes.com)
Líder da banda =reverse= ao longo dos anos 2000, o cantor e compositor carioca Daniel Lopes integra o trio Les Pop enquanto dá continuidade à sua discografia individual com a edição digital de seu terceiro CD solo, Input relâmpago. Álbum inspirado pelo trabalho do artista na composição de trilhas sonoras para o mercado publicitário, nas quais o computador é peça fundamental na formatação dos jingles, Input relâmpago expõe sons quase inteiramente tocados e/ou programados por Lopes, com exceção dos baixos pilotados por Jorge Ailton e Lancaster Lopes - na suingante Lobo (Daniel Lopes) e na balada Questão (Daniel Lopes), respectivamente - e das vozes de Luiza Souto e Talita Castro em outras duas faixas. Lobo, aliás, parece perseguir o suingue de Jorge Ben Jor neste disco que dilui a identidade artística de Lopes, soando diferente de seus antecessores Mais e mais refrões (2009) e Bonito (2012). Se Lopes tentou posar de hitmaker em Mais e mais refrões, à moda de seu inspirado colega Leoni (com quem já tocou, aliás), o cantor flertou em Bonito com a MPB - sem se afastar por completo do universo pop - em tom cool que contrasta com a quentura do balanço de Input relâmpago. Com ecos do cancioneiro de Moska, um dos destaques do repertório totalmente autoral é Canastra real (Daniel Lopes e André Aires), tema que perfila, com jogo de palavras, as damas do cassino que põem as cartas nas mesas da noite. A efervescente Na valsa (Daniel Lopes e Mila Bartilotti) reitera o tom quente do disco, deixando bem à mostra a arquitetura sintética das batidas. Já Descarga (Daniel Lopes) mostra o compositor ainda à procura da perfeita fórmula pop. Aliás, músicas como Todo mundo cai (Daniel Lopes) - gravada com a voz de Luzia Souto - e Sopro de coragem (Daniel Lopes) atestam que a obra autoral de Lopes já soa menos trivial do que a produção reunida pelo artista em Mais e mais refrões. De todo modo, o repertório autoral de Input relâmpago vai se revelando menos sedutor ao longo da execução das nove músicas do disco. Nesse sentido, Bonito tinha mais coesão. Seja como for, urge que Daniel Lopes delineie com mais precisão sua identidade artística para se fazer ouvir em mercado musical cada vez mais segmentado e cruel. Input relâmpago veio para confundir.
Líder da banda =reverse= ao longo dos anos 2000, o cantor e compositor carioca Daniel Lopes integra o trio Les Pop enquanto dá continuidade à sua discografia individual com a edição digital de seu terceiro CD solo, Input relâmpago. Álbum inspirado pelo trabalho do artista na composição de trilhas sonoras para o mercado publicitário, nas quais o computador é peça fundamental na formatação dos jingles, Input relâmpago expõe sons quase inteiramente tocados e/ou programados por Lopes, com exceção dos baixos pilotados por Jorge Ailton e Lancaster Lopes - na suingante Lobo (Daniel Lopes) e na balada Questão (Daniel Lopes), respectivamente - e das vozes de Luiza Souto e Talita Castro em outras duas faixas. Lobo, aliás, parece perseguir o suingue de Jorge Ben Jor neste disco que dilui a identidade artística de Lopes, soando diferente de seus antecessores Mais e mais refrões (2009) e Bonito (2012). Se Lopes tentou posar de hitmaker em Mais e mais refrões, à moda de seu inspirado colega Leoni (com quem já tocou, aliás), o cantor flertou em Bonito com a MPB - sem se afastar por completo do universo pop - em tom cool que contrasta com a quentura do balanço de Input relâmpago. Com ecos do cancioneiro de Moska, um dos destaques do repertório totalmente autoral é Canastra real (Daniel Lopes e André Aires), tema que perfila, com jogo de palavras, as damas do cassino que põem as cartas nas mesas da noite. A efervescente Na valsa (Daniel Lopes e Mila Bartilotti) reitera o tom quente do disco, deixando à mostra a arquitetura sintética das batidas. Já Descarga (Daniel Lopes) mostra o compositor ainda à procura da perfeita fórmula pop. Aliás, músicas como Todo mundo cai (Daniel Lopes) - gravada com a voz de Luzia Souto - e Sopro de coragem (Daniel Lopes) atestam que a obra autoral de Lopes já soa menos trivial do que a produção reunida pelo artista em Mais e mais refrões. De todo modo, o repertório autoral de Input relâmpago vai se revelando menos sedutor ao longo da execução das nove músicas do disco. Nesse sentido, Bonito tinha mais coesão. Seja como for, urge que Daniel Lopes delineie com mais precisão sua identidade artística para se fazer ouvir em mercado musical cada vez mais segmentado e cruel. Input relâmpago veio para confundir.
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