Coube a Joyce Moreno - com quem Dori Caymmi gravou o álbum Rio-Bahia, lançado em 2005 no Japão - escrever o texto que apresenta Setenta anos, disco de inéditas que celebra as sete década de vida do cantor, compositor, violonista e arranjador carioca. Eis o texto sucinto e preciso de Joyce sobre o CD de voz e violão que Dori - em foto de Myrian Vilas Boas - lança neste mês de março de 2014, em edição da gravadora Acari Records, com 13 músicas inéditas:
"O violão é a mais perfeita tradução musical do Brasil. E meu
amigo Dori Caymmi é um dos mestres do violão brasileiro. Durante estes tantos
anos de amizade e música, não foram poucas as vezes em que me flagrei
'estudando' com ele, observando seus acordes e as harmonias que ninguém no
planeta faz igual. O Dori cantor é igualmente sublime, enchendo de sentido e
emoção qualquer canção em que se aventure. Mas aqui está o compositor. Aos
setenta anos, sem precisar provar mais nada, Dori se reinventa a cada dia,
compondo com a fome de bola de um garoto e a calma de um velho
marinheiro.
Quando se espera que o compositor descanse sobre a grande
obra já construída, ele vem com este CD, de deslumbrante simplicidade,
homenageando o instrumento do qual é ao mesmo tempo parceiro e senhor. Músicas
inéditas, despidas de qualquer recurso que não seja a própria beleza, todas
infalivelmente matadoras, criadas sobre poemas de Paulo César Pinheiro, parceiro
de tantos anos. Canções que falam de um paraíso perdido, um país que talvez só
exista ainda na imaginação dos poetas. De um Brasil que hoje, quem sabe, talvez
seja apenas uma fotografia na parede. Mas como dói."
Joyce Moreno
Rio de Janeiro, verão de 2014
4 comentários:
Coube a Joyce Moreno - com quem Dori Caymmi gravou o álbum Rio-Bahia, lançado em 2005 no Japão - escrever o texto que apresenta Setenta anos, disco de inéditas que celebra as sete década de vida do cantor, compositor, violonista e arranjador carioca.
que texto lindo o da joyce!!!
Esse texto só me ficar mais ansioso em ouvir esta provável obra prima!!
Dori é como vinho. Só tende a ficar melhor. Muito bom o texto da Joyce.
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