Mauro Ferreira no G1

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quinta-feira, 20 de março de 2014

Lista de discos mais vendidos em 2013 reflete parte do que o Brasil ouve

Editorial - Na lista dos dez discos mais vendidos no Brasil em 2013, divulgada esta semana pela Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD), aparecem os nomes de sempre. Padres (como Marcelo Rossi, milagre fonográfico da década de 1990 que se multiplicou nos últimos anos), artistas ligados ao universo pop sertanejo (como Luan Santana e Paula Fernandes, dona de nada menos do que três dos dez discos da lista), Roberto Carlos (cuja carreira fonográfica ganhou fôlego renovado em 2012 com o sucesso da canção Esse cara sou eu) e previsíveis novidades como a cantora e compositora carioca Anitta (atual musa do funk pop). Chama atenção o fato de os três discos mais vendidos serem EPs - o que sinaliza que a indústria nacional do disco, enfim, desperta para o poder comercial de um formato tão usual no exterior que, de certa forma, revive o velho compacto duplo. A lógica é simples: se o disco custa menos, o consumidor o compra mais. Fato. De todo modo, a lista entristece, por estar dominada por artistas ligados a um tipo de som populista, mas é um indicador da música que o Brasil mais popular compra. Só que deve ter sua importância relativizada. Afinal, há os discos adquiridos gratuitamente de forma digital com o consentimento do artista. Artistas fora da grande mídia e fora do alcance da máquina da indústria fonográfica - ainda em atividade, apesar das quedas contínuas nas vendas de discos físicos - cada vez mais tendem a disponibilizar seus discos para download de forma legal para expandir o raio de ação de seus CDs. Da mesma forma que é bobagem desprezar ou minimizar a lista da ABPD, já que essa lista radiografa o gosto real do brasileiro médio (ou seja, do consumidor imune à opinião dos críticos e ao hype), é sensato perceber que a música efetivamente ouvida no Brasil extrapola o som dos dez discos da lista da ABPD. Na era da web, cada um faz e segue a sua própria trilha.

5 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Editorial - Na lista dos dez discos mais vendidos no Brasil em 2013, divulgada esta semana pela Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD), aparecem os nomes de sempre. Padres (como Marcelo Rossi, milagre fonográfico da década de 1990 que se multiplicou nos últimos anos), artistas ligados ao universo pop sertanejo (como Luan Santana e Paula Fernandes, dona de nada menos do que três dos dez discos da lista), Roberto Carlos (cuja carreira fonográfica ganhou fôlego renovado em 2012 com o sucesso da canção Esse cara sou eu) e previsíveis novidades como a cantora e compositora carioca Anitta (atual musa do funk pop). Chama atenção o fato de os três discos mais vendidos serem EPs - o que sinaliza que a indústria nacional do disco, enfim, desperta para o poder comercial de um formato tão usual no exterior que, de certa forma, revive o velho compacto duplo. A lógica é simples: se o disco custa menos, o consumidor o compra mais. Fato. De todo modo, a lista entristece, por estar dominada por artistas ligados a um tipo de som populista, mas é um indicador da música que o Brasil mais popular compra. Só que deve ter sua importância relativizada. Afinal, há os discos adquiridos gratuitamente de forma digital com o consentimento do artista. Artistas fora da grande mídia e fora do alcance da máquina da indústria fonográfica - ainda em atividade, apesar das quedas contínuas nas vendas de discos físicos - cada vez mais tendem a disponibilizar seus discos para download de forma legal para expandir o raio de ação de seus CDs. Da mesma forma que é bobagem desprezar ou minimizar a lista da ABPD, já que essa lista radiografa o gosto real do brasileiro médio (ou seja, do consumidor imune à opinião dos críticos e ao hype), é sensato perceber que a música efetivamente ouvida no Brasil extrapola o som dos dez discos da lista da ABPD. Na era da web, cada um faz e segue a sua própria trilha.

Unknown disse...

de certa forma é até dificil tirar uma conclusão desse post...
se o artista fica popular de mais, pra mim já não presta, perde a graça!! "cada um no seu quadrado..."

Denilson Santos disse...

Essa é uma discussão muito ampla, mas minha opinião é que a trilha feita por indivíduo na web acaba formando nichos e guetos culturais, frequentados primordialmente por indies e antenados, pouco acessíveis à maioria das pessoas.

Infelizmente, a guerra real é na grande mídia. É ali que se plantam as sementes para as próximas ondas da arte em movimento.

Sob esse aspecto, lamento sim a predominância de músicas populistas na lista da ABPD, pois, a meu ver, indica um futuro preocupante para a música brasileira.

abração,
Denilson

Victor Moraes, disse...

Concordo. Deveria haver um padrão para contagem dos albuns digitais e gratuitos (fora do itunes).
Outra é que EP é EP. Não deveria entrar na lista de CD. EP deveria "competir" com materiais idênticos.

p.s.: Essa menina da foto me dá náuseas.

ADEMAR AMANCIO disse...

Bem explicado,minha trilha sonora particular,passa longe dessa gente.O que é melhor,Ser ouvido apenas pela Fernanda Montenegro,ou por todo o presídio do Maranhão?