Mauro Ferreira no G1

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segunda-feira, 7 de abril de 2014

Baggios 'suja' Belchior e sobressai no EP-bônus 'Entre o sonho & o som'

Resenha de EP
Título: Entre o sonho & o som
Artista: Vários
Gravadora: Edição independente
Cotação: * *
Disco disponível para download gratuito e legalizado no site Scream & Yell

Complemento do álbum Ainda somos os mesmos, tributo a Belchior prestado através da releitura das 10 músicas de seu antológico álbum Alucinação (Philips, 1976), o EP-bônus Entre o sonho & o som - cuja capa tem arte de Bruna Predes - alinha regravações de cinco sucessos de outros discos do cantor e compositor cearense. O título Entre o sonho & o som foi extraído de verso de Todo sujo de batom (Continental, 1974), música lançada pelo autor em seu primeiro álbum e regravada pelo autor, em tom mais pop, em seu terceiro álbum, Coração selvagem (Warner Music, 1977). Todo sujo de batom é a melhor faixa do EP. O grupo sergipano The Baggios - atualmente reduzido a um duo formado por Júlio Andrade (guitarra e voz) e Gabriel Carvalho (bateria) - suja a canção-hit de Belchior com propriedade sem anular a paixão contida no tema. Aliás, tal como no álbum, falta paixão aos registros do EP. Comentário a respeito de John (José Luiz Penna e Belchior, 1979), por exemplo, é feito sem essa paixão pelo compositor, cantor e músico Jomar Schrank em gravação de aura folk levemente psicodélica que - justiça seja feita - valoriza os versos de Belchior. Já a embalagem moderna que envolve Medo de avião (Belchior, 1979) - com ruídos e turbulências que disputam atenção com o canto de Ricardo Gameiro - nada faz pela canção, último grande sucesso popular do compositor. O cantor e (ótimo) guitarrista paulista João Erbetta se sai melhor com interpretação reverente - interessante ao seu modo convencional - de Paralelas (1975). O arranjo realça a beleza da melodia da canção. Por fim, a cantora baiana Nana faz Coração selvagem (1977) bater climático, devagar, sem a paixão exigida pela música interpretada com a devida pulsação pela cantora mineira Ana Carolina em número arrebatador do show #AC (2014). Belchior pede vozes apaixonadas que captem a urgência de sua música vivenciada entre o sonho e um som que ainda seduz artistas como o carioca Pedro Bonifrate, que enviou à produção do projeto idealizado pelo jornalista Jorge Wagner - após a edição do álbum Ainda somos os mesmos e do EP Entre o sonho & som - leitura psicodélica de Na hora do almoço (1974) que se afina com o tom indie deste tributo que evidencia a dificuldade de reler a obra do (ora) arisco cearense Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, artista arretado.

4 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Complemento do álbum Ainda somos os mesmos, tributo a Belchior prestado através da releitura das 10 músicas de seu antológico álbum Alucinação (Philips, 1976), o EP-bônus Entre o sonho & o som - cuja capa tem arte de Bruna Predes - alinha regravações de cinco sucessos de outros discos do cantor e compositor cearense. O título Entre o sonho & o som foi extraído de verso de Todo sujo de batom (Continental, 1974), música lançada pelo autor em seu primeiro álbum e regravada pelo autor, em tom mais pop, em seu terceiro álbum, Coração selvagem (Warner Music, 1977). Todo sujo de batom é a melhor faixa do EP. O grupo sergipano The Baggios - atualmente reduzido a um duo formado por Júlio Andrade (guitarra e voz) e Gabriel Carvalho (bateria) - suja a canção-hit de Belchior com propriedade sem anular a paixão contida no tema. Aliás, tal como no álbum, falta paixão aos registros do EP. Comentário a respeito de John (José Luiz Penna e Belchior, 1979), por exemplo, é feito sem essa paixão pelo compositor, cantor e músico Jomar Schrank em gravação de aura folk levemente psicodélica que - justiça seja feita - valoriza os versos de Belchior. Já a embalagem moderna que envolve Medo de avião (Belchior, 1979) - com ruídos e turbulências que disputam atenção com o canto de Ricardo Gameiro - nada faz pela canção, último grande sucesso popular do compositor. O cantor e (ótimo) guitarrista paulista João Erbetta se sai melhor com interpretação reverente - interessante ao seu modo convencional - de Paralelas (1975). O arranjo realça a bela melodia da canção. Por fim, a cantora baiana Nana faz Coração selvagem (1977) bater climático, devagar, sem a paixão exigida pela música interpretada com a devida pulsação pela cantora mineira Ana Carolina em número arrebatador do show #AC (2014). Belchior pede vozes apaixonadas que captem a urgência de sua música vivenciada entre o sonho e um som que ainda seduz artistas como o carioca Pedro Bonifrate, que enviou à produção do projeto idealizado pelo jornalista Jorge Wagner - após a edição do álbum Ainda somos os mesmos e do EP Entre o sonho & som - leitura psicodélica de Na hora do almoço (1974) que se afina com o tom indie deste tributo que evidencia a dificuldade de reler a obra do (ora) arisco cearense Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, artista arretado.

Rubens Lisboa disse...

Muito feliz por ver os meus conterrâneos do The Baggios arrebentando por aí afora. Avante é a palavra de ordem! Sergipe nas cabeças!

ADEMAR AMANCIO disse...

Quem nasceu pra cantar Belchior?A super Elis,e não se fala mais nisso.

Coisas do Sertão disse...

Emanuel Andrade

Gente onde achar ou baixar esse disco?