Título: Entre o sonho & o som
Artista: Vários
Gravadora: Edição independente
Cotação: * *
Disco disponível para download gratuito e legalizado no site Scream & Yell
Complemento do álbum Ainda somos os mesmos, tributo a Belchior prestado através da releitura das 10 músicas de seu antológico álbum Alucinação (Philips, 1976), o EP-bônus Entre o sonho & o som - cuja capa tem arte de Bruna Predes - alinha regravações de cinco sucessos de outros discos do cantor e compositor cearense. O título Entre o sonho & o som foi extraído de verso de Todo sujo de batom (Continental, 1974), música lançada pelo autor em seu primeiro álbum e regravada pelo autor, em tom mais pop, em seu terceiro álbum, Coração selvagem (Warner Music, 1977). Todo sujo de batom é a melhor faixa do EP. O grupo sergipano The Baggios - atualmente reduzido a um duo formado por Júlio Andrade (guitarra e voz) e Gabriel Carvalho (bateria) - suja a canção-hit de Belchior com propriedade sem anular a paixão contida no tema. Aliás, tal como no álbum, falta paixão aos registros do EP. Comentário a respeito de John (José Luiz Penna e Belchior, 1979), por exemplo, é feito sem essa paixão pelo compositor, cantor e músico Jomar Schrank em gravação de aura folk levemente psicodélica que - justiça seja feita - valoriza os versos de Belchior. Já a embalagem moderna que envolve Medo de avião (Belchior, 1979) - com ruídos e turbulências que disputam atenção com o canto de Ricardo Gameiro - nada faz pela canção, último grande sucesso popular do compositor. O cantor e (ótimo) guitarrista paulista João Erbetta se sai melhor com interpretação reverente - interessante ao seu modo convencional - de Paralelas (1975). O arranjo realça a beleza da melodia da canção. Por fim, a cantora baiana Nana faz Coração selvagem (1977) bater climático, devagar, sem a paixão exigida pela música interpretada com a devida pulsação pela cantora mineira Ana Carolina em número arrebatador do show #AC (2014). Belchior pede vozes apaixonadas que captem a urgência de sua música vivenciada entre o sonho e um som que ainda seduz artistas como o carioca Pedro Bonifrate, que enviou à produção do projeto idealizado pelo jornalista Jorge Wagner - após a edição do álbum Ainda somos os mesmos e do EP Entre o sonho & som - leitura psicodélica de Na hora do almoço (1974) que se afina com o tom indie deste tributo que evidencia a dificuldade de reler a obra do (ora) arisco cearense Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, artista arretado.
4 comentários:
Complemento do álbum Ainda somos os mesmos, tributo a Belchior prestado através da releitura das 10 músicas de seu antológico álbum Alucinação (Philips, 1976), o EP-bônus Entre o sonho & o som - cuja capa tem arte de Bruna Predes - alinha regravações de cinco sucessos de outros discos do cantor e compositor cearense. O título Entre o sonho & o som foi extraído de verso de Todo sujo de batom (Continental, 1974), música lançada pelo autor em seu primeiro álbum e regravada pelo autor, em tom mais pop, em seu terceiro álbum, Coração selvagem (Warner Music, 1977). Todo sujo de batom é a melhor faixa do EP. O grupo sergipano The Baggios - atualmente reduzido a um duo formado por Júlio Andrade (guitarra e voz) e Gabriel Carvalho (bateria) - suja a canção-hit de Belchior com propriedade sem anular a paixão contida no tema. Aliás, tal como no álbum, falta paixão aos registros do EP. Comentário a respeito de John (José Luiz Penna e Belchior, 1979), por exemplo, é feito sem essa paixão pelo compositor, cantor e músico Jomar Schrank em gravação de aura folk levemente psicodélica que - justiça seja feita - valoriza os versos de Belchior. Já a embalagem moderna que envolve Medo de avião (Belchior, 1979) - com ruídos e turbulências que disputam atenção com o canto de Ricardo Gameiro - nada faz pela canção, último grande sucesso popular do compositor. O cantor e (ótimo) guitarrista paulista João Erbetta se sai melhor com interpretação reverente - interessante ao seu modo convencional - de Paralelas (1975). O arranjo realça a bela melodia da canção. Por fim, a cantora baiana Nana faz Coração selvagem (1977) bater climático, devagar, sem a paixão exigida pela música interpretada com a devida pulsação pela cantora mineira Ana Carolina em número arrebatador do show #AC (2014). Belchior pede vozes apaixonadas que captem a urgência de sua música vivenciada entre o sonho e um som que ainda seduz artistas como o carioca Pedro Bonifrate, que enviou à produção do projeto idealizado pelo jornalista Jorge Wagner - após a edição do álbum Ainda somos os mesmos e do EP Entre o sonho & som - leitura psicodélica de Na hora do almoço (1974) que se afina com o tom indie deste tributo que evidencia a dificuldade de reler a obra do (ora) arisco cearense Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, artista arretado.
Muito feliz por ver os meus conterrâneos do The Baggios arrebentando por aí afora. Avante é a palavra de ordem! Sergipe nas cabeças!
Quem nasceu pra cantar Belchior?A super Elis,e não se fala mais nisso.
Emanuel Andrade
Gente onde achar ou baixar esse disco?
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