Mauro Ferreira no G1

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sábado, 26 de abril de 2014

Calor humano turbina o show que disfarça as oscilações do som de Vanessa

Resenha de show
Título: Segue o som
Artista: Vanessa da Mata (em foto de Rodrigo Goffredo)
Local: Circo Voador (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 26 de abril de 2014
Cotação: * * * 1/2

 "Nunca presenciei tanto calor humano como nessa noite", avaliou Vanessa da Mata no palco do Circo Voador, após cantar Ninguém é igual a ninguém (Desilusão) (Vanessa da Mata, 2014), balada de versos densos, cujo peso da letra contrastou com a atmosfera leve em que está ambientado o show Segue o som. A cantora se referia à vibração do público que se aglomerou na pista e nas arquibancadas do Circo Voador para ver a estreia nacional do show Segue o som, baseado no sexto homônimo álbum de inéditas da artista, recém-lançado pela gravadora Sony Music. De fato, a recepção calorosa da plateia - perceptível já na primeira das 22 músicas do roteiro, Toda humanidade nasceu de uma mulher (Vanessa da Mata, 2014), pop reggae que teve seu refrão cantado em coro pelo público - contribuiu para que o show deixasse boa impressão. Iniciada no Rio de Janeiro (RJ) aos primeiros minutos deste sábado, 26 de abril de 2014, a primeira apresentação do show Segue o som  se beneficiou desse calor popular - típico do jovial público do Circo - para encobrir oscilações e repetições do atual som da cantora e compositora mato-grossense. Produzido por Kassin com Liminha, Segue o som é álbum irregular em que Vanessa dá seus primeiros sinais de cansaço como compositora de criação intuitiva. Só que tal irregularidade fica disfarçada no show por conta do roteiro que entrelaça habilmente 12 das 13 músicas do CD com os sucessos dos álbuns anteriores da cantora. Se Não sei dizer adeus (Vanessa da Mata 2014), tema de moldura roqueira, ameaçou esfriar o show já na segunda música, a canção-título Segue o som (Vanessa da Mata, 2014) reconstruiu o alto astral que pautou a apresentação. Com direção, cenário (um painel floral e um lustre alocado ao centro do palco) e figurinos assinados pela própria Vanessa, o show Segue o som é expansivo, pop, de estrutura mais convencional, na linha do anterior Vanessa da Mata interpreta Tom Jobim (2013). Sem a teatralidade e os aparatos cênicos do espetáculo mais ambicioso da artista, Bicicletas, bolos e outras alegrias (2010), Segue o som é show que se escora na força natural de Vanessa da Mata. Com seu porte esguio, seu manancial de hits e o som contemporâneo orquestrado pelo disputado diretor musical Alexandre Kassin (arquiteto de sonoridade já dèjá vu, mas ainda atraente e eficaz), a cantora domou seu público e deu seu show, rodopiando pelo palco do Circo Voador ao fim de Desejos e medos (Vanessa da Mata, 2014) - música tão insossa que nem animou a plateia de fãs - e lançando mão de munição certeira como o contagiante samba Não me deixe só (Vanessa da Mata, 2002), símbolo da explosão de alegria que pontuou vários números da apresentação. Capitaneada por Alexandre Kassin no baixo, a banda - completada por Danilo Andrade (teclados, programações e efeitos), Junior Boca (guitarra), Maurício Pacheco (guitarra) e Stéphane San Juan (bateria) - armou a cama sonora adequada para Vanessa ficar bem à vontade em cena. Volta e meia, cantora e músicos transitaram com desenvoltura pela praia do reggae, gênero que ditou o ritmo de Ilegais (Vanessa da Mata, 2007), Vê se fica bem (Vanessa da Mata, 2010), Homem invisível no mundo invisível (Vanessa da Mata, 2014) e, já no bis, Vermelho (Vanessa da Mata, 2007), número obviamente iluminado com luzes da cor que dá nome ao tema. Até a balada As palavras (Vanessa da Mata, 2010) foi banhada em águas jamaicanas. E por falar em balada, Amado (Marcelo Jeneci e Vanessa da Mata, 2007) - introduzida no roteiro pelos teclados de Danilo Andrade - ganhou coro (do público) e assovios (da cantora), tendo reiterada a força e a beleza de sua melodia. O coro popular também se fez ouvir em Ainda bem (Liminha e Vanessa da Mata, 2004), canção em que Vanessa da Mata foi levada a soar como Marisa Monte em época em que ainda buscava o sucesso popular. Cover do hit do cantor e compositor norte-americano John Denver (1943 - 1997), Sunshine on my shoulders (John Denver, Dick Kniss e Mike Taylor, 1973) surtiu bom efeito, se insinuando como provável futuro hit do álbum Segue o som, embora os beats acelerados de Por onde ando tenho você (Vanessa da Mata, 2014) tenham eletrizado o Circo Voador, evidenciando o potencial da música (a faixa mais vibrante do CD). Em contrapartida, Homem preto (Vanessa da Mata, 2014) jogou o show para baixo, reiterando a notória irregularidade da atual safra autoral da compositora. Destaque dessa safra, o samba social Rebola nega (Vanessa da Mata, 2014) faz a cantora sambar no palco com a desenvoltura da fictícia mulata usada como personagem na letra focada no malabarismo cotidiano do povo brasileiro para (sobre)viver. Rebola nega foi a deixa para a artista entrar na roda de samba armada nos anos 1980 e 1990 pela cantora carioca Jovelina Pérola Negra (1944 - 1998), intérprete original do samba No mesmo manto (Beto Correa e Lúcio Curvello, 1991), única música do roteiro inédita na voz de Vanessa. Introduzida na velocidade do ska, No mesmo manto cai para o samba batido e marcado na palma da mão, mas a releitura ainda precisa de ajustes. Kassin e cia. diluem a pulsação original da música sem reconstruí-la a contento. E assim - com oscilações encobertas pelo alto astral da atmosfera do Circo Voador - seguiu o som de Vanessa da Mata na estreia nacional deste show encerrado com texto em off que mistura filosofia e esoterismo, culminando na literatura de autoajuda. Mas é claro que teve um bis, iniciado em anticlímax com Um sorriso entre nós dois (Vanessa da Mata, Kassin e Liminha, 2014) - música que ainda pode resultar (bem) mais feliz no roteiro - e encerrado previsivelmente com o primeiro grande sucesso nacional da artista, Ai, ai, ai... (Vanessa da Mata e Liminha, 2004), brinde à vida que, ao vivo, contagia até quem não possa suportar toda a felicidade pop (e industrializada) de Vanessa da Mata.

19 comentários:

Mauro Ferreira disse...

"Nunca presenciei tanto calor humano como nessa noite", avaliou Vanessa da Mata no palco do Circo Voador, após cantar Ninguém é igual a ninguém (Desilusão) (Vanessa da Mata, 2014), balada de versos densos, cujo peso da letra contrastou com a atmosfera leve em que está ambientado o show Segue o som. A cantora se referia à vibração do público que se aglomerou na pista e nas arquibancadas do Circo Voador para ver a estreia nacional do show Segue o som, baseado no sexto homônimo álbum de inéditas da artista, recém-lançado pela gravadora Sony Music. De fato, a recepção calorosa da plateia - perceptível já primeira das 22 músicas do roteiro, Toda humanidade nasceu de uma mulher (Vanessa da Mata, 2014), pop reggae que teve seu refrão cantado em coro pelo público - contribuiu para que o show deixasse boa impressão. Iniciada no Rio de Janeiro (RJ) aos primeiros minutos deste sábado, 26 de abril de 2014, a primeira apresentação do show Segue o som se beneficiou desse calor popular - típico do jovial público do Circo - para encobrir oscilações e repetições do atual som da cantora e compositora mato-grossense. Produzido por Kassin com Liminha, Segue o som é álbum irregular em que Vanessa dá seus primeiros sinais de cansaço como compositora intuitiva. Contudo, tal irregularidade fica disfarçada no show por conta do roteiro que entrelaça habilmente 12 das 13 músicas do CD com os sucessos dos álbuns anteriores da cantora. Se Não sei dizer adeus (Vanessa da Mata 2014), tema de moldura roqueira, ameaçou esfriar o show já na segunda música, a canção-título Segue o som (Vanessa da Mata, 2014) reconstruiu o alto astral que pautou a apresentação. Com direção, cenário (um painel floral e um lustre alocado ao centro do palco) e figurinos assinados pela própria Vanessa, o show Segue o som é expansivo, pop, de estrutura mais convencional, na linha do anterior Vanessa da Mata interpreta Tom Jobim (2013). Sem a teatralidade e os aparatos cênicos do espetáculo mais ambicioso da artista, Bicicletas, bolos e outras alegrias (2010), Segue o som é show que se escora na força natural de Vanessa da Mata. Com seu porte esguio, seu manancial de hits e o som contemporâneo orquestrado pelo diretor musical Alexandre Kassin (arquiteto de sonoridade já dèjá vu, mas ainda moderna e eficaz), a cantora domou seu público e deu seu show, rodopiando pelo palco do Circo Voador ao fim de Desejos e medos (Vanessa da Mata, 2014) - música tão insossa que nem animou a plateia de fãs - e lançando mão de munição certeira como o contagiante samba Não me deixe só (Vanessa da Mata, 2002), símbolo da explosão de alegria que pontuou vários números da apresentação. Capitaneada por Alexandre Kassin no baixo, a banda - completada por Danilo Andrade (teclados, programações e efeitos), Junior Boca (guitarra), Maurício Pacheco (guitarra) e Stephan San Juan (bateria) - armou a cama sonora adequada para Vanessa ficar bem à vontade em cena. Volta e meia, cantora e músicos transitaram com desenvoltura pela praia do reggae, gênero que ditou o ritmo de Ilegais (Vanessa da Mata, 2007), Vê se fica bem (Vanessa da Mata, 2010), Homem invisível no mundo invisível (Vanessa da Mata, 2014) e, já no bis, Vermelho (Vanessa da Mata, 2007), número obviamente iluminado com luzes da cor que dá nome ao tema. Até a balada As palavras (Vanessa da Mata, 2010) foi banhada em águas jamaicanas. E por falar em balada, Amado (Marcelo Jeneci e Vanessa da Mata, 2007) - introduzida no roteiro pelos teclados de Danilo Andrade - ganhou coro (do público) e assovios (da cantora), tendo reiterada a força e a beleza de sua melodia.

Mauro Ferreira disse...

O coro popular também se fez ouvir em Ainda bem (Liminha e Vanessa da Mata, 2004), canção em que Vanessa da Mata foi levada a soar como Marisa Monte em época em que ainda buscava o sucesso popular. Cover do hit do cantor e compositor norte-americano John Denver (1943 - 1997), Sunshine on my shoulders (John Denver, Dick Kniss e Mike Taylor, 1973) surtiu bom efeito, se insinuando como provável futuro hit do álbum Segue o som, embora os beats acelerados de Por onde ando tenho você (Vanessa da Mata, 2014) tenham eletrizado o Circo Voador, evidenciando o potencial da música (a faixa mais vibrante do CD). Em contrapartida, Homem preto (Vanessa da Mata, 2014) jogou o show para baixo, reiterando a notória irregularidade da atual safra autoral da compositora. Destaque dessa safra, o samba social Rebola nega (Vanessa da Mata, 2014) faz a cantora sambar no palco com a desenvoltura da fictícia mulata usada como personagem na letra focada no malabarismo cotidiano do povo brasileiro para (sobre)viver. Rebola nega foi a deixa para a artista entrar na roda de samba armada nos anos 1980 e 1990 pela cantora carioca Jovelina Pérola Negra (1944 - 1998), intérprete original do samba No mesmo manto (Beto Correa e Lúcio Curvello, 1991), única música do roteiro inédita na voz de Vanessa. Introduzida na velocidade do ska, No mesmo manto cai para o samba batido e marcado na palma da mão, mas a releitura ainda precisa de ajustes. Kassin e cia. diluem a pulsação original da música sem reconstruí-la a contento. E assim - com oscilações encobertas pelo alto astral da atmosfera do Circo Voador - seguiu o som de Vanessa da Mata na estreia nacional deste show encerrado com texto em off que mistura filosofia e esoterismo, culminando na literatura de autoajuda. Mas é claro que teve um bis, iniciado em anticlímax com Um sorriso entre nós dois (Vanessa da Mata, Kassin e Liminha, 2014) - música que ainda pode ficar mais feliz no roteiro - e encerrado previsivelmente com Ai, ai, ai... (Vanessa da Mata e Liminha, 2004), brinde à vida que, ao vivo, contagia até quem não possa com a felicidade pop e industrializada de Vanessa da Mata.

rafael disse...

Oi, Mauro, faltou um "na" em "perceptível na primeira das 22 músicas".

Outro assunto: acho super elegante quando você diz que não tem cartas marcadas, mas, pra quem o lê com frequência, é evidente a sua implicância com o Alexandre Kassin.

Acho curioso seu desdém com o cara. A tirar pelos seus textos, Kassin não é mais que uma figura "indie", superestimada pelo universo "hype" carioca... Não ficam evidentes as razões propriamente musicais dessa antipatia e parece que Kassin não passa de uma "ação entre amigos".

Não sou fã dele, mas sou seu, e escrevo só pra dar um toque... seria legal conhecer os recursos de estilo do Kassin que você tanto desaprova e a frequência com que se repetem nos discos que ele produz pra entender melhor o caso.

Abraço

Vladimir disse...

Passo...

Mauro Ferreira disse...

Rafael, grato pelo toque da supressão do 'na'. Já incluí a preposição no texto. Quanto ao Kassin, se você é meu leitor habitual, você certamente sabe que o melhor disco brasileiro de 2013 na minha avaliação ('De graça', do Jeneci) foi produzido por Kassin. E que, também na minha avaliação, o melhor disco nacional de 2012 (o 'Tudo esclarecido', em que Zélia canta Itamar Assumpção) também é um CD produzido por Kassin. Isso prova que nada tenho contra o som de Kassin. Muito pelo contrário. No caso do disco da Vanessa, o problema - na minha visão - reside na menor inspiração dessa safra autoral da artista, não na sonoridade de Kassin que, no meu entender, sim, já começa a ficar repetitiva, mas na obra da Vanessa. Enfim, é isso! Abs, MauroF

rafael disse...

Mauro, de fato, não me lembrava da sua cotação para esses discos. Minha impressão quanto a essa "birra" é antiga pelos adjetivos que vc usa quando cita o Kassin: "hype" e "indie" acabam sempre soando depreciativos no contexto das críticas. Mas, pode ser só uma impressão hipster minha, rs.

Obrigado pela resposta, gentil como sempre.
Abraço

Unknown disse...

Acho que Vanessa é muito cobrada para manter alto astral. O Segue o Som oscila, no sentido de que traz canções mais up e mais down intercaladas, mas não vejo pecado nisto. Acho este novo disco bem mais ousado, nos arranjos e nas letras, do que o anterior, do qual gosto muito também. Curioso, acho Por Onde Ando Tenho Você a canção mais besta do disco. Como alguém bem disse aqui no blog, parece música da Copa rsrs. Abraços.

Rhenan Soares disse...

"O coro popular também se fez ouvir em Ainda bem (Liminha e Vanessa da Mata, 2004), canção em que Vanessa da Mata foi levada a soar como Marisa Monte em época em que ainda buscava o sucesso popular."

Aham... bocejos, Mauro.

Mauro Ferreira disse...

Rafael, essa sua impressão vem talvez do fato de eu já ter dito que a imprensa musical nunca fala mal do Kassin. Eu o considero um profissional primoroso, mas não o ponho em altar sagrado.

Rhenan, você pode bocejar, mas, antes de Vanessa estourar mesmo (o que só veio a acontecer em caráter definitivo com 'Ai, ai, ai...'), a Sony Music contratou o Liminha para produzir o segundo disco dela com a intenção de torná-la um sucesso comercial. E 'Ainda bem' foi uma tentativa de ir na praia de Marisa, sim. Essa canção não tem o d.n.a. da obra da Vanessa, que, felizmente, se impôs definitivamente como compositora a partir do 'Sim'. Abraço, grato a todos pelos comentários, Mauro Ferreira

Rhenan Soares disse...

Você tem toda razão, Mauro. Bem sei. Mas, desculpa, é completamente enfastiante ver o seu esforço em colocar referências e comparações à obra da Marisa Monte em tantos textos. Nesse caso, além de frívolo ficou aleatório. O bocejo vem de um "e daí?" que surge, inevitável e resplandecente, ao ler o trecho.

Tudo bem, MM está lançando novo trabalho e você deve estar um pouco obsessivo, como todo fã... Falar nisso, seria bastante profissional recordar, na vindoura resenha do DVD, as tantas prais que Marisa frequenta.

Enfim, vou parar de ser chato. Mas não tenho o menor saco pra esse discurso em que Marisa inventa a pólvora e influência toda e qualquer voz feminina deste país... Uma preguiçosa pesquisa bibliográfica já deixaria esse marisacentrismo completamente sem credibilidade.

noca disse...

O que mais me agrada em Vanessa é justamente a falta de compromisso com a extrema perfeição.E a extrema simpatia,empatia e esse calor refletem isso.Se Vanessa é industrializada,me perdoe Mauro,não gosto do poder oportunista e mesquinho das comparações,Marisa sempre já nasceu cria do mercado.O mesmo que matou Elis,abaixou o nível cultural e artístico na MPB,vangloriando o lucro,o ser sustentável,em um país que até hoje não privilegia politicamente as coisas mais básicas para seu povo.Luxo é ter educação,saúde transporte.Isso não tem preço...Ai nem precisa haver grana e ostentação para falarmos de igual para igual.

Eduardo Cáffaro disse...

eu não curto a produção do kassim, acho que ele deixa tudo sem peso e achatado. Mas é gosto meu, pessoal.

Douglas Carvalho disse...

Não sei se existe ou existiu um interesse de gravadoras em aproximar Vanessa do som de Marisa Monte no segundo disco, MASSSS quando ouvi "Onde ir" (que para mim foi o primeiro sucesso de Vanessa,e não sei bem o motivo, ela não o canta mais em shows) pela primeira vez, que era do primeiro disco, achei que fosse uma música nova da Marisa.

Achei que Vanessa foi criando voz de Vanessa da Mata no segundo disco mesmo. Se bem que, muito depois, quando fui ouvir o primeiro disco dela, já sabendo bem quem era Vanessa, não achei tão semelhança a Marisa Monte assim como no primeiro momento.

pedr'esteves disse...

Estive lá no Circo Voador mais por prestígio a carreira da Vanessa que pelo novo disco (ainda em fase digestiva) mas fui tomado pelas músicas novas mais do que ouvindo em casa.

As letras realmente se destacam mais que os arranjos (muito "contados" e menos variados que nos outros shows) e ficou claro que "Segue O Som" é um momento alto tanto no comercial quanto no artístico (assim como foi "Não Me Deixe Só").

"Desejos e Medos" e "Homem Preto" foram momentos mais contidos mas não menos interessantes. "Sunshine on my shoulder" foi uma surpresa deliciosa e "Por onde ando tenho você" realmente é uma bobeira.

E, por fim, deu pra notar que Vanessa está mais do que nunca na categoria "segura" da nossa música. A comoção dos fãs-clubes era grande.

"Segue O Som" pode não ser o melhor dela mas esse show mostra que a cantora evoluiu MUITO e a compositora está segura. Mas o mais importante é a espontaneidade que Vanessa ainda tem ao escrever sobre alguns temas e ao cantá-los, mesmo que seja a milésima vez.

Unknown disse...

Noca, disse tudo! E digo mais. O Mauro realmete procura defeitos, irregularidades no trabalho da Vanessa e sempre tenta não perceber repetições, falta de criatividade, cafonice e "o tudo pelo dinheiro" quando se trata de Marisa e Maria Rita. Ex: será que ele vai ousar dizer que o novo show da M Rita é praticamente um Samba Meu 2? Ou que Marisa Monte ultimamente só compoē letrinhas cafonas para casais de novela? Acho que não. Vanessa tem direito de finalmente fazer um "de javu" em seus trabalhos, pous todas as outras só fazem isso a vida toda. Marisa por exemplo só canta em uma velocidade desde o primeiro trabalho, canto de tartaruga. Vanessa, putz... é moderna e da um toque novo na MPB que anda uma chatice só.

André disse...

Esse CD novo da Vanessa achei bem fraquinho mesmo, achei melhor o "Bicicletas...", mas o atual tem bons momentos e Vanessa cresce no palco, mesmo cantando músicas bobinhas. A comparação com Marisa é inevitável, pois Marisa no final dos anos 80, aceitem ou não abriu caminho para muitas novas cantoras e até hoje é uma cantora de merecido respeito no cenário musical. Não gostar...tudo bem, mas não reconhecer sua importância é ser um pouco ignorante.

rafael h. disse...

Marisa Monte. Trabalhoso falar dela. Pois não há como não comparar. Não tenho dúvidas, de que na atualidade, num aspecto geral, ela é sim a cantora mais completa, não tem como engolir seco esse vídeo que foi lançado de seu próximo trabalho. É sublime. Nunca vi algo tão delicado e bem marcado, sem perder a técnica e a emoção. Não sou um fã fervoroso de Marisa, mas, ela sabe o que faz. Os palcos são dela.

quanto a comparação, natural. E nem digeri como uma comparação, na realidade, vi como referência.... como se ligassem músicas do primeiro disco de elis regina com as de celly campello. Estratégia mercadológica declarada. Assim como Elis, coube a Vanessa se adequar, claro que cada uma, na sua condição.

Quero muito ver esse show, sempre vale a pena ver Vanessa da Mata em cena. Pra mim, independente de Segue o Som, ela já ocupa um patamar de importância no hall das nossas cantoras.

THIAGO disse...

Respeito muito sobre seu trabalho Mauro, mas concordo com os demais comentários: incluir em 2014, referência a Marisa Monte numa análise sobre Vanessa é pura obsessão! E conseguir pensar na alegria de Vanessa como INDUSTRIALIZADA é o mais inacreditável! Está pra nascer artista mais leve, alegre e feliz no seu caminho que Vanessa! É como criticar Maria Rita por cantar samba! Ela fica muito mais feliz assim também! Menos fanatismo e mais liberdade pra todas!

THIAGO disse...

Respeito muito sobre seu trabalho Mauro, mas concordo com os demais comentários: incluir em 2014, referência a Marisa Monte numa análise sobre Vanessa é pura obsessão! E conseguir pensar na alegria de Vanessa como INDUSTRIALIZADA é o mais inacreditável! Está pra nascer artista mais leve, alegre e feliz no seu caminho que Vanessa! É como criticar Maria Rita por cantar samba! Ela fica muito mais feliz assim também! Menos fanatismo e mais liberdade pra todas!