Cantor paulista projetado na era do rádio e do samba-canção, tendo iniciado a carreira fonográfica nos anos 1950 como crooner da orquestra de Osmar Milani, Agostinho dos Santos (25 de abril de 1932 - 11 de julho de 1973) acabou associado à Bossa Nova por ter dado sua voz aveludada aos sambas A felicidade (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1959) e Manhã de Carnaval (Luiz Bonfá e Antonio Maria, 1959) em gravações feitas pelo intérprete - a convite de Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994) e Vinicius de Moraes (1913 - 1980) - para a trilha sonora do filme Orfeu negro (França, 1959), baseado no musical Orfeu da Conceição (1956). A repercussão mundial dessas gravações fez com que álbuns posteriores de Agostinho dos Santos tivessem repertório selecionado com alguma ênfase nos cancioneiros da Bossa Nova, embora o cantor estivesse a rigor mais identificado com o estilo sentimental dos intérpretes da fase pré-bossa - como atesta a audição de Agostinho espetacular, primeiro dos quatro álbuns do cantor repostos em catálogo pelo selo Discobertas em reedições embaladas na caixa Agostinho dos Santos - Bossa Nova Vol. 1 (1958 - 1961). Os quatro títulos foram editados originalmente pela RGE, extinta gravadora cujo catálogo foi incorporado ao acervo da Som Livre. Lançado em 1958, Agostinho espetácular é o álbum do sucesso Balada triste (Dalton Vogeler e Esdras Silva), música gravada simultaneamente por Ângela Maria. Nessa sua primeira reedição em CD, Agostinho espetacular ganha três faixas-bônus, sendo que a mais relevante é a gravação do samba Chega de saudade (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958), feita pelo cantor poucos meses depois do revolucionário registro de João Gilberto. Segundo álbum da caixa, Inimitável (1959) reitera - de todo modo - a versatilidade da bossa de Agostinho dos Santos em repertório que alinha músicas de Dolores Duran (1930 - 1959), Dorival Caymmi (1914 - 2008), Fernando César (1917 - 1983) - compositor português radicado no Brasil de quem Agostinho dos Santos foi uma das vozes preferenciais - e Lupicínio Rodrigues (1914 - 1974), além de clássicos instantâneos de Tom Jobim. Agostinho sempre agostinho (1960) - creditado erroneamente a 1961 na contracapa externa dessa primeira edição em CD - e Agostinho canta sucessos (lançado em 1961, embora a contracapa da reedição diga que é de 1960, em outra desatenção da produção) completam o lote de títulos embalados na caixa. A revitalização da discografia de Agostinho dos Santos pelo produtor Marcelo Fróes - obra até então retalhada em compilações editadas sem critério e informações - prevê o lançamento de uma segunda caixa, com reedições dos álbuns lançados pelo cantor entre 1962 e 1966. O que vai ajudar a preservar o legado dessa bela voz, calada em 11 de julho de 1973 quando um Boeing 707 da Varig, já ao fim da rota do voo 820 Rio-Paris, pegou fogo e fez pouso forçado em campo de cebolas quando se preparava para aterrissar no aeroporto de Orly, na Capital da França, país do filme que tinha projetado internacionalmente o canto de Agostinho dos Santos.
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Cantor paulista projetado na era do rádio e do samba-canção, tendo iniciado a carreira fonográfica nos anos 1950 como crooner da orquestra de Osmar Milani, Agostinho dos Santos (25 de abril de 1932 - 11 de julho de 1973) acabou associado à Bossa Nova por ter dado sua voz aveludada aos sambas A felicidade (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1959) e Manhã de Carnaval (Luiz Bonfá e Antonio Maria, 1959) em gravações feitas pelo intérprete - a convite de Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994) e Vinicius de Moraes (1913 - 1980) - para a trilha sonora do filme Orfeu negro (França, 1959), baseado no musical Orfeu da Conceição (1956). A repercussão mundial dessas gravações fez com que álbuns posteriores de Agostinho dos Santos tivessem repertório selecionado com alguma ênfase nos cancioneiros da Bossa Nova, embora o cantor estivesse a rigor mais identificado com o estilo sentimental dos intérpretes da fase pré-bossa - como atesta a audição de Agostinho espetacular, primeiro dos quatro álbuns do cantor repostos em catálogo pelo selo Discobertas em reedições embaladas na caixa Agostinho dos Santos - Bossa Nova Vol. 1 (1958 - 1961). Os quatro títulos foram editados originalmente pela RGE, extinta gravadora cujo catálogo foi incorporado ao acervo da Som Livre. Lançado em 1958, Agostinho espetácular é o álbum do sucesso Balada triste (Dalton Vogeler e Esdras Silva), música gravada simultaneamente por Ângela Maria. Nessa sua primeira reedição em CD, Agostinho espetacular ganha três faixas-bônus, sendo que a mais relevante é a gravação do samba Chega de saudade (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958), feita pelo cantor poucos meses depois do revolucionário registro de João Gilberto. Segundo álbum da caixa, Inimitável (1959) reitera - de todo modo - a versatilidade da bossa de Agostinho dos Santos em repertório que alinha músicas de Dolores Duran (1930 - 1959), Dorival Caymmi (1914 - 2008), Fernando César (1917 - 1983) - compositor português radicado no Brasil de quem Agostinho dos Santos foi uma das vozes preferenciais - e Lupicínio Rodrigues (1914 - 1974), além de clássicos instantâneos de Tom Jobim. Agostinho sempre agostinho (1960) - creditado erroneamente a 1961 na contracapa externa dessa primeira edição em CD - e Agostinho canta sucessos (lançado em 1961, embora a contracapa diga que a reedição é de 1960, em outra desatenção da produção) completam o lote de títulos embalados na caixa. A revitalização da discografia de Agostinho dos Santos pelo produtor Marcelo Fróes - obra até então retalhada em compilações editadas sem critério e informações - prevê o lançamento de uma segunda caixa, com reedições dos álbuns lançados pelo cantor entre 1962 e 1966. O que vai ajudar a preservar o legado dessa bela voz, calada em 11 de julho de 1973 quando um Boeing 707 da Varig, já ao fim da rota do voo 820 Rio-Paris, pegou fogo e fez pouso forçado em campo de cebolas quando se preparava para aterrissar no aeroporto de Orly, na Capital da França, país do filme que tinha projetado internacionalmente o canto de Agostinho dos Santos.
Aplausos ao Fróes por mais esta iniciativa NECESSÁRIA. Agostinho dos Santos é um dos maiores intérpretes de todos os tempos. Vou já atrás da minha Caixa e aguardo a segunda. Poxa, será que ele não conseguiria relançar uma caixa com os lps da Sylvinha Telles, já que a Universal fez só uma coletânea?
Carlos Navas
Por que o Discobertas não se interessa em relançar discos de Jacob do Bandolim na RCA (cujo acervo pertence à Sony/BMG) e de Waldir Azevedo na Continental (cujo acervo pertence à Warner)?
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