Título: Canção para voar
Artista: Vanessa Longoni
Gravadora: Edição independente da artista
Cotação: * * *
Cantora de formação lírica que também pôs sua voz a serviço do teatro ao longo de seus 15 anos de carreira, Vanessa Longoni é gaúcha de Porto Alegre (RS). Vem do frio, mas não faz da Estética do Frio o norte de seu segundo álbum, Canção para voar (2013), embora a vizinhança do Rio Grande com os países sul-americanos do Cone Sul provavelmente seja a responsável por Longoni dar sua voz a uma (bela) canção da compositora uruguaia Ana Prada, Hojas de tilo, faixa engrandecida pelas cordas arranjadas por Gastão Villeroy, produtor do disco ao lado de seu irmão Antonio Villeroy. Canção para voar também alça a voz de Longoni para recantos de um Brasil interiorano, evocado tanto na rítmica de Folia do Divino (Marcelo Delacroix e Rubem Penz) como nos versos imagéticos de Painho cuspiu (Eduardo Pitta e Alexandre Mello). Mas a rota sonora do disco segue trilha pop. Mercado (Délia Fischer) - tema que abre o disco, versando sobre feiras modernas que vendem a torto e a direito até sexo - já sinaliza uma sonoridade contemporânea, com uns suaves toques regionais, mas essencialmente atual e universal como o idioma pop de músicas como Canto d'alma (Vinicius Castro) e como Sobreviventes (Lula queiroga), faixa encorpada com cordas orquestradas pelo maestro Arthur Verocai. Em repertório que alça medianos voos melódicos, é justo destacar Bora, canção que indica necessidade de o universo pop brasileiro prestar mais atenção na produção autoral do compositor fluminense Eugenio Dale. Entre a poética feminina de Nascimento da Vênus (outra música da lavra da pianista e compositora carioca Délia Fischer) e a textura pop radiofônica de Fast folhinha (Antonio Villeroy), canção solar gravada em dueto com Serginho Moah (vocalista do grupo gaúcho Papas da Língua), Longoni se joga em Onda do mar (Pedro Mangia), tema em que o acordeom de Bebê Kramer evoca regionalismo leve como o canto da intérprete formada longe demais das capitais e como a atmosfera desse disco que tem seus momentos.
Um comentário:
Cantora de formação lírica que também pôs sua voz a serviço do teatro ao longo de seus 15 anos de carreira, Vanessa Longoni é gaúcha de Porto Alegre (RS). Vem do frio, mas não faz da Estética do Frio o norte de seu segundo álbum, Canção para voar (2013), embora a vizinhança do Rio Grande com os países sul-americanos do Cone Sul provavelmente seja a responsável por Longoni dar sua voz a uma (bela) canção da compositora uruguaia Ana Prada, Hojas de tilo, faixa engrandecida pelas cordas arranjadas por Gastão Villeroy, produtor do disco ao lado de seu irmão Antonio Villeroy. Canção para voar também alça a voz de Longoni para recantos de um Brasil interiorano, evocado tanto na rítmica de Folia do Divino (Marcelo Delacroix e Rubem Penz) como nos versos imagéticos de Painho cuspiu (Eduardo Pitta e Alexandre Mello). Mas a rota sonora do disco segue trilha pop. Mercado (Délia Fischer) - tema que abre o disco, versando sobre feiras modernas que vendem a torto e a direito até sexo - já sinaliza uma sonoridade contemporânea, com uns suaves toques regionais, mas essencialmente atual e universal como o idioma pop de músicas como Canto d'alma (Vinicius Castro) e como Sobreviventes (Lula queiroga), faixa encorpada com cordas orquestradas pelo maestro Arthur Verocai. Em repertório que alça medianos voos melódicos, é justo destacar Bora, canção que indica necessidade de o universo pop brasileiro prestar mais atenção na produção autoral do compositor fluminense Eugenio Dale. Entre a poética feminina de Nascimento da Vênus (outra música da lavra da pianista e compositora carioca Délia Fischer) e a textura pop radiofônica de Fast folhinha (Antonio Villeroy), canção solar gravada em dueto com Serginho Moah (vocalista do grupo gaúcho Papas da Língua), Longoni se joga em Onda do mar (Pedro Mangia), tema em que o acordeom de Bebê Kramer evoca regionalismo leve como o canto da intérprete formada longe demais das capitais e como a atmosfera desse disco que tem seus momentos.
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