Mauro Ferreira no G1

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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Coldplay se entristece em 'Ghost stories', mas sem a densidade do início

Resenha de CD
Título: Ghost stories
Artista: Coldplay
Gravadora: Parlophone Records / Warner Music
Cotação: * * * 

Esqueça a euforia que pontuou músicas como Viva la vida (2008) e Paradise (2011), moldando o som do Coldplay para as arenas. Com nove músicas inéditas assinadas pelos quatro músicos do grupo britânico (Chris Martin, Guy Berryman, Jonny Buckland e Will Champion), Ghost stories - sexto álbum de estúdio da banda, lançado neste mês de maio de 2014 - devolve ao Coldplay uma melancolia que remete ao início de sua discografia. A tristeza é senhora porque - bem no início da gravação do álbum - o vocalista Chris Martin se separou da atriz norte-americana Gwyneth Paltrow. Assunto de faixas como Another's arms (canção pontuada pelos vocais diáfanos da cantora inglesa Jane Weaver) e True love (canção de versos triviais), a dor de amor é expiada em Ghost stories. Só que a expiação é mais rasa. Sem a densidade dos primeiros melancólicos álbuns do grupo, caso de A rush of blood to the head (2002), Ghost stories se revela título menor na discografia do Coldplay. Musicalmente, o cinzento álbum resultou fortemente eletrônico. Aliás, a trama de sintetizadores que encorpa Midnight merece menção honrosa. Estrategicamente eleito o primeiro single oficial do álbum, Magic se impõe como a música em si mais interessante de CD que evoca a ambient music de Brian Eno na faixa de abertura, Always in my head. Ink é outro destaque de repertório povoado por baladas como Oceans. Dentro dessa atmosfera melancólica, A sky full of stars cumpre a função de animar disco de energia baixa. Com Tim Bergling na coautoria, a música joga Ghost stories na pista, esboçando a euforia que vinha pautando o som do Coldplay. Mas a balada O retoma o clima tristonho do CD no toque do piano de Martin e arremata álbum que esconde tema etéreo ao fim dessa última faixa oficial, reiterando que o Coldplay já teve dias e discos mais felizes... 

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Esqueça a euforia que pontuou músicas como Viva la vida (2008) e Paradise (2011), moldando o som do Coldplay para as arenas. Com nove músicas inéditas assinadas pelos quatro músicos do grupo britânico (Chris Martin, Guy Berryman, Jonny Buckland e Will Champion), Ghost stories - sexto álbum de estúdio da banda, lançado neste mês de maio de 2014 - devolve ao Coldplay uma melancolia que remete ao início de sua discografia. A tristeza é senhora porque - bem no início da gravação do álbum - o vocalista Chris Martin se separou da atriz norte-americana Gwyneth Paltrow. Assunto de faixas como Another's arms (canção pontuada pelos vocais diáfanos da cantora inglesa Jane Weaver) e True love (canção de versos triviais), a dor de amor é expiada em Ghost stories. Só que a expiação é mais rasa. Sem a densidade dos primeiros melancólicos álbuns do grupo, caso de A rush of blood to the head (2002), Ghost stories se revela título menor na discografia do Coldplay. Musicalmente, o cinzento álbum resultou fortemente eletrônico. Aliás, a trama de sintetizadores que encorpa Midnight merece menção honrosa. Estrategicamente eleito o primeiro single oficial do álbum, Magic se impõe como a música em si mais interessante de CD que evoca a ambient music de Brian Eno na faixa de abertura, Always in my head. Ink é outro destaque de repertório povoado por baladas como Oceans. Dentro dessa atmosfera melancólica, A sky full of stars cumpre a função de animar disco de energia baixa. Com Tim Bergling na coautoria, a música joga Ghost stories na pista, esboçando a euforia que vinha pautando o som do Coldplay. Mas a balada O retoma o clima tristonho do CD no toque do piano de Martin e arremata álbum que esconde tema etéreo ao fim dessa última faixa oficial, reiterando que o Coldplay já teve dias e discos mais felizes..

Daniel disse...

Achei o album mais fraco da discografia deles. Só me interessaram de fato A Sky Full of Stars e mais ou menos Magic. Tb acho que entristeceram sem ganhos de qualidade. Quero instrumentos de verdade e as letras e melodias do Coldplay de volta. Mas ao que parece esse é um projeto intermediário de transição, por isso é um album curto, com tour provavelmente curta também para já lancar em breve um album de maior grandeza.