Título: Xscape
Artista: Michael Jackson
Gravadora: Epic Records / Sony Music
Cotação: * * * 1/2
Por mais que sua existência seja fruto de interesses financeiros, e isso não o diferencia da maior parte dos CDs despejados nas lojas pelas multinacionais do disco, Xscape é o melhor álbum póstumo possível de Michael Jackson (1958 - 2009). Alçado instantaneamente ao topo das paradas de mais de 50 países ao ser lançado em escala mundial pela Sony Music em 13 de maio de 2014, Xscape é álbum digno na medida em que pode ser digno um disco de sobras fabricado - no caso, por um time de produtores capitaneados pelo eficiente Timbaland - a partir de exumações da obra de um artista que já saiu de cena. Como seu antecessor Michael (2010), Xscape jamais depõe contra a memória do Rei do Pop. Aliás, Xscape se parece mais como um álbum de Jackson do que Michael. A impressão deixada pelo disco - posto com atraso nas lojas do Brasil pela Sony Music - é a mesma de sua música-título Xscape (Michael Jackson, Rodney Jerkins, LaShawn Daniels e Fred Jerkins III), datada de 1999 e originária das sessões de gravação do último álbum de inéditas do artista norte-americano, Invincible (Sony Music, 2001): dá para reconhecer o d.n.a. do som de Michael nessa faixa e nas outras sete gravações inéditas de músicas também oficialmente inéditas que compõem o repertório de Xscape em registros feitos entre 1983 e 1999. Não, não há uma grande música entre essas oito composições. Mas há boas músicas entre elas - e isso, diante das circunstâncias, é fato que merece ser louvado. Faixa originada a partir de take de 1983, a balada Love never felt so good (Michael Jackson e Paul Anka - com produção de John McClain e Giorgio Tuinfort) é uma delas. Tema de batida dançante gravado por Jackson em 1998, A place with no name (Dewey Bunnell, Michael Jackson e Dr. Freeze em adaptação de A horse with no name, composição lançada em 1972 pelo grupo America) e Slave to the rhythm (L.A. Reid, Kenneth Edmonds - Babyface - Daryl Simmons e Kevin Roberson) - música originária das sessões de gravação do álbum Dangerous (1991) - também fazem Xscape valer a pena. Justiça seja feita: por mais que as gravações tenham sido maquiadas pelos produtores, sob o comando de Timbaland, dá para reconhecer a pegada do som de Michael Jackson na levada funkeada de Chicago (Cory Rooney) e no acento r & b da balada Loving you (Michael Jackson). Chicago é sobra do já mencionado álbum Invincible. Loving you entraria no álbum Bad (Epic Records / Sony Music, 1987). Completam Xscape Do you know where your children are? (Michael Jackson) - um tema das sessões de Bad que chama atenção para o abandono infantil e que soa polêmico pelo fato de o cantor ter sido judicialmente acusado de molestar crianças - e Blue gangsta (Michael Jackson e Dr. Freeze), faixa de tonalidade sombria que seria oriunda das sessões do álbum Invincible. Enfim, Xscape é um disco de sobras. Só que, aprimoradas em estúdio, tais sobras soam mais sedutoras do que muito material novo produzido atualmente no universo pop. O que faz com que Xscape, em última análise, reitere a genialidade atípica de Michael Jackson e mereça o sucesso obtido nas duas últimas semanas, cumprindo sua (maior) função no mercado.
2 comentários:
Por mais que sua existência seja fruto de interesses financeiros, e isso não o diferencia da maior parte dos CDs despejados nas lojas pelas multinacionais do disco, Xscape é o melhor álbum póstumo possível de Michael Jackson (1958 - 2009). Alçado instantaneamente ao topo das paradas de mais de 50 países ao ser lançado em escala mundial pela Sony Music em 13 de maio de 2014, Xscape é álbum digno na medida em que pode ser digno um disco de sobras fabricado - no caso, por um time de produtores capitaneados pelo eficiente Timbaland - a partir de exumações da obra de um artista que já saiu de cena. Como seu antecessor Michael (2010), Xscape jamais depõe contra a memória do Rei do Pop. Aliás, Xscape se parece mais como um álbum de Jackson do que Michael. A impressão deixada pelo disco - posto com atraso nas lojas do Brasil pela Sony Music - é a mesma de sua música-título Xscape (Michael Jackson, Rodney Jerkins, LaShawn Daniels e Fred Jerkins III), originária das sessões de gravação do último álbum de inéditas do artista norte-americano, Invincible (Sony Music, 2001): dá para reconhecer o d.n.a. do som de Michael nessa faixa e nas outras sete gravações inéditas de músicas também oficialmente inéditas que compõem o repertório de Xscape em registros feitos entre 1983 e 1999. Não, não há uma grande música entre essas oito composições. Mas há boas músicas entre elas - e isso, diante das circunstâncias, é fato que merece ser louvado. Descoberta em take de 1983, a balada Love never felt so good (Michael Jackson, Paul Anka, John McClain e Giorgio Tuinfort) é uma delas. De batida dançante, A place with no name (adaptação de A horse with no name, composição do grupo America) e Slave to the rhythm (L.A. Reid, Kenneth Edmonds - Babyface - e Timothy Mosley) - ambas músicas originárias das sessões de gravação do álbum Dangerous (1991) - também fazem Xscape valer a pena. Justiça seja feita: por mais que as gravações tenham sido maquiadas pelos produtores, sob o comando de Timbaland, dá para reconhecer a pegada do som de Michael Jackson na levada funkeada de Chicago (Cory Rooney e Timothy Mosley) e no acento r & b da balada Loving you (Michael Jackson e Timothy Mosley). Chicago é sobra do já mencionado álbum Invincible. Loving you entraria no álbum Bad (Epic Records / Sony Music, 1987). Completam Xscape Do you know where your children are? - tema das sessões de Bad que chama atenção para o abandono infantil e que soa polêmico pelo fato de o cantor ter sido judicialmente acusado de molestar crianças - e Blue gangsta, faixa de tonalidade sombria que seria oriunda das sessões do álbum Invincible. Enfim, Xscape é um disco de sobras. Só que, aprimoradas em estúdio, tais sobras soam mais sedutoras do que muito material novo produzido atualmente no universo pop. O que faz com que Xscape, em última análise, reitere a genialidade atípica de Michael Jackson e faça jus ao sucesso obtido nas duas últimas semanas.
Exatamente como a cantora Sheryl Crow afirmou no documentário BAD 25 do Spike lee: "O Michael modificava as moléculas". Eu acho que ele ainda está modificando as moléculas(rs). Apesar da grana que rola em tudo isso, o disco é bem dançante e gostoso de ouvir, as músicas vibram com muita ternura e respeito á obra do Michael. Na versão de luxo á emoção é grande, onde é possivél conferir as "demos" das oito faixas deste disco, é o Michael cru e genial! Obs: Só não gostei muito do encarte, achei que merecia mais fotos..não tem fotos, somente um poster.Deveriam ter colocado fotos de cada época de cada demo, mas enfim é apenas um pequeno detalhe.Michael Forever:)
Postar um comentário