quinta-feira, 8 de maio de 2014

'The changing lights' ilumina e reforça laço de Kent com a bossa do Brasil

Resenha de CD
Título: The changing lights
Artista: Stacey Kent
Gravadora: Parlophone Records / Warner Music
Cotação: * * * 1/2

Somente a categoria vocal com que Stacey Kent percorre os caminhos melódicos da majestosa Estrada branca (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958) - em registro da versão em inglês de Gene Lees (intitulada This happy madness) que começa como balada e cai no sambossa - já valeria este álbum em que a cantora norte-americana de pop jazz estreita laços com a música do Brasil. Recém-lançado no Brasil pela Warner Music, herdeira do catálogo da Parlophone Records, The changing lights (2013) ilumina a leveza com que Kent aborda músicas do cancioneiro da Bossa Nova. Para amantes do jazz puro, One note samba e How insensitive podem soar como mais um registro em inglês do Samba de uma nota só (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1959) e de Insensatez (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1961), respectivamente. Contudo, na discografia de Kent, os standards brasileiros reforçam a ligação da intérprete com esse requintado universo que pôs o Brasil no mapa-múndi da música a partir dos anos 1960. Universo que os compositores Jim Tomlinson (saxofonista norte-americano casado com Kent) e Kazuo Ishguro evocam de forma convincente no sambossa Waiter, oh waiter e na música-título The changing lights. Dentro desse ambiente impregnado de leveza, O barquinho (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli, 1961) desliza por águas límpidas com seus versos originais em português com o arranjo e a guitarra eletroacústica de Roberto Menescal. A propósito, o álbum - gravado entre Estados Unidos, Brasil e Inglaterra sob a fina produção de Tomlinson - reflete a luz da mudança sobretudo e somente quando a poliglota Kent canta algumas músicas em fluente português. A língua portuguesa é o idioma de duas das seis inéditas apresentadas pela cantora neste álbum repleto de frescor. A curiosidade é que as baladas Mais uma vez e A tarde são canções de Tomlinson letradas pelo compositor português Antonio Ladeira. Nessas faixas, em sintonia com as letras de Ladeira, Kent esboça certo clima denso que até destoa da atmosfera deste álbum cheio de charme. Stacey Kent tem sua bossa.

5 comentários:

  1. Somente a categoria vocal com que Stacey Kent percorre os caminhos melódicos da majestosa Estrada branca (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958) - em registro da versão em inglês de Gene Lees (intitulada This happy madness) que começa como balada e cai no sambossa - já valeria este álbum em que a cantora norte-americana de pop jazz estreita laços com a música do Brasil. Recém-lançado no Brasil pela Warner Music, herdeira do catálogo da Parlophone Records, The changing lights (2013) ilumina a leveza com que Kent aborda músicas do cancioneiro da Bossa Nova. Para amantes do jazz puro, One note samba e How insensitive podem soar como mais um registro em inglês do Samba de uma nota só (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1959) e de Insensatez (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1961), respectivamente. Contudo, na discografia de Kent, os standards brasileiros reforçam a ligação da intérprete com esse requintado universo que pôs o Brasil no mapa-múndi da música a partir dos anos 1960. Universo que os compositores Jim Tomlinson (saxofonista norte-americano casado com Kent) e Kazuo Ishguro evocam de forma convincente no sambossa Waiter, oh waiter e na música-título The changing lights. Dentro desse ambiente impregnado de leveza, O barquinho (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli, 1961) desliza por águas límpidas com seus versos originais em português com o arranjo e a guitarra eletroacústica de Roberto Menescal. A propósito, o álbum - gravado entre Estados Unidos, Brasil e Inglaterra sob a fina produção de Tomlinson - reflete a luz da mudança sobretudo e somente quando a poliglota Kent canta algumas músicas em fluente português. A língua portuguesa é o idioma de duas das seis inéditas apresentadas pela cantora neste álbum repleto de frescor. A curiosidade é que as baladas Mais uma vez e A tarde são canções de Tomlinson letradas pelo compositor português Antonio Ladeira. Nessas faixas, em sintonia com as letras de Ladeira, Kent esboça certo clima denso que até destoa da atmosfera deste álbum cheio de charme. Stacey Kent tem sua bossa.

    ResponderExcluir
  2. Só duas coisas sobre Stacey Kent:

    - Nesse cd ela canta How insensitive mudando o "he/she" do objecto para "you" o que faz a música muito mais forte emocionalmente. Isso demonstra a grande cantora e o inteligente que ela é (já fez o mesmo com uma música do Gershwin cantando a introduçao no meio das estrofes). De todas as versoes que conheço em inglés é a única cantada assim.

    - Vi ela ao vivo há 3 dias com o quarteto e corda francês Quatour Ebene, foi um show mágico. Eles sao uns feras e ela é simpática, e tem um estilo fora de série. Cantou muito en portugués (Jobim) mas também músicas do Marcos Valle, Michael Jackson, do seu marido Jim Tomlinson, Chaplin etc. Bom show.

    ResponderExcluir
  3. A Stacey eh realmente uma cantora espetacular! No CD do Marcos Valle ela dah um show de elegância, técnica e emoção.

    ResponderExcluir
  4. Esperei muito por esse cd. Não consigo parar de ouvir. é um luxo!!!
    Adoro Stacey.

    ResponderExcluir
  5. Stacey é fantástica. Canta bem, tem um timbre e uma dicção lindos. Além de ser muito simpática!!!

    ResponderExcluir

Este é um espaço democrático para a emissão de opiniões, sobretudo as divergentes. Contudo, qualquer comentário feito com agressividade ou ofensas - dirigidas a mim, aos artistas ou aos leitores do blog - será recusado. Grato pela participação, Mauro Ferreira

P.S.: Para comentar, é preciso ter um gmail ou qualquer outra conta do google.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.