Título: VIBRAASIL - Beats celebration
Artista: Carlinhos Brown
Gravadora: Edição independente do artista
Cotação: * * *
Carlinhos Brown é brasileiro com muito orgulho e com muito amor. Em VIBRAAASIL - Beats celebration, álbum de inéditas lançado pelo artista baiano neste mês de junho de 2014 com inspiração na Copa do Mundo, o futeboleiro - como Brown se autodefine em vibrantes faixas percussivas como Que orgulho - entra em campo munido de empolgação ufanista. Lance surpreendente para quem lançou em janeiro Marabô, álbum também de inéditas que festejou os 35 Carnavais do cantor, compositor e percussionista, VIBRAAASIL é disco que celebra o Brasil e a seleção orquestrada pelo técnico Luiz Felipe Scolari. O tom de exaltação é tão exacerbado em algumas músicas que o samba-marcha Time gaiato até tem cara de jingle promocional do país e dos jogadores brasileiros que estão em campos nacionais na luta pelo hexacampeonato. Justiça seja feita: o CD inclui temas realmente vibrantes como o axé timbaleiro Faz um, Brasil (Olê, olá) - faixa quase vinheta que reverbera sons incendiários das torcidas nos estádios - e o samba Vibraasil (Seleção 100). Disco animado pela propagação do espírito de superação, VIBRAASIL peca até pelo excesso de exaltações do povo brasileiro e dos jogadores. Esse tom ufanista é perceptível já no reggae que abre o CD, Campeões do amor, com versos como "A gente faz a vida virar show". Em contrapartida, o repertório - embora enraizado no suingue e no baticum nacionais - extrapola as fronteiras nacionais. Cantada em inglês, I'm fine team goal é bate-estaca eletrônico que embute sons que remetem eventualmente aos sons da Banda de Pífanos de Caruaru. Em outra latitude, Nota de dólar e Tô mimi entram no baile na cadência do pancadão do funk carioca, sendo que Tô mimi - tema batizado com corruptela de tô me mijando - passa a mensagem cívica-social do disco, pregando o uso do banheiro químico nas comemorações coletivas. Em clima latino, O amor supera tudo (Oyê) tem vibe que evoca o som de Manu Chao. Já Trio do Rio tem sotaque americanizado, quase caindo no suingue estilo macumba para turista. E por falar em turistas, Pode ficar à vontade dá as boas vindas aos turistas e delegações estrangeiras na cadência empolgada do samba. E por falar em samba, Meninas, chocalho põe na roda o molho do Recôncavo Baiano e um diálogo de seu verso-refrão-título com Morena de Angola, afro-samba de 1980 composto pelo carioca Chico Buarque para a cantora mineira Clara Nunes (1942 - 1983). No fim, Sacode a caxirola é vinheta instrumental que cita no título o controvertido instrumento criado por Brown, futeboleiro animado que contribui com a criação de uma trilha sonora para a Copa do Mundo de 2014 numa sintonia com o espírito vibrante do povo brasileiro.
5 comentários:
Carlinhos Brown é brasileiro com muito orgulho e com muito amor. Em VIBRAAASIL - Beats celebration, álbum de inéditas lançado pelo artista baiano neste mês de junho de 2014 com inspiração na Copa do Mundo, o futeboleiro - como Brown se autodefine em vibrantes faixas percussivas como Que orgulho - entra em campo munido de empolgação ufanista. Lance surpreendente para quem lançou em janeiro Marabô, álbum também de inéditas que festejou os 35 Carnavais do cantor, compositor e percussionista, VIBRAAASIL é disco que celebra o Brasil e a seleção orquestrada pelo técnico Luiz Felipe Scolari. O tom de exaltação é tão exacerbado em algumas músicas que o samba-marcha Time gaiato até tem cara de jingle promocional do país e dos jogadores brasileiros que estão em campos nacionais na luta pelo hexacampeonato. Justiça seja feita: o CD inclui temas realmente vibrantes como o axé timbaleiro Faz um, Brasil (Olê, olá) - faixa quase vinheta que reverbera sons incendiários das torcidas nos estádios - e o samba Vibraasil (Seleção 100). Disco animado pela propagação do espírito de superação, VIBRAASIL peca até pelo excesso de exaltações do povo brasileiro e dos jogadores. Esse tom ufanista é perceptível já no reggae que abre o CD, Campeões do amor, com versos como "A gente faz a vida virar show". Em contrapartida, o repertório - embora enraizado no suingue e no baticum nacionais - extrapola as fronteiras nacionais. Cantada em inglês, I'm fine team goal é bate-estaca eletrônico que embute sons que remetem eventualmente aos sons da Banda de Pífanos de Caruaru. Em outra latitude, Nota de dólar e Tô mimi entram no baile na cadência do pancadão do funk carioca, sendo que Tô mimi - tema batizado com corruptela de tô me mijando - passa a mensagem cívica-social do disco, pregando o uso do banheiro químico nas comemorações coletivas. Em clima latino, O amor supera tudo (Oyê) tem vibe que evoca o som de Manu Chao. Já Trio do Rio tem sotaque americanizado, quase caindo no suingue estilo macumba para turista. E por falar em turistas, Pode ficar à vontade dá as boas vindas aos turistas e delegações estrangeiras na cadência empolgada do samba. E por falar em samba, Meninas, chocalho põe na roda o molho do Recôncavo Baiano e um diálogo de seu verso-refrão-título com Morena de Angola, afro-samba de 1980 composto pelo carioca Chico Buarque para a cantora mineira Clara Nunes (1942 - 1983). No fim, Sacode a caxirola é vinheta instrumental que cita no título o controvertido instrumento criado por Brown, futeboleiro animado que contribui com a criação de uma trilha sonora para a Copa do Mundo de 2014 numa sintonia com o espírito vibrante do povo brasileiro.
e esse CD vai ser encontrado aonde ? Marabô eu só achei na net pra fazer download.
No iTunes, Cáffaro. Até onde sei! Abs, MauroF
Parece que essa é a terceira parceria de Brown com o produtor Fernando Deeplick. Gosto das músicas de Brown, mas desde Mixturada Brasileira, ele peca no excesso de autotune, o que deixa seu som, orgânico e eletrônico, muito plastificado.
Carlinhos Brown é a brejeirice nacional para gringo ver, puro marketing sem muito valor nas verdadeiras raízes baianas ou brasileiras.
Postar um comentário