Título: Eu raio X ao vivo
Artista: Isabella Taviani
Gravadora: Coqueiro Verde Records
Cotação: * * *
O fato de a primeira tiragem do kit de CD e DVD Eu raio x ao vivo já estar esgotada em lojas do Rio de Janeiro (RJ) faz transparecer no mercado fonográfico as paixões movidas pela cantora e compositora carioca Isabella Taviani. O registro audiovisual do show gravado ao vivo na cidade natal da artista - em 25 de setembro de 2013, no Imperator, casa de shows do Centro Cultural João Nogueira - expõe com nitidez as digitais autorais desta cantora e compositora que, ao lançar seu primeiro álbum em 2003, foi instantaneamente comparada a Ana Carolina por atiçar paixões e canções que remetiam ao universo de sua colega mineira. Uma década depois, ao receber no palco do Imperator convidados como Moska e Zélia Duncan para concretizar sua segunda gravação ao vivo, Taviani já tinha delineado com maior precisão sua assinatura artística, pessoal e intransferível. O duplo Eu raio x ao vivo - produto que anexa ao DVD um CD com 14 dos 20 números do show - é fruto dessa independência artística, tal como o álbum de estúdio que originou o show, Eu raio x (IT Produções / Microservice, 2012). Não se detecta na radiografia dos primeiros dez anos de carreira fonográfica as nocivas interferências externas de gravadora, perceptíveis em escolhas do anterior DVD Isabella Taviani ao vivo (Universal Music, 2005). Eu raio x ao vivo expõe Taviani sem filtro. É ela por ela. Ou por elas, em alguns momentos. Afinal, a parceria da cantora e compositora Myllena parece fundamental na construção das quatro inéditas autorais inseridas no roteiro de caráter retrospectivo em que lamenta-se a ausência de Presente-passado (Isabella Taviani, 2009), uma das canções mais bonitas do cancioneiro autoral da artista. Das inéditas, a balada Se assim for é a que mais parece conservar as digitais iniciais da obra da cantora e compositora. O bolero Ao telefone (Isabella Taviani e Myllena) também está entranhado nos meandros das canções de amor. Em contrapartida, o samba-rock Galega brasileira (Isabella Taviani e Myllena) parece radiografar outra cantora, mais aberta ao suingue, enquanto Queria ver você no meu lugar (Isabella Taviani e Myllena) - tema de tons intensos, gravado em dueto com Zélia Duncan, amiga e parceria (em Arranjo, outra ausência sentido na radiografia) - ambienta Taviani em atmosfera roqueira que ecoa e se expande na regravação de Luxúria (Isabella Taviani, 2014), trunfo do fim do roteiro. Das regravações, a de Diga sim para mim é a mais surpreendente e eficaz. A música do álbum Diga sim (Universal Music, 2007) ganhou frescor na levada do xote, em registro feito com a leoa do Norte Elba Ramalho. Mas a canção que promove Eu raio x ao vivo é a seminal Digitais (Isabella Taviani, 2003), revivida pela autora com Moska, como se a volta ao começo prenunciasse o início de um novo ciclo. Enfim, na batida de coração que se recusa a bater devagar, Isabella Taviani revisa dez anos de carreira sustentada por fiel público. O fato de a artista já se expor na abertura do DVD - em cena que mostra a raspagem de seus cabelos (atualmente crescidos e aloirados) - ratifica a intenção de fazer registro transparente.
3 comentários:
O fato de a primeira tiragem do kit de CD e DVD Eu raio x ao vivo já estar esgotada em lojas do Rio de Janeiro (RJ) faz transparecer no mercado fonográfico as paixões movidas pela cantora e compositora carioca Isabella Taviani. O registro audiovisual do show gravado ao vivo na cidade natal da artista - em 25 de setembro de 2013, no Imperator, casa de shows do Centro Cultural João Nogueira - expõe com nitidez as digitais autorais desta cantora e compositora que, ao lançar seu primeiro álbum em 2003, foi instantaneamente comparada a Ana Carolina por atiçar paixões e canções que remetiam ao universo de sua colega mineira. Uma década depois, ao receber no palco do Imperator convidados como Moska e Zélia Duncan para concretizar sua segunda gravação ao vivo, Taviani já tinha delineado com maior precisão sua assinatura artística, pessoal e intransferível. O duplo Eu raio x ao vivo - produto que anexa ao DVD um CD com 14 dos 20 números do show - é fruto dessa independência artística, tal como o álbum de estúdio que originou o show, Eu raio x (IT Produções / Microservice, 2012). Não se detecta na radiografia dos dez anos de carreira fonográfica as nocivas interferências externas de gravadora, perceptíveis em escolhas do anterior DVD Isabella Taviani ao vivo (Universal Music, 2005). Eu raio x ao vivo expõe Taviani sem filtro. É ela por ela. Ou por elas, em alguns momentos. Afinal, a parceria da cantora e compositora Myllena parece fundamental na construção das quatro inéditas autorais inseridas no roteiro de caráter retrospectivo em que lamenta-se a ausência de Presente-passado (Isabella Taviani, 2009), uma das canções mais bonitas do cancioneiro autoral da artista. Das inéditas, a balada Se assim for é a que mais parece conservar as digitais iniciais da obra da cantora e compositora. O bolero Ao telefone (Isabella Taviani e Myllena) também está entranhado nos meandros das canções de amor. Em contrapartida, o samba-rock Galega brasileira (Isabella Taviani e Myllena) parece radiografar outra cantora, mais aberta ao suingue, enquanto Queria ver você no meu lugar (Isabella Taviani e Myllena) - tema de tons intensos, gravado em dueto com Zélia Duncan, amiga e parceria (em Arranjo, outra ausência sentido na radiografia) - ambienta Taviani em atmosfera roqueira que ecoa e se expande na regravação de Luxúria (Isabella Taviani, 2014), trunfo do fim do roteiro. Das regravações, a de Diga sim para mim é a mais surpreendente e eficaz. A música do álbum Diga sim (Universal Music, 2007) ganhou frescor na levada do xote, em registro feito com a leoa do Norte Elba Ramalho. Mas a canção que promove Eu raio x ao vivo é a seminal Digitais (Isabella Taviani, 2003), revivida pela autora com Moska, como se a volta ao começo prenunciasse o início de um novo ciclo. Enfim, na batida de coração que se recusa a bater devagar, Isabella Taviani revisa dez anos de carreira sustentada por fiel público. O fato de a artista já se expor na abertura do DVD - em cena que mostra a raspagem de seus cabelos (atualmente crescidos e aloirados) - ratifica a intenção de fazer registro transparente.
Eu assisti no Canal Brasil e também me agradou muito.
A abertura do DVD, com a raspagem dos cabelos, é de uma beleza cativante.
E Isabella está cantando muito bem e cada vez melhor.
Senti falta de ouvi-la cantando músicas de outros compositores, para expandir um pouco o universo musical dela. Mas entendo que se trata de um trabalho restropectivo, por isso privilegiando as suas composições.
abração,
Denilson
...belíssima postagem! Por mais que eu não concorde com alguns pontos (digo, algumas canções), a transparência da sua escrita é invejável!Parabéns! E viva IT!
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