terça-feira, 17 de junho de 2014

Sem perder sua ironia venenosa, Allen roça a perfeição pop em 'Sheezus'

Resenha de CD
Título: Sheezus
Artista: Lily Allen
Gravadora: Parlophone Records / Warner Music
Cotação: * * * *

Lily Allen já atingiu o pop perfeito em seu segundo álbum, It's not me, It's you (Regal Recordins / Parlophone Records, 2009). No sucessor Sheezus, apresentado cinco anos depois e já lançado no Brasil via Warner Music, Lily Rose Beatrice Cooper roça essa perfeição pop. Nem todas as doze músicas ostentam o mesmo poder de sedução dos singles Air balloon e Our time, mas Sheezus é disco consistente, o primeiro após parada estratégica da artista britânica para se dedicar à sua vida pessoal. Allen já é uma mulher, mãe de um filho. Tal estado se reflete em letras como as de As long as I got you - faixa arranjada com toques de country - e Close your eyes, romântico convite ao sexo conjugal. Majoritariamente assinado por Allen com o produtor Greg Kurstin, o repertório gravita em torno do universo electro-pop, com eventuais flertes com o r & b, sobretudo na balada Insincerely yours, cuja letra parece remeter criticamente (pela repetição do 'money, money, money') a Price tag, hit da cantora inglesa Jessie J. Sheezus é disco que jamais prima pela originalidade. Ao contrário: uma música como L8 CMMR, por exemplo, poderia figurar em disco de qualquer cantora norte-americana que ambiciona o topo da parada dos EUA. Contudo, no caso dos discos de Allen, as letras são sempre um ponto a favor. Os versos de Sheezus estão menos ácidos, mas conservam ironia e veneno, como pode ser percebido em URL Badman, alfinetada nos navegantes que agridem pessoas na web com a segurança de estarem atrás da tela do computador A feminina música-título Sheezus, a propósito, alude com mordacidade ao último álbum solo do rapper norte-americano Kanye West enquanto dispara farpas nas rivais de Allen. Na contramão, Take my place é balada em que Allen baixa a guarda, se mostrando mais vulnerável e sofrida. Já a dançante Life for me tem latinidade estranha ao universo do disco, sinalizando que ainda há territórios musicais a serem explorados por Lily Allen em sua frutífera busca pelo pop perfeito.

3 comentários:

  1. Lily Allen já atingiu o pop perfeito em seu segundo álbum, It's not me, It's you (Regal Recordins / Parlophone Records, 2009). No sucessor Sheezus, apresentado cinco anos depois e já lançado no Brasil via Warner Music, Lily Rose Beatrice Cooper roça essa perfeição pop. Nem todas as doze músicas ostentam o mesmo poder de sedução dos singles Air balloon e Our time, mas Sheezus é disco consistente, o primeiro após parada estratégica da artista britânica para se dedicar à sua vida pessoal. Allen já é uma mulher, mãe de um filho. Tal estado se reflete em letras como as de As long as I got you - faixa arranjada com toques de country - e Close your eyes, romântico convite ao sexo conjugal. Majoritariamente assinado por Allen com o produtor Greg Kurstin, o repertório gravita em torno do universo electro-pop, com eventuais flertes com o r & b, sobretudo na balada Insincerely yours, cuja letra parece remeter criticamente (pela repetição do 'money, money, money') a Price tag, hit da cantora inglesa Jessie J. Sheezus é disco que jamais prima pela originalidade. Ao contrário: uma música como L8 CMMR, por exemplo, poderia figurar em disco de qualquer cantora norte-americana que ambiciona o topo da parada dos EUA. Contudo, no caso dos discos de Allen, as letras são sempre um ponto a favor. Os versos de Sheezus estão menos ácidos, mas conservam ironia e veneno, como pode ser percebido em URL Badman, alfinetada nos navegantes que agridem pessoas na web com a segurança de estarem atrás da tela do computador A feminina música-título Sheezus, a propósito, alude com mordacidade ao último álbum solo do rapper norte-americano Kanye West enquanto dispara farpas nas rivais de Allen. Na contramão, Take my place é balada em que Allen baixa a guarda, se mostrando mais vulnerável e sofrida. Já a dançante Life for me tem latinidade estranha ao universo do disco, sinalizando que ainda há territórios musicais a serem explorados por Lily Allen em sua frutífera busca pelo pop perfeito.

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  3. O disco é bonzinho, mas nada se iguala ao segundo. Porque desses artistas cantando hip hop e dance, o mercado já está banalizado.

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