Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


terça-feira, 29 de julho de 2014

'Blunderbuss' torna menos marcante 'Lazaretto', o segundo solo de White

Resenha de CD
Título: Lazaretto
Artista: Jack White
Gravadora: Third Man Records / Sony Music
Cotação: * * * 1/2

Se o segundo (bom) álbum solo de Jack White, Lazaretto, tivesse sido lançado antes de seu antecessor, Blunderbuss (Third Man Records / Sony Music, 2012), possivelmente seria recebido com maior entusiasmo. A questão é que o cantor, compositor e guitarrista norte-americano debutou na carreira solo há dois anos com álbum revigorante, que - mesmo evocando o som feito pelo artista no duo The White Stripes de 1997 a 2011 - soou paradoxalmente renovador ao amalgamar as referências musicais de Jack e ao juntar seus cacos emocionais, espalhados em 2011 por conta da dissolução do casamento do cantor com a modelo Karen Elson. Diante de Blunderbuss, Lazaretto soa quase como um anticlímax. Está tudo lá: a predominância do azul na capa, a mistura azeitada de rock e blues - mote do álbum, sobretudo em músicas como Three women, Just one drink (faixa prejudicada pela imersão-clichê no universo da bebida) e High ball stepper (tema de clima sombrio) - e as influências do country  (em I think I found the culprit e em Temporary ground) e do folk (Alone in my home, música mais pop do repertório autoral). Contudo, tudo isso resulta menos marcante em Lazaretto. White não dá um adiante com este segundo álbum solo, produzido pelo próprio artista. Uma certa sujeira é detectada em algumas faixas, sobretudo na música-título Lazaretto. Em essência, o disco soa previsível, já que revolve as raízes da música norte-americana - matéria-prima do som de Jack desde o duo The White Stripes - sem um toque de novidade e uma chama especial. Mas Lazaretto, álbum encerrado com a balada Want and able, jamais sai dos trilhos com seu som gerado através de mix de guitarras e piano. A questão é que deve ser ouvido sem expectativas.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Se o segundo (bom) álbum solo de Jack White, Lazaretto, tivesse sido lançado antes de seu antecessor, Blunderbuss (Third Man Records / Sony Music, 2012), possivelmente seria recebido com maior entusiasmo. A questão é que o cantor, compositor e guitarrista norte-americano debutou na carreira solo há dois anos com álbum revigorante, que - mesmo evocando o som feito pelo artista no duo The White Stripes de 1997 a 2011 - soou paradoxalmente renovador ao amalgamar as referências musicais de Jack e ao juntar seus cacos emocionais, espalhados em 2011 por conta da dissolução do casamento do cantor com a modelo Karen Elson. Diante de Blunderbuss, Lazaretto soa quase como um anticlímax. Está tudo lá: a predominância do azul na capa, a mistura azeitada de rock e blues - mote do álbum, sobretudo em músicas como Three women, Just one drink (faixa prejudicada pela imersão-clichê no universo da bebida) e High ball stepper (tema de clima sombrio) - e as influências do country (em I think I found the culprit e em Temporary ground) e do folk (Alone in my home, música mais pop do repertório autoral). Contudo, tudo isso resulta menos marcante em Lazaretto. White não dá um adiante com este segundo álbum solo, produzido pelo próprio artista. Uma certa sujeira é detectada em algumas faixas, sobretudo na música-título Lazaretto. Em essência, o disco soa previsível, já que revolve as raízes da música norte-americana - matéria-prima do som de Jack desde o duo The White Stripes - sem um toque de novidade e uma chama especial. Mas Lazaretto, álbum encerrado com a balada Want and able, jamais sai dos trilhos com seu som gerado através de mix de guitarras e piano. A questão é que deve ser ouvido sem expectativas.