♪ Com capa que expõe Lulu Santos com sua mãe em foto tirada em 1958 em frente à Casa Branca, nos Estados Unidos, o álbum Luiz Maurício - o primeiro disco de inéditas do cantor e compositor carioca em cinco anos - traz as primeiras parcerias de Lulu com Dadi Carvalho e com Lincoln Olivetti. Com Dadi, Lulu assina SDV (Segue de volta?). Com Olivetti, a colaboração acontece no tema instrumental Drones. Eis - com todas as informações sobre o CD lançado pela gravadora Sony Music neste mês de outubro de 2014 - o texto que apresenta Luiz Maurício aos formadores de opinião, contextualizando o disco na já longeva carreira do artista:
♪ Luiz Maurício Pragana dos Santos
continua vendo a vida melhor no futuro. Mais conhecido como Lulu Santos, o
cantor, compositor e músico carioca vislumbra, aos 61 anos, o futuro de seu
tempo sempre moderno em
Luiz Maurício , seu
25º álbum, lançado neste mês de outubro pela gravadora Sony Music em formato
digital – já à venda no iTunes - e em edição física em CD. Luiz
Maurício é um disco de inéditas, o primeiro de Lulu em
cinco anos. Um disco que começou a ser arquitetado em 2011, mas que ganhou sua
bem-acabada forma final de abril a agosto deste ano de 2014 no estúdio Visom
Digital, no Rio de Janeiro, cidade natal do artista. “Fui bem criterioso ao finalizar o trabalho,
porque não me interessava lançar mais um disco”, pondera Lulu.
Disco para pistas antenadas,
enraizado no universo da música eletrônica atual, Luiz Maurício abre parcerias e
aponta caminhos no som de um artista inquieto que vem lançando grandes álbuns de
inéditas neste século XXI – Singular (2009), Longplay (2007), Letra & música (2005), Bugalu (2003), Programa (2003) – quando poderia viver
tão somente dos louros conquistados com os hits de monumental cancioneiro
autoral cuja origem remonta ao início dos anos 1980. Repertório que, como já
sentenciou Caetano Veloso, forma a trilha sonora de um país.
Nome de batismo de Lulu, Luiz
Maurício foi também o nome escolhido para lançar o cantor em carreira solo, em
1980, com compacto ignorado por público e crítica. Na época, executivos de
gravadora disseram ao artista – nem tão iniciante, pois já integrara o lendário
grupo Vímana na década de 1970 - que Lulu dos Santos não era nome propício para
alavancar uma carreira. Erro feio, comprovado logo em 1982, quando o cantor –
que então começou a se apresentar no universo pop como Lulu Santos – começou a
emplacar um sucesso atrás do outro nas paradas daqueles tempos modernos.
Como a vida vem em onda num indo
e vindo infinito, Luiz Maurício, o nome da certidão de nascimento do artista,
foi parar no título do álbum produzido e arranjado pelo próprio Lulu 34 anos
após a edição daquele fracassado compacto. Na capa, a exposição de uma foto
tirada em 1958 nos Estados Unidos, em frente à Casa Branca, já fez sucesso nas
redes sociais antes mesmo do lançamento do CD. Sim, é Lulu – então um menino de
cinco anos – quem aparece na foto, clicado pelo pai ao lado de sua mãe, Vera.
Contudo, o cantor rejeita o rótulo de “autobiográfico” para este disco em
especial, pois todos seus álbuns já contaram, de certa forma, partes de sua
história. “Cada um dos meus discos é um
pouco autobiográfico. Este revela mais uma faceta da personagem, é um
desdobramento da minha história”, argumenta Lulu.
Para Lulu, Luiz
Maurício conta uma história como todo álbum pensado como tal, com
conceito e critério. Só que, na ordem em que foram dispostas as 12 faixas do CD,
Luiz Maurício conta a história do
disco ao inverso. Não por acaso, o álbum abre com o remix da faixa-título, Luiz Maurício, mais uma reluzente pérola
pop do cancioneiro de Lulu. É incomum, para não dizer inédito, um disco de
inéditas abrir com um remix. Contudo,
para Lulu, essa abertura faz todo o sentido quando se trata de um remix assinado
por ninguém menos do que o DJ e produtor carioa Marcello Mansur, o Memê, mestre da house.
Para quem está pegando o bonde
agora, Lulu se conectou com Memê há
20 anos, na feitura de um álbum, Assim
caminha a humanidade (1994), que renovou, expandiu e definiu a discografia
do cantor nos anos 1990. Impulsionados pelo sucesso desse álbum visionário,
cantor e DJ se reuniram na sequência para fazer um CD, Eu e Memê, Memê e eu (1995), que se
tornou blockbuster na carreira
fonográfica do artista, com mais de um milhão de cópias vendidas.
É fácil cair na tentação de
afirmar que Luiz Maurício promove o ‘reencontro’
de Lulu com Memê. Só que, na realidade, o afastamento entre cantor e DJ /
produtor nunca se deu de fato, como ressalta Lulu. “Memê é o meu outro ouvido. A gente nunca
deixou de estar reunido. Eu me interesso muito pela visão dos DJs, porque música
eletrônica e de pista é a forma atual de discurso da música pop. O DJ tem a
obrigação de entreter aquela crowd
que se aglomera diante dele na pista. Eu gosto desse entendimento que o DJ tem
do que a música de fato faz com as pessoas. Dançar é um exemplo do melhor uso
que a humanidade pode fazer da música”, enfatiza Lulu.
Luiz
Maurício oferece aos seus ouvintes grandes exemplos de música para
dançar e aguçar os sentidos. SDV (Segue
de volta?) abre a parceria de Lulu com Dadi Carvalho, coautor do tema.
Baixista e compositor que milita na cena pop nacional desde os tempos do grupo
Novos Baianos, Dadi é o autor da melodia, letrada por Lulu com versos conectados
com os tempos digitais das redes sociais. “SDV é a minha interpretação da música
eletrônica atual, totalmente informado pelo Memê”, conceitua Lulu.
Michê (Chega de longe bis) é a
repaginação da canção Chega de longe,
parceria de Lulu com Jorge Ailton e com Alexandre Vaz, lançada por Ailton em
2013 em seu segundo álbum, Canções em
ritmo jovem. O registro da música em Luiz
Maurício refaz a conexão de Lulu com Ailton e abarca o
funkeiro carioca Mr. Catra na gravação e na refazenda da composição. “A intervenção do Catra oxigena a faixa e
simboliza bem a dinâmica do disco”, exalta Lulu, reiterando seu apreço pelos
batidões dos bailes da pesada. “A
presença do Catra representa no disco meu gosto legítimo pelo funk. Eu amo funk.
O funk é maior do que si mesmo e representa o estado de surrealismo vivido
atualmente pelo Brasil”, intepreta Lulu.
Música lançada como single na web no início do ano, Sócio do amor – assim como a
canção-título Luiz Maurício – aparece
primeiramente na versão remixada e somente no fim do disco é ouvida em sua
versão original. No caso, interessou a Lulu destacar a visão dos DJs Sanny
Pitbull e Batutinha, autores do remix, com os quais vem estreitando
lançados em palcos e estúdios.
Primeiro dos dois temas
instrumentais do álbum, Drones é a
prova viva de que o popsambalanço de Lulu Santos continua se renovando com
outras levadas, com pegadas ainda inexploradas por este artesão do pop nacional.
Drones é parceria de Lulu com o mago
Lincoln Olivetti, mestre dos teclados do tecnopop dos anos 1980, um dos
pioneiros inventores da linguagem do funk nacional (ao lado do craque Robson
Jorge). O outro tema instrumental de Luiz Maurício é Blueseado, cujo título já dá a pista do
ritmo e do clima da composição.
Candidata a hit nas rádios. que
já receberam a faixa Luiz Maurício de
braços abertos, Torpedo se insinua
como samba, mas é pop até a medula e tem algo da simplicidade genial da Jovem
Guarda. Foi composta por Lulu no ukelele, como exercício do instrumento que o
artista ganhara (“Nem sei tocá-la direito
no violão”, diz Lulu). Torpedo é
faixa que também aponta novos caminhos no trilho pop desbravado por seu
compositor desde 1980.
Para quem segue Lulu nesse trilho
pop, músicas como Lava-jato e Fogo amigo vão soar naturalmente
familiares e cantaroláveis porque combinam o frescor da criação do artista no
tempo presente com um acabamento pop mais ortodoxo. São canções identificáveis
no léxico de Lulu.
Parafraseando os versos
metalingüísticos de Efe-se, outra
inédita do repertório inteiramente autoral, o álbum Luiz
Maurício está repleto de canções cheias de swing irresistível, com cheiro de
sucesso infalível. Canções para dançar a noite e curtir ao mar, em qualquer hora
do dia. Porque, acima de tudo, Luiz Maurício é uma homenagem de seu
criador ao ato de ouvir álbuns. Ação fundamental na formação musical de Luiz
Maurício Pragana dos Santos, mais conhecido como Lulu Santos, aquele que sempre
viu a vida melhor no futuro.
Sony Music
Outubro de 2014
2 comentários:
♪ Com capa que expõe Lulu Santos com sua mãe em foto tirada em 1958 em frente à Casa Branca, nos Estados Unidos, o álbum Luiz Maurício - o primeiro disco de inéditas do cantor e compositor carioca em cinco anos - traz as primeiras parcerias de Lulu com Dadi Carvalho e com Lincoln Olivetti. Com Dadi, Lulu assina SDV (Segue de volta?). Com Olivetti, a colaboração acontece no tema instrumental Drones.
Boa noite Mauro Ferreira primeiro venho lhe dizer que acompanho seu blog a um ano admiro seu trabalho é muito bom saber das novidades da musica brasileira e ficou ainda melhor quando você passou a se dedicar exclusivamente a ela, o que eu tenho a lhe pedir é saber se VC já tem mais informações sobre o filme da Cássia.
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