♪ Por ter sido também dramaturgo e roteirista, é possível que os obituários do multimídia Luiz Carlos Góes (20 de dezembro de 1944 - 21 de outubro de 2014) destaquem a contribuição do artista ao teatro carioca rotulado como besteirol e aos programas de televisão da Rede Globo. Contudo, a participação de Góes no universo pop brasileiro também é relevante. Carioca, Góes foi o parceiro de Eduardo Dussek em músicas que foram cantadas por todo o Brasil nos anos 1980. A primeira delas, Folia no matagal, foi lançada ainda em 1979 pela cantora Maria Alcina no LP Plenitude (Copacabana) e ganhou registro de Dussek no seu álbum de estreia Olhar brasileiro (Polydor, 1981), cujo repertório incluía outras parcerias do cantor carioca com Góes (A coitadinha, Chocante, O pão e a música-título Olhar brasileiro), mas estourou mesmo na voz de Ney Matogrosso em 1981. No mesmo ano, Zizi Possi deu voz à canção Eu velejava em você, destaque do quarto álbum da cantora, Um minuto além (PolyGram, 1981). No ano seguinte, a parceria de Góes com Dussek rendeu o sucesso Barrados no baile, um dos hits do segundo álbum de Dussek, Cantando no banheiro (Polydor, 1982). Em 1984, a a repercussão nacional de Brega-chique (O vento levou black) - música-título do terceiro álbum de Dussek - reiterou a fina sintonia da bem-humorada e satírica parceria de Góes com Dussek. Neste disco, a afinada dupla também assinou Saga. Naquele mesmo ano de 1984, Destino de aventureiro abriu e batizou LP de Ney Matogrosso, admirador da verve da obra de Dussek com Góes. Em 1986, migrando do humor para o romantismo light e sem drama, já experimentado na sensual Eu velejava em você, a parceria rendeu outro hit, Aventura, música do álbum Dussek na sua (Polydor), o último da fase e da década áureas do cantor. Período no qual a verve de Góes - que saiu de cena vítima de linfoma, ontem à noite, a dois meses de fazer 70 anos, no Rio de Janeiro (RJ) - foi fundamental para a consolidação da carreira de seu parceiro Eduardo Dussek. O Brasil pode até não saber, mas cantou muito as músicas de Luiz Carlos Góes.
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5 comentários:
♪ Por ter sido também dramaturgo e roteirista, é possível que os obituários do multimídia Luiz Carlos Góes (20 de dezembro de 1944 - 21 de outubro de 2014) destaquem a contribuição do artista ao teatro carioca rotulado como besteirol e aos programas de televisão da Rede Globo. Contudo, a participação de Góes no universo pop brasileiro também é relevante. Carioca, Góes foi o parceiro de Eduardo Dussek em músicas que foram cantadas por todo o Brasil nos anos 1980. A primeira delas, Folia no matagal, foi lançada ainda em 1979 pela cantora Maria Alcina no LP Plenitude (Copacabana) e ganhou registro de Dussek no seu álbum de estreia Olhar brasileiro (Polydor, 1981), cujo repertório incluía outras parcerias do cantor carioca com Góes (A coitadinha, Chocante, O pão e a música-título Olhar brasileiro), mas estourou mesmo na voz de Ney Matogrosso em 1981. No mesmo ano, Zizi Possi deu voz à canção Eu velejava em você, destaque do quarto álbum da cantora, Um minuto além (PolyGram, 1981). No ano seguinte, a parceria de Góes com Dussek rendeu o sucesso Barrados no baile, um dos hits do segundo álbum de Dussek, Cantando no banheiro (Polydor, 1982). Em 1984, a a repercussão nacional de Brega-chique (O vento levou black) - música-título do terceiro álbum de Dussek - reiterou a fina sintonia da bem-humorada e satírica parceria de Góes com Dussek. Neste disco, a afinada dupla também assinou Saga. Naquele mesmo ano de 1984, Destino de aventureiro abriu e batizou LP de Ney Matogrosso, admirador da verve da obra de Dussek com Góes. Em 1986, migrando do humor para o romantismo light e sem drama, já experimentado na sensual Eu velejava em você, a parceria rendeu outro hit, Aventura, música do álbum Dussek na sua (Polydor), o último da fase e da década áureas do cantor. Período no qual a verve de Luiz Carlos Góes - que saiu de cena ontem à noite, a dois meses de completar 70 anos, no Rio de Janeiro (RJ) - foi fundamental para a consolidação da carreira de seu parceiro Eduardo Dussek. O Brasil pode até não saber, mas cantou muito as músicas de Luiz Carlos Góes.
Rapaz, que triste!
De fato, obra de Dussek nos '80 tinha uma verve gigantesca. Ainda tem. Pena que perdeu o grande parceiro.
Felipe dos Santos Souza
Mais um grande compositor que vai, antes do combinado.
abração,
Denilson
Até hoje sou doido pelo Eduardo Dusek (deixa eu escrever sem dois esses, por favor!!!) e pelas músicas letradas por Luiz Carlos Góes. Já centei e sempre canto muito as músicas dele acompanhando os discos e no chuveiro!
Grande perda!
Só como registro, antes de "Eu velejava em você", Zizi gravou "O pão" no disco "Zizi Possi, de 1980.
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