Resenha de show
Título: Velocia
Artista: Skank (em foto de Rodrigo Goffredo)
Local: Vivo Rio (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 7 de novembro de 2014
Cotação: * * * * 1/2
♪ Primeiro álbum de inéditas do Skank em seis anos, Velocia (Sony Music, 2014) reiterou a habilidade do grupo mineiro para fazer seu carrossel pop girar em torno de sua própria luz. Sem inovar, mas tampouco sem decepcionar ao apresentar azeitado mix de reggaes, rocks e baladas, o CD Velocia chegou à cena na noite de ontem, 7 de novembro de 2014, em show impulsionado pela energia positiva do quarteto formado Haroldo Ferretti (bateria), Henrique Portugal (teclados), Lelo Zaneti (baixo) e Samuel Rosa (voz e guitarra). As excelentes vibrações do show energizaram o público que encheu pista, mesas e camarotes da casa Vivo Rio, no Rio de Janeiro (RJ), para conferir a estreia nacional do show Velocia. À frente do belo e funcional cenário de Danilo Andrade e Henrique Ímpar, veículo para a exposição de projeções abstratas, o Skank tocou sete das 11 músicas do disco Velocia e rebobinou 19 sucessos de obra majestosa que já figura entre as mais inspiradas e robustas do cancioneiro pop nacional e que mantém Samuel Rosa e seus parceiros (Chico Amaral e Nando Reis são os mais frequentes) na linha de frente dessa ala pop brazuca. Foi nesse clima de festa que o Skank fez sua "celebração das coisas antigas", como Samuel Rosa se referiu já no início da apresentação aos números calcados em hits colecionados ao longo de 23 anos de carreira. Já na abertura do show, feita com A noite (Samuel Rosa e Chico Amaral, 2014), ficou evidente que o som de Velocia era feito na pressão, com adição de trio de metais em brasa - formado por Paulo Márcio (trompete), Pedro Aristides (trombone) e Vinicius Augustus (saxofone) - e de um segundo guitarrista (Doca Rolim). Na sequência, É uma partida de futebol (Samuel Rosa e Nando Reis, 1996) mandou a bola redonda para a plateia e Uma canção é para isso (Samuel Rosa e Nando Reis, 2006) acendeu o sol que se manteve tinindo ao longo de toda a apresentação, requentando músicas antigas e aquecendo as novas, como Do mesmo jeito (Samuel Rosa e Lucas Silveira, 2014), hit pronto do álbum Velocia. A energia jovial dos "quatro velhinhos" - como Samuel se referiu, maroto, aos quatro músicos do grupo - contagiou público que aglutinava várias gerações em torno de um cancioneiro luminoso. Da geração pop surgida no Brasil dos anos 1990, a banda de Belo Horizonte (MG) é uma das poucas que conseguiu atravessar as décadas sem perder o viço e a pegada. Seja na eletricidade que moveu músicas dançantes como a infalível Três lados (Samuel Rosa e Chico Amaral, 2000), seja no clima acústico em que foram ambientadas canções como Ainda gosto dela (Samuel Rosa e Nando Reis, 2008), o show Velocia somente pareceu perder o pique em Multidão (Samuel Rosa e Nando Reis, 2014), tema que não incendiou a plateia, talvez por conta do tema pesado - os protestos que agitaram o Brasil em junho de 2013 - e nada condizente com a atmosfera leve e alto astral da apresentação. Se o mix de pop reggae e rocksteady Ela me deixou (Samuel Rosa e Nando Reis, 2014) teve confirmada em cena sua vocação pop para single, a velhinha Jackie Tequila (Samuel Rosa e Chico Amaral, 1994) se renovou em clima de eletro jam(aican) session. Já a catarse provocada por Vou deixar (Samuel Rosa e Chico Amaral, 2003) não abafou o momento guitar hero de Samuel Rosa. Cúmplice da banda em todos os momentos, inclusive nas músicas novas como o rocksteady Tudo isso (Samuel Rosa e Emicida, 2014), a plateia fez jus ao microfone direcionado para ela em blockbusters como Garota nacional (Samuel Rosa e Chico Amaral, 1996), já que o público também fez a festa do Skank ficar animada. No bis, "território de recreação" na definição de Samuel por conta da flexibilidade do roteiro nessa parte final do show, uma sequência de baladas matadoras - Balada do amor inabalável (Samuel Rosa e Fausto Fawcett, 2000) cheia de bossa carioca, Resposta (Samuel Rosa e Nando Reis, 1998) e Dois rios (Samuel Rosa, Lô Borges e Nando Reis, 2003) - corroborou o forte poder de sedução do cancioneiro do grupo. Como o disco que lhe dá nome, o show Velocia também gira na velocidade da luz do Skank, só que aditivado por uma energia tão positiva que irmana músicos e plateia na mesma corrente vibratória. Parece fácil, só que tal proeza é conseguida somente por grandes artistas como esses quatro velhinhos mineiros...
♪ Primeiro álbum de inéditas do Skank em seis anos, Velocia (Sony Music, 2014) reiterou a habilidade do grupo mineiro para fazer seu carrossel pop girar em torno de sua própria luz. Sem inovar, mas tampouco sem decepcionar ao apresentar azeitado mix de reggaes, rocks e baladas, o CD Velocia chegou à cena na noite de ontem, 7 de novembro de 2014, em show impulsionado pela energia positiva do quarteto formado Haroldo Ferretti (bateria), Henrique Portugal (teclados), Lelo Zaneti (baixo) e Samuel Rosa (voz e guitarra). As excelentes vibrações do show energizaram o público que encheu pista, mesas e camarotes da casa Vivo Rio, no Rio de Janeiro (RJ), para conferir a estreia nacional do show Velocia. À frente do belo e funcional cenário de Danilo Andrade e Henrique Ímpar, veículo para a exposição de projeções abstratas, o Skank tocou sete das 11 músicas do disco Velocia e rebobinou 19 sucessos de obra majestosa que já figura entre as mais inspiradas e robustas do cancioneiro pop nacional e que mantém Samuel Rosa e seus parceiros (Chico Amaral e Nando Reis são os mais frequentes) na linha de frente dessa ala pop brazuca. Foi nesse clima de festa que o Skank fez sua "celebração das coisas antigas", como Samuel Rosa se referiu já no início da apresentação aos números calcados em hits colecionados ao longo de 23 anos de carreira. Já na abertura do show, feita com A noite (Samuel Rosa e Chico Amaral, 2014), ficou evidente que o som de Velocia era feito na pressão, com adição de trio de metais em brasa - formado por Paulo Márcio (trompete), Pedro Aristides (trombone) e Vinicius Augustus (saxofone) - e de um segundo guitarrista (Doca Rolim). Na sequência, É uma partida de futebol (Samuel Rosa e Nando Reis, 1996) mandou a bola redonda para a plateia e Uma canção é para isso (Samuel Rosa e Nando Reis, 2006) acendeu o sol que se manteve tinindo ao longo de toda a apresentação, requentando músicas antigas e aquecendo as novas, como Do mesmo jeito (Samuel Rosa e Lucas Silveira, 2014), hit pronto do álbum Velocia. A energia jovial dos "quatro velhinhos" - como Samuel se referiu, maroto, aos quatro músicos do grupo - contagiou público que aglutinava várias gerações em torno de um cancioneiro luminoso. Da geração pop surgida no Brasil dos anos 1990, a banda de Belo Horizonte (MG) é uma das poucas que conseguiu atravessar as décadas sem perder o viço e a pegada. Seja na eletricidade que moveu músicas dançantes como a infalível Três lados (Samuel Rosa e Chico Amaral, 2000), seja no clima acústico em que foram ambientadas canções como Ainda gosto dela (Samuel Rosa e Nando Reis, 2008), o show Velocia somente pareceu perder o pique em Multidão (Samuel Rosa e Nando Reis, 2014), tema que não incendiou a plateia, talvez por conta do tema pesado - os protestos que agitaram o Brasil em junho de 2013 - e nada condizente com a atmosfera leve e alto astral da apresentação. Se o mix de pop reggae e rocksteady Ela me deixou (Samuel Rosa e Nando Reis, 2014) teve confirmada em cena sua vocação pop para single, a velhinha Jackie Tequila (Samuel Rosa e Chico Amaral, 1994) se renovou em clima de eletro jam(aican) session.
ResponderExcluirJá a catarse provocada por Vou deixar (Samuel Rosa e Chico Amaral, 2003) não abafou o momento guitar hero de Samuel Rosa. Cúmplice da banda em todos os momentos, inclusive nas músicas novas como o rocksteady Tudo isso (Samuel Rosa e Emicida, 2014), a plateia fez jus ao microfone direcionado para ela em blockbusters como Garota nacional (Samuel Rosa e Chico Amaral, 1996), já que o público também fez a festa do Skank ficar animada. No bis, "território de recreação" na definição de Samuel por conta da flexibilidade do roteiro nessa parte final do show, uma sequência de baladas matadoras - Balada do amor inabalável (Samuel Rosa e Fausto Fawcett, 2000) cheia de bossa carioca, Resposta (Samuel Rosa e Nando Reis, 1998) e Dois rios (Samuel Rosa, Lô Borges e Nando Reis, 2003) - corroborou o forte poder de sedução do cancioneiro do grupo. Como o disco que lhe dá nome, o show Velocia também gira na velocidade da luz do Skank, só que aditivado por uma energia tão positiva que irmana músicos e plateia na mesma corrente vibratória. Parece fácil, mas tal proeza é conseguida somente por grandes artistas como esses quatro velhinhos mineiros.
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