terça-feira, 4 de novembro de 2014

Na rede, EP 'Sette' é para quem vai atrás do trio elétrico de Cláudia Leitte

Resenha de CD
Título: Sette
Artista: Claudia Leitte
Gravadora: 2T's Entretenimento
Cotação:
* * *


Novembro é mês em que as cantoras associadas à música afro-pop-baiana rotulada como axé music abrem a temporada pré-carnavalesca. Discos e/ou músicas são lançadas nessa época do ano para alavancar a promoção dos shows e trios de suas intérpretes. É nesse contexto que a cantora fluminense Claudia Leitte lança Sette, EP cujo título aparece estilizado como Se77e na capa do disco já disponível para download e/ou audição nas plataformas de música digital. O título Sette remete ao nome da turnê feita por Leitte entre julho de 2009 e novembro de 2010, mas também diz respeito ao número de faixas do EP. Por ora, o ouvinte tem à disposição seis músicas para baixar e/ou escutar. Mas a ideia da cantora é adicionar em algumas semanas uma sétima faixa ao repertório. Essa sétima faixa teria sido formatada por Leitte com artista estrangeiro. Seja como for, a julgar pelas seis músicas já disponíveis, Sette é (bom) disco, indicado para quem costuma ir atrás do trio elétrico de Claudia Leitte. Para esse público que ferve na pipoca, Abraço coletivo (Tierry Coringa e Samir) abarca tudo o que se espera de um axé. Tema agalopado, cantado na velocidade elétrica dos trios, Abraço coletivo faz convocação geral para a folia baiana. Música que também convida o Brasil para se divertir na cidade que lhe dá nome, Salvador (Edmar Filho, Henrique Cerqueira e Rafael Bernardo) segue o bloco, com letra que soa como propaganda turística da capital da Bahia e da axé music. "Salvador / Terra da alegria / Sorria, tá na Bahia / Meu porto seguro é aqui / Salvador / Terra de conquista / Te encontro na pista ao som do batuque do tambor", brada o refrão da letra que cita o Candeal e Carlinhos Brown. Música eleita por Leitte para iniciar os trabalhos promocionais do EP e do seu Carnaval de 2015, Matimba (Duller, Fábio Alcantra, Samir, Claudia Leitte e Luciano Pinto) adiciona toques de guitarrada, kuduro e zumba ao caldeirão fervido do axé. Faixas menos pegajosas do disco, Cartório (Tierry Coringa e Magno Santana), Foragido (Tierry Coringa, Magno Santana e Claudia Leitte) e Carreira solo (Nilton Maya, Bina Farofa, Marcelinho Black e Pinone Tavares) abordam questões de amor e desamor dentro do diluído universo musical pop baiano. Com base percussiva que remete à batida do samba-reggae, Cartório recorre a metáforas com termos jurídicos para celebrar paixão correspondida. Foragido é reggae dividido por Leitte com Edson Gomes, cantor baiano que sempre mergulhou na praia do ritmo jamaicano. A personagem-título da letra é o homem que se comportou como bandido. Sem bancar a vítima, Leitte encarna a mulher que dá lance decisivo no jogo do amor em Carreira solo, música cujo título é metáfora para aludir à separação. Enfim, o EP Sette vai manter inalterado o status de Leitte no mercado fonográfico, para o bem e para o mal. Mas é bem produzido e oferece munição certeira para quem vai atrás do trio da cantora e também para quem vê Claudia Leitte meramente como uma Ivete Sangalo com menor poder de sedução na indústria baiana da alegria.

2 comentários:

  1. ♪ Novembro é mês em que as cantoras associadas à música afro-pop-baiana rotulada como axé music abrem a temporada pré-carnavalesca. Discos e/ou músicas são lançadas nessa época do ano para alavancar a promoção dos shows e trios de suas intérpretes. É nesse contexto que a cantora fluminense Claudia Leitte lança Sette, EP cujo título aparece estilizado como Se77e na capa do disco já disponível para download e/ou audição nas plataformas de música digital. O título Sette remete ao nome da turnê feita por Leitte entre julho de 2009 e novembro de 2010, mas também diz respeito ao número de faixas do EP. Por ora, o ouvinte tem à disposição seis músicas para baixar e/ou escutar. Mas a ideia da cantora é adicionar em algumas semanas uma sétima faixa ao repertório. Essa sétima música teria sido gravada por Leitte com artista estrangeiro. Seja como for, a julgar pelas seis músicas já disponíveis, Sette é (bom) disco, indicado para quem costuma ir atrás do trio elétrico de Claudia Leitte. Para esse público que ferve na pipoca, Abraço coletivo abarca tudo o que se espera de um axé. Animado tema agalopado, cantado na velocidade elétrica dos trios, Abraço coletivo faz convocação geral para a folia baiana. Música que também convida o Brasil para se divertir na cidade que lhe dá nome, Salvador segue o bloco, com letra que soa como propaganda turística da capital da Bahia e da axé music. "Salvador / Terra da alegria / Sorria, cê tá na Bahia / Meu porto seguro é aqui / Salvador / Terra de conquista / Te encontro na pista ao som do batuque do tambor", brada o refrão da letra que cita o Candeal e Carlinhos Brown. Música eleita por Leitte para iniciar os trabalhos promocionais do EP e do Carnaval de 2015, Matimba adiciona toques de guitarrada, kuduro e zumba ao caldeirão fervido do axé. Faixas menos pegajosas, Cartório, Foragido e Carreira solo abordam questões de amor e desamor dentro do universo musical pop baiano. Com base percussiva que remete à batida do samba-reggae, Cartório recorre a metáforas com termos jurídicos para celebrar paixão correspondida. Foragido é reggae dividido por Leitte com Edson Gomes, cantor baiano que sempre mergulhou na praia do ritmo jamaicano. A personagem-título da letra é o homem que se comportou como bandido. Sem bancar a vítima, Leitte encarna a mulher que dá lance decisivo no jogo do amor em Carreira solo, música cujo título é metáfora para aludir à separação. Enfim, o EP Sette vai manter inalterado o status de Leitte no mercado fonográfico, para o bem e para o mal. Mas é bem produzido e oferece munição certeira para quem vai atrás do trio da cantora e também para quem vê Claudia Leitte meramente como uma Ivete Sangalo com menor poder de sedução na indústria baiana da alegria.

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  2. As faixas "Matimba" e "Cartório" se complementam, ambas de ritmo dançante e envolvente, com refrões chiclete com ótimo potencial pra hit do carnaval 2015. "Abraço Coletivo" e "Salvador" se conectam no EP, sendo "Abraço Coletivo" de ritmo frenético e vivaz, e "Salvador" com uma letra certeira pra conquistar os baianos. "Foragido" e "Carreira Solo" tiram totalmente a coerência do EP, são totalmente dispensáveis... "Foragido" tem uma letra bastante confusa e sem nexo, com um ritmo nada envolvente que soa bastante irritante! "Carreira Solo" tem um melodia interessante e envolvente, mas a letra é uma verdadeira vergonha alheia (mais boba impossível)! Na minha opinião essas duas faixas foram adicionadas apenas pra dá "volume" pois não tem conectividade com nada do EP, tirando essas duas músicas o EP é ótimo!

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