Resenha de CD
Título: Sol-te
Artista: Suricato
Gravadora: Slap / Som Livre
Cotação: * * * 1/2
♪ Há significativas diferenças entre o Suricato de seu recém-lançado segundo álbum, Sol-te, e o grupo carioca que debutou no mercado fonográfico em 2012 com o CD Pra sempre primavera (Independente, 2011). A maior delas é o fato de o músico fluminense Gui Schwab (gaita, guitarra, violão, viola caipira, mandolim e outras cordas) ter se juntado ao agora quarteto formado atualmente por Schwab, Rodrigo Nogueira (voz, guitarra, violão, ukelele e dobro), Raphael Romano (baixo) e Pompeo Pelosi (bateria e percussão). Schwab se reveza em múltiplas cordas - algumas pouco usuais como o didjeridoo australiano que dá o tom de Inseparáveis (Rodrigo Suricato e Diogo Gameiro) - e contribui para a melhoria do som do Suricato. A outra diferença relevante é a salutar conexão do Suricato com Christiaan Oyens, requisitado para produzir Sol-te e conduzir o grupo pela trilha pop folk pavimentada neste bom segundo álbum. Projetado como parceiro de Zélia Duncan na fase folk da discografia da artista fluminense, Oyens formatou com elegância o som do Suricato, valorizando músicas vocacionadas para o sucesso como Pra tudo acontecer - parceria de Rodrigo Suricato com Moska - e Bom começo (Rodrigo Suricato e Dudu Falcão). Boa faixa previamente divulgada em setembro, Trem (Rodrigo Suricato e Gui Schwab) segue o trilho do blues e do country, mas a praia do Suricato em Sol-te é o pop folk, com direito a um banho de sol no Havaí em Not yesterday (Rodrigo Suricato), outro destaque do repertório inédito e autoral. A balada acústica Do que não sei (Rodrigo Suricato) e a canção Diante de qualquer nariz (Rodrigo Suricato e Diogo Cameiro) - com letra mais interessante do que a melodia - corroboram a evolução do Suricato neste segundo álbum decisivo para a consolidação da carreira da banda projetada em escala nacional por ter participado do reality musical Superstar, exibido pela TV Globo no primeiro semestre deste ano de 2014. Sol-te acena para o chamado grande público sem baixar o nível. Ao contrário: o disco dialoga com o pop contemporâneo universal - a inserção de alfaia (percussão típica do maracatu) no arsenal rítmico de Eu não amo todo dia (Rodrigo Suricato) é insuficiente para realçar uma brasilidade que poderia até destoar do tom do repertório - com elegância incomum na cena popular nacional. Mesmo que seu repertório perca um pouco o poder de sedução no terço final do álbum, Sol-te é uma luz que aponta evolução na estrada no Suricato.
♪ Há significativas diferenças entre o Suricato de seu recém-lançado segundo álbum, Sol-te, e o grupo carioca que debutou no mercado fonográfico em 2012 com o CD Pra sempre primavera (Independente, 2012). A maior delas é o fato de o músico fluminense Gui Schwab (gaita, guitarra, violão, viola caipira, mandolim e outras cordas) ter se juntado ao agora quarteto formado atualmente por Schwab, Rodrigo Nogueira (voz, guitarra, violão, ukelele e dobro), Raphael Romano (baixo) e Pompeo Pelosi (bateria e percussão). Schwab se reveza em múltiplas cordas - algumas pouco usuais como o didjeridoo australiano que dá o tom de Inseparáveis (Rodrigo Suricato e Diogo Gameiro) - e contribui para a melhoria do som do Suricato. A outra diferença relevante é a salutar conexão do Suricato com Christiaan Oyens, requisitado para produzir Sol-te e conduzir o grupo pela trilha pop folk pavimentada neste bom segundo álbum. Projetado como parceiro de Zélia Duncan na fase folk da discografia da artista fluminense, Oyens formatou com elegância o som do Suricato, valorizando músicas vocacionadas para o sucesso como Pra tudo acontecer - parceria de Rodrigo Suricato com Moska - e Bom começo (Rodrigo Suricato e Dudu Falcão). Boa faixa previamente divulgada em setembro, Trem (Rodrigo Suricato e Gui Schwab) segue o trilho do blues e do country, mas a praia do Suricato em Sol-te é o pop folk, com direito a um banho de sol no Havaí em Not yesterday (Rodrigo Suricato), outro destaque do repertório inédito e autoral. A balada acústica Do que não sei (Rodrigo Suricato) e a canção Diante de qualquer nariz (Rodrigo Suricato e Diogo Cameiro) - com letra mais interessante do que a melodia - corroboram a evolução do Suricato neste segundo álbum decisivo para a consolidação da carreira da banda projetada em escala nacional por ter participado do reality musical Superstar, exibido pela TV Globo no primeiro semestre deste ano de 2014. Sol-te acena para o chamado grande público sem baixar o nível. Ao contrário: o disco dialoga com o pop contemporâneo universal - a inserção de alfaia (percussão típica do maracatu) no arsenal rítmico de Eu não amo todo dia (Rodrigo Suricato) é insuficiente para realçar uma brasilidade que poderia até destoar do tom do repertório - com elegância incomum na cena popular nacional. Mesmo que seu repertório perca um pouco o poder de sedução no terço final do álbum, Sol-te é uma luz que aponta evolução na estrada no Suricato.
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