Título: Rainha dos raios
Artista: Alice Caymmi (em foto de Caio Galucci)
Local: Teatro Itália (São Paulo, SP)
Data: 11 de dezembro de 2014
Cotação: * * * * *
♪ Três meses após ver sua estrela ascender meteoricamente com a edição de um segundo álbum que caiu como raio na cena musical brasileira, Alice Caymmi igualou no palco o requinte do disco lançado em setembro deste ano de 2014 pela gravadora Joia Moderna, do DJ Zé Pedro. Idealizada e dirigida por Paulo Borges (o todo-poderoso da São Paulo Fashion Week), a versão remodelada do show Rainha dos raios - apresentada no Teatro Itália, em São Paulo (SP), em 11 e 12 de dezembro - representa o ápice precoce da trajetória da cantora e compositora carioca em cena. Em show pautado pela sofisticação, a artista entrou em cena com estrutura técnica compatível com seu talento e com a expectativa gerada pelo frisson causado pelo CD. Essa estrutura hi-tech foi erguida por Borges com o requinte do cenário de Richard Luiz (centrado nos cinco telões de LED de alta definição que expandem com imagens o significado de cada música do roteiro), dos figurinos de Walério Araújo e João Pimenta (exuberantes, mutantes e em sintonia com a salutar estranheza entranhada no canto de Alice) e da iluminação de Wagner Freire (uma luz que, além de bela, ajuda a compor a cena). Mas a sofisticação do show não se resume à sua ficha técnica. Mostrando talento até então insuspeito para dirigir shows de música, Borges refinou e teatralizou o canto de Alice Caymmi, podando excessos de espontaneidade que, ao mesmo tempo em que reiteravam a personalidade forte da cantora, também tiravam por vezes o foco do canto da artista. No show captado por oito câmeras para possibilitar sua exibição nos cinemas e a posterior edição em DVD (o primeiro de Alice), a cantora interpretou as 14 músicas do roteiro sob a marcação rígida de Borges. Sua única fala na estreia de 11 de dezembro de 2104 se resumiu a um "boa noite" ao público que lotou as 278 cadeiras do Teatro Itália. O show falou por si só. Sob direção firme, Alice realçou todas as nuances das músicas com gestual expressivo, teatral. As ênfases feitas em Meu recado, por exemplo, ajudaram a cantora a dar com clareza o recado da letra dessa balada pop de espírito soul que abre a parceria de Alice com o compositor pernambucano Michael Sullivan (balada de clara vocação popular como tantas feitas pelo hitmaker nos anos 1980). Quando começou a cantar Meu mundo caiu (Maysa, 1958), para citar outro efeito da direção detalhista de Borges, Alice estava de cabeça baixa, mas terminou a música fitando o alto do palco, em gestual que traduziu a evolução emocional da personagem da passional canção imortalizada pela cantora paulista Maysa (1936 - 1977). A exibição nos telões de imagens de um baile dos dourados anos 1950 contribuiu para criar uma atmosfera de encantamento em um belo número que nem pode ser tachado de ponto alto porque o show transcorreu absolutamente perfeito, sem baixos. Cada número provocou uma sensação diferente, seja pelo efeito visual, seja pela interpretação refinada da cantora (em geral, por ambos). A opção por deixar Alice a sós no palco com o homem-orquestra Diogo Strausz - produtor do álbum Rainha dos raios - se revelou acertada. Por mais que o disco tenha sido gravado com a participação eventual de outros músicos, Strausz orquestrou Rainha dos raios sozinho. Em cena, munido de sua guitarra e dos teclados que reproduzem as bases do disco, Strausz armou a cama eletrônica para que a cantora deitasse e rolasse na interpretação de músicas como Paint it black (Mick Jagger e Keith Richards, 1966) - sucesso da fase inicial do grupo inglês The Rolling Stones revivido por Alice no show com imagens dos conflitos sociais que agitaram os efervescentes anos 1960 - e Como vês (Domenico Lancellotti e Bruno Di Lullo, 2013), música dramática do grupo carioca Tono que Alice tomou para si com sua voz grave que tem soado cada vez com mais nuances e tons. Aberto com Iansã (Caetano Veloso e Gilberto Gil, 1972), número em que Alice é vestida pelos figurinistas como imponente orixá e no qual os telões projetam imagens de nuvens cinzentas, o roteiro está acrescido - nessa versão do show - do clipe da recriação de Sargaço mar (Dorival Caymmi, 1985), reminiscência do primeiro álbum da artista, Alice Caymmi (Kuarup / Sony Music, 2012). Além de o vídeo ter sido o primeiro ponto de contato de Borges com o canto de Alice, a inserção do clipe faz sentido porque conecta Alice à sua nobre dinastia - link sagaz porque, de todas as vozes da família Caymmi, a dela é a que tem se projetado com alcance fora da praia particular do centenário patriarca Dorival (1914 - 2008). Quem um dia imaginou uma Caymmi dando voz a um sucesso de funk melody como Princesa (MC Marcinho, 1998)? Pois Alice realça, sem amarras estéticas, toda a beleza que há nessa melodia ouvida exaustivamente nos bailes dos anos 1990. Nesse parque de diversões eletrônicas, a valsa-canção Antes de tudo - música da lavra da própria Alice - girou envolvente no rodopio do carrossel que também compõe o cenário. No giro, Alice interagiu com um dos dois robóticos modelos negros, Bruno e Hugo, recrutados por Borges para realçar a teatralidade da cena. Os modelos ganharam especial visibilidade no bloco dance que transformou o palco numa boate enquanto Alice repaginava o pop funk Joga fora (Michael Sullivan e Paulo Massadas, 1986). Na sequência, I feel love (Donna Summer, Giorgio Moroder e Pete Bellotte, 1977) sensualizou o ambiente, transformado numa pista dos dancin' days, com direito a globos espelhados no palco e na plateia. É quando a cantora se amalgamou com os modelos na barra de pole dance do cenário, em erotismo que jamais roçou a vulgaridade. Sucesso do grupo sueco ABBA, Lay all your love on me (Benny Andersson Björn Ulvaeus, 1980) arrematou o bloco dance. Já Jasper (Caetano Veloso, Arto Lindsay e Peter Sheerer, 1989) foi música cantada de início a capella - em mais uma interpretação moldada para a cena - até ser envolta em marcantes beats eletrônicos. Entre tantos números de requinte visual, a prisão de Alice no figurino-gaiola de Sou rebelde (Manuel Alejandro e Ana Magdalena, 1971, em versão em português de Paulo Coelho, 1978) causou especial impacto pela estranheza que amplificou o sentido de uma música pueril, propagada no Brasil na voz miúda de Lilian (da dupla com Leno, pai de Diogo Strausz). Música lançada por Cher em 1966, mas hoje mais associada a Nancy Sinatra (cuja gravação - também de 1966 - foi reavivada ao ser incluída pelo cineasta Quentin Tarantino na trilha sonora de seu cultuado filme Kill Bill, de 2003), Bang bang (My baby shot me down) sintetizou o equilíbrio chique entre direção, interpretação, cenário e iluminação do show. Quando o revólver apontado do telão para a plateia faz bombar sangue ao fim do número, o público já está totalmente arrebatado. Mas o tiro final e certeiro foi dado por Homem (Caetano Veloso, 2003). A versão dub-step de Alice foi incrementada com figurino intencionalmente masculinizado. O microfone se tornou um símbolo fálico, em sintonia com a imagem do travesti nu exibida no telão. Enfim, nasceu uma estrela neste ano de 2014. Mas nasceu também um talentoso diretor de shows musicais. Se Alice por vezes soou como diamante bruto no palco, Paulo Borges soube lapidar o diamante e mostrar em cena todo o brilho dessa cantora-orixá, refinando a postura e o canto da estrela nascente. Soberana, Alice Caymmi reinou em show à altura do seu talento.
♪ ♪ ♪ ♪ ♪ ♪ O blog Notas Musicais viajou a São Paulo (SP) a convite da gravadora Joia Moderna.
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14 comentários:
♪ Três meses após ver sua estrela ascender meteoricamente com a edição de um segundo álbum que caiu como raio na cena musical brasileira, Alice Caymmi igualou no palco o requinte do disco lançado em setembro deste ano de 2014 pela gravadora Joia Moderna, do DJ Zé Pedro. Idealizada e dirigida por Paulo Borges (o todo-poderoso da São Paulo Fashion Week), a versão remodelada do show Rainha dos raios - apresentada no Teatro Itália, em São Paulo (SP), em 11 e 12 de dezembro - representa o ápice precoce da trajetória da cantora e compositora carioca em cena. Em show pautado pela sofisticação, a artista entrou em cena com estrutura técnica compatível com seu talento e com a expectativa gerada pelo frisson causado pelo CD. Essa estrutura hi-tech foi erguida por Borges com o requinte do cenário de Richard Luiz (centrado nos cinco telões de LED de alta definição que expandem com imagens o significado de cada música do roteiro), dos figurinos de Walério Araújo e João Pimenta (exuberantes, mutantes e em sintonia com a salutar estranheza entranhada no canto de Alice) e da iluminação de Wagner Freire (uma luz que, além de bela, ajuda a compor a cena). Mas a sofisticação do show não se resume à sua ficha técnica. Mostrando talento até então insuspeito para dirigir shows de música, Borges refinou e teatralizou o canto de Alice Caymmi, podando excessos de espontaneidade que, ao mesmo tempo em que reiteravam a personalidade forte da cantora, também tiravam por vezes o foco do canto da artista. No show captado por oito câmeras para possibilitar sua exibição nos cinemas e a posterior edição em DVD (o primeiro de Alice), a cantora interpretou as 14 músicas do roteiro sob a marcação rígida de Borges. Sua única fala na estreia de 11 de dezembro de 2104 se resumiu a um "boa noite" ao público que lotou as 278 cadeiras do Teatro Itália. O show falou por si só. Sob direção firme, Alice realçou todas as nuances das músicas com gestual expressivo, teatral. As ênfases feitas em Meu recado, por exemplo, ajudaram a cantora a dar com clareza o recado da letra dessa balada pop de espírito soul que abre a parceria de Alice com o compositor pernambucano Michael Sullivan (balada de clara vocação popular como tantas feitas pelo hitmaker nos anos 1980). Quando começou a cantar Meu mundo caiu (Maysa, 1958), para citar outro efeito da direção detalhista de Borges, Alice estava de cabeça baixa, mas terminou a música fitando o alto do palco, em gestual que traduziu a evolução emocional da personagem da passional canção imortalizada pela cantora paulista Maysa (1936 - 1977). A exibição nos telões de imagens de um baile dos dourados anos 1950 contribuiu para criar uma atmosfera de encantamento em um belo número que nem pode ser tachado de ponto alto porque o show transcorreu absolutamente perfeito, sem baixos. Cada número provocou uma sensação diferente, seja pelo efeito visual, seja pela interpretação refinada da cantora (em geral, por ambos). A opção por deixar Alice a sós no palco com o homem-orquestra Diogo Strausz - produtor do álbum Rainha dos raios - se revelou acertada. Por mais que o disco tenha sido gravado com a participação eventual de outros músicos, Strausz orquestrou Rainha dos raios sozinho. Em cena, munido de sua guitarra e dos teclados que reproduzem as bases do disco, Strausz armou a cama eletrônica para que a cantora deitasse e rolasse na interpretação de músicas como Paint it black (Mick Jagger e Keith Richards, 1966) - sucesso da fase inicial do grupo inglês The Rolling Stones revivido por Alice no show com imagens dos conflitos sociais que agitaram os efervescentes anos 1960 - e Como vês (Domenico Lancellotti e Bruno Di Lullo, 2013), música dramática do grupo carioca Tono que Alice tomou para si com sua voz grave que tem soado cada vez com mais nuances e tons.
Aberto com Iansã (Caetano Veloso e Gilberto Gil, 1972), número em que Alice é vestida pelos figurinistas como imponente orixá e no qual os telões projetam imagens de nuvens cinzentas, o roteiro está acrescido - nessa versão do show - do clipe da recriação de Sargaço mar (Dorival Caymmi, 1985), reminiscência do primeiro álbum da artista, Alice Caymmi (Kuarup / Sony Music, 2012). Além de o vídeo ter sido o primeiro ponto de contato de Borges com o canto de Alice, a inserção do clipe faz sentido porque conecta Alice à sua nobre dinastia - link sagaz porque, de todas as vozes da família Caymmi, a dela é a que tem se projetado com alcance fora da praia particular do centenário patriarca Dorival (1914 - 2008). Quem um dia imaginou uma Caymmi dando voz a um sucesso de funk melody como Princesa (MC Marcinho, 1998)? Pois Alice realça, sem amarras estéticas, toda a beleza que há nessa melodia ouvida exaustivamente nos bailes dos anos 1990. Nesse parque de diversões eletrônicas, a valsa-canção Antes de tudo - música da lavra da própria Alice - girou envolvente no rodopio do carrossel que também compõe o cenário. No giro, Alice interagiu com um dos dois robóticos modelos negros, Bruno e Hugo, recrutados por Borges para realçar a teatralidade da cena. Os modelos ganharam especial visibilidade no bloco dance que transformou o palco numa boate enquanto Alice repaginava o pop funk Joga fora (Michael Sullivan e Paulo Massadas, 1986). Na sequência, I feel love (Donna Summer, Giorgio Moroder e Pete Bellotte, 1977) sensualizou o ambiente, transformado numa pista dos dancin' days, com direito a globos espelhados no palco e na plateia. É quando a cantora se amalgamou com os modelos na barra de pole dance do cenário, em erotismo que jamais roçou a vulgaridade. Sucesso do grupo sueco ABBA, Lay all your love on me (Benny Andersson Björn Ulvaeus, 1980) arrematou o bloco dance. Já Jasper (Caetano Veloso, Arto Lindsay e Peter Sheerer, 1989) foi música cantada de início a capella - em mais uma interpretação moldada para a cena - até ser envolta em marcantes beats eletrônicos. Entre tantos números de requinte visual, a prisão de Alice no figurino-gaiola de Sou rebelde (Manuel Alejandro e Ana Magdalena, 1971, em versão em português de Paulo Coelho, 1978) causou especial impacto pela estranheza que amplificou o sentido de uma música pueril, propagada no Brasil na voz miúda de Lilian (da dupla com Leno, pai de Diogo Strausz). Música lançada por Cher em 1966, mas hoje mais associada a Nancy Sinatra (cuja gravação - também de 1966 - foi reavivada ao ser incluída pelo cineasta Quentin Tarantino na trilha sonora de seu cultuado filme Kill Bill, de 2003), Bang bang (My baby shot me down) sintetizou o equilíbrio chique entre direção, interpretação, cenário e iluminação do show. Quando o revólver apontado do telão para a plateia faz bombar sangue ao fim do número, o público já está totalmente arrebatado. Mas o tiro final e certeiro foi dado por Homem (Caetano Veloso, 2003). A versão dub-step de Alice foi incrementada com figurino intencionalmente masculinizado. O microfone se tornou um símbolo fálico, em sintonia com a imagem do travesti nu exibida no telão. Enfim, nasceu uma estrela neste ano de 2014. Mas nasceu também um talentoso diretor de shows musicais. Se Alice por vezes soou como diamante bruto no palco, Paulo Borges soube lapidar o diamante e mostrar em cena todo o brilho dessa cantora-orixá. Soberana, Alice Caymmi reinou em show à altura do seu talento.
Realmente foi um puta show! A plateia estava hipnotizada. Merece as 5 estrelas! Pena que foram apenas 2 dias. Tao bom quando cantores ficavam 2 meses ou mais numa casa de shows ou teatro.
Mas agora ela tá afinada? Quando vi o Dorivália no SESC Belenzinho, ela desafinava tanto, que parecia que ela se preocupava mais com a atitude, com a performance, com o visual, com a transgressão sobre a obra do avô, do que efetivamente em cantar.
Mauro, o show vai ser apresentado assim mais vezes ou a produção foi pensada exclusivamente para o DVD? Vi o último da Alice no Oi Futuro Ipanema e adoraria assistir de novo nessa versão Madonna-indie.
Cantora instável; arranjos horrorosos; repertório fraquíssimo. Muita luz, muito efeito; pouca Música.
Igor A., a produção foi pensada para a gravação ao vivo. Por ora, não tenho resposta para sua pergunta, pois nada foi decidido ainda. Mas acredito que, diante da repercussão, o show pode ser remontado ao longo de 2015. Abs, MauroF
Assisti ao show na sexta-feira, dia 12, na fila do "gargarejo". Teatro Itália lotadíssimo, vibrando o tempo todo. — Alice Caymmi é ótima e não desafinou nadinha. — É uma meninona, cantora de grande potencial, que precisa ser burilada e externar toda a energia musical que tem dentro de si. Show lindo! Que venham outros.
Daqui a pouco ninguém vai se lembrar que existe...
o show é lindo visualmente. conceito hype_overthetop_extravaganza_queer_montação_burlesque rola solto e cabe muito bem pq o disco é assim tb. quando for pra estrada (talvez num show de pista) vai render muito!
Alice está afinada, o repertório adicional ficou muito bom. merece as 5 estrelas pq raramente um disco é tão bem representado no palco como agora.
Mauro,
Disco lindo, show perfeito com muita luz, muita música e presença de palco, acho difícil que ela seja esquecida logo. Bom te rever.
Abraço.
Johnny
"A linguagem musical basta"-Antonio Carlos Jobim.
"E como ficou chato ser moderno. Agora serei eterno" -Carlos Drummond De Andrade.
Realmente, moderno, ruidoso, chocante o trabalho de Alice Caymmi é. Agora para permanecer, marcar, e ter sua linguagem musical eternizada, falta ao faustoso som de Alice um (ou muitos) toque(s) de (Dorival) Caymmi.
"Escrevi 400 canções e o Dorival Caymmi, 70. Mas ele tem 70 canções perfeitas. Eu Não." -Caetano Veloso
Alice sempre muito talentosa.Mas ando meio com preguica de discurso intelectual progressista de esquerda dela e de sua turma.Ja que,fazer arte para elite,questionando-a,criticando em seus conflitos existenciais burgueses,utilizando de recursos advindos da arte popular conceituada pobre,dos guetos,em particular para obter um efeito politico de combate mais explicito as desigualdades,se aliando e alinhando a elas,nao tem nada de novo,moderno ou contemporaneo.E antigo.Por isso e natural questionarewm a atemporaniedade do trabalho dela.O tropicalismo ja fez isso a meio seculo.Mas ela ainda esta apenas engatinhando em sua tragetoria.Revolucionario na familia ainda e o avo,pilar impar da musica e a tia que mudou radicalmente o canto romantico e melodico.Essa entao desde sempre verdadeiramente marginalizada e combatida pelo mercado e regras de estilo.E so rever a historia.
Eu sempre acho que essa moça tem um ligeiro problema de dicção.Eu devo ter desenvolvido a Síndrome-Elis Regina,a sua dicção era tão clara.
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