♪ EDITORIAL - Duetos 2, CD e DVD de Roberto Carlos que a Sony Music pôs nas lojas neste mês de dezembro de 2014, é mais um produto requentado, improvisado para dar continuidade a uma discografia que vem agonizando artisticamente. Embora o sucesso avassalador da música Esse cara sou eu (Roberto Carlos) - lançada em EP posto nas lojas em novembro de 2012 - tenha provado que o Rei ainda tem lampejos da majestosa inspiração de outrora, Roberto Carlos vem adiando há anos a gravação de seu prometido álbum de inéditas. O último saiu em 2003, há longos 11 anos. É provável que não haja um próximo. E, por isso, a resolução desse caso sem solução é lançar registros ao vivo de shows e improvisar produtos como Duetos 2, que rebobina 12 números extraídos dos especiais de fim de ano do artista na TV Globo. Curiosamente, dez desses 12 números são de especiais exibidos entre 2005 e 2008. Parece ter havido acomodação até na seleção de repertório, que somente surpreende quando desencava o dueto de Roberto com seu amigo de fé Erasmo Carlos em Papo de esquina, música composta pela dupla em tom country e cantada pelos irmãos camaradas no especial de 1988. É fato que vale a pena ver de novo os encontros de Roberto Carlos com Alcione (com pot-pourri em que o Rei e a Marrom conversam através das letras das músicas de seu repertório), Jorge Ben Jor (o colega dos tempos juvenis vividos na Tijuca, bairro carioca da Zona Norte do Rio de Janeiro que marcou o encontro de Roberto com Erasmo Carlos, com Ben e com Tim Maia nos anos 1950), Marisa Monte (somente o fato de ver e ouvir Roberto cantando Amor, I love you, sucesso da cantora em 2000, já vale o número) e Rita Lee (com pot-pourri que mostra como o rock pop de Rita dialoga com o cancioneiro de Roberto nos tempos da Jovem Guarda). Em contrapartida, a inclusão do encontro com MC Leozinho no especial de 2006 - quando o cantor de pop funk e Roberto cantaram Ela só pensa em beijar, hit do MC naquele ano - resulta desnecessário. Afinal, o sucesso de Leozinho parece ter sido nuvem passageira na música brasileira. Seja como for, Duetos 2 reitera a força comercial de Roberto Carlos. Basta dizer que a tiragem inicial do CD é de 150 mil cópias. Já o DVD teve 180 mil exemplares distribuídos no mercado fonográfico brasileiro pela Sony Music. É muito para um produto requentado e para o atual momento da indústria nacional do disco. Sinal de que, apesar de todo o desprezo da crítica pela (morna) fase recente de sua carreira, o Rei ainda continua no trono.
Guia jornalístico do mercado fonográfico brasileiro com resenhas de discos, críticas de shows e notícias diárias sobre futuros lançamentos de CDs e DVDs. Do pop à MPB. Do rock ao funk. Do axé ao jazz. Passando por samba, choro, sertanejo, soul, rap, blues, baião, música eletrônica e música erudita. Atualizado diariamente. É proibida a reprodução de qualquer texto ou foto deste site em veículo impresso ou digital - inclusive em redes sociais - sem a prévia autorização do editor Mauro Ferreira.
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9 comentários:
♪ Editorial - Duetos 2, o CD e DVD de Roberto Carlos que a Sony Music pôs nas lojas neste mês de dezembro de 2014, é mais um produto requentado, improvisado para dar continuidade a uma discografia que vem agonizando artisticamente. Embora o sucesso avassalador da música Esse cara sou eu (Roberto Carlos) - lançada em EP posto nas lojas em novembro de 2012 - tenha provado que o Rei ainda tem lampejos da majestosa inspiração de outrora, Roberto Carlos vem adiando há anos a gravação de seu prometido álbum de inéditas. O último saiu em 2003, há longos 11 anos. É provável que não haja um próximo. E, por isso, a resolução desse caso sem solução é lançar registros ao vivo de shows e improvisar produtos como Duetos 2, que rebobina 12 números extraídos dos especiais de fim de ano do artista na TV Globo. Curiosamente, dez desses 12 números são de especiais exibidos entre 2005 e 2008. Parece ter havido acomodação até na seleção de repertório, que somente surpreende quando desencava o dueto de Roberto com seu amigo de fé Erasmo Carlos em Papo de esquina, música composta pela dupla em tom country e cantada pelos irmãos camaradas no especial de 1988. É fato que vale a pena ver de novo os encontros de Roberto Carlos com Alcione (com pot-pourri em que o Rei e a Marrom conversam através das letras das músicas de seu repertório), Jorge Ben Jor (o colega dos tempos juvenis vividos na Tijuca, bairro carioca da Zona Norte do Rio de Janeiro que marcou o encontro de Roberto com Erasmo Carlos, com Ben e com Tim Maia nos anos 1950), Marisa Monte (somente o fato de ver e ouvir Roberto cantando Amor, I love you, sucesso da cantora em 2000, já vale o número) e Rita Lee (com pot-pourri que mostra como o rock pop de Rita dialoga com o cancioneiro de Roberto nos tempos da Jovem Guarda). Em contrapartida, a inclusão do encontro com MC Leozinho no especial de 2006 - quando o cantor de pop funk e Roberto cantaram Ela só pensa em beijar, hit do MC naquele ano - resulta desnecessário. Afinal, o sucesso de Leozinho parece ter sido nuvem passageira na música brasileira. Seja como for, Duetos 2 reitera a força comercial de Roberto Carlos. Basta dizer que a tiragem inicial do CD é de 150 mil cópias. Já o DVD teve 180 mil exemplares distribuídos no mercado fonográfico brasileiro pela Sony Music. É muito para um produto requentado e para o atual momento da indústria nacional do disco. Sinal de que, apesar de todo o desprezo da crítica pela (morna) fase recente de sua carreira, o Rei ainda continua no trono.
"Esse cara sou eu",majestosa inspiração...não entendi.
O rei, segundo alguns, nunca foi adorado pela crítica, o que em nada influenciou sua carreira. Assim como os Beatles, que eram vistos como uma moda passageira, Roberto Carlos já provou que seu nome está escrito na história de nossa música popular. O reto é gostar ou não gostar... questão de opinião.
Belo texto Mauro!!! Eu também gosto muito do Roberto, sua arte é uma inspiração para grande parte dos nossos talentosos artistas brasileiros.Claro que eu queria um disco de inéditas, ou até mesmo o lançamento do show de Las Vegas. Mas vale lembrar que ele já esta com 73 anos, nunca parou desde que começou lá na Jovem Guarda, vem nos presenteando com trabalhos inéditos e anuais á mais de 4 décadas...60,70,80,90...sem parar. Hoje ele continua firme nos palcos,e a gente se pergunta:Cantando as mesmas músicas ?? Pode ser sim as mesmas músicas, mas ele canta sem Playback..canta no gogó mesmo(como dizia o eterno Gonzaguinha), com o famoso RC7 de tamanha competência e talento, junto com o maestro Eduardo Lages.Vamos torcer por um trabalho novo e inédito do Roberto..no mais fica aqui o meu profundo respeito e admiração por este grande artista :)
Esse vive do que foi um dia. Junto com seu público cheirando a mofo!!
perto de uma nova "geração" cantando por aí, prefiro cheirar o mofo do Rei a ter que me sujeitar a ouvir Naldos, Ludmillas, Anitas e afins...
Estamos falando de música de verdade aqui Cello...e não de modismos fabricados... Música por música temos opções com mofo zero.. Vá ouvir o novo e formidável trabalho do Francis Hime. Sabe se inovar e fazer trabalhos de alta qualidade , apesar de ser de uma geração passada.
Ao contrário do colunista, considero a inclusão do número com MC Leozinho uma curiosidade interessante.
Trocando em miúdos: trata-se de um CD e DVD caça-níqueis mesmo!
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