♪ EDITORIAL - Todos os obituários de Lincoln Olivetti (1954 - 2015) estão destacando o fato de o tecladista, arranjador, maestro e compositor fluminense ter sido atacado pela crítica musical - sob a acusação de estar pasteurizando a MPB - quando começou a imprimir seu som e sua marca na música brasileira, no início dos anos 1980. Há quem tenha tido seus brios nacionalistas feridos com a audição dos arranjos feitos por Olivetti para as gravações originais de músicas como Lança perfume (Rita Lee e Roberto de Carvalho, 1980), Festa do interior (Moraes Moreira e Abel Silva, 1981) e Banho de cheiro (Carlos Fernando, 1983) - para citar somente três exemplos da maestria do maestro que ajudou as cantoras Rita Lee, Gal Costa e Elba Ramalho a galgarem altas posições nas paradas das época. Os argumentos de que Olivetti pasteurizava a MPB hoje soam risíveis, mas precisam ser relativizados por conta do contexto. Olivetti deu um banho pop eletrônico de internacionalização na MPB que, até então, era calcada em sons orgânicos tão ao gosto dos puristas. Como todo artista que inova, Olivetti causou choques, provocou rupturas e, sim, dividiu opiniões. Mas é preciso entender o contexto em que os ataques - injustos, como provou o tempo rei - dirigidos ao mestre foram feitos. Da mesma forma que é preciso entender o contexto nacionalista que provocou, em 1967, a realização de uma anedótica passeata contra a guitarra elétrica seguida por ícones da MPB dos festivais como Elis Regina (1945 - 1982). Olivetti foi gênio na primeira metade dos anos 1980. E, como todo artista que deu um passo à frente, não obteve adesão imediata. Só que o tempo se encarregou de colocar Lincoln Olivetti em seu devido lugar... E esse lugar é de honra na história da música popular do Brasil pós-anos 1980...
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4 comentários:
♪ Editorial - Todos os obituários de Lincoln Olivetti (1954 - 2015) estão destacando o fato de o tecladista, arranjador, maestro e compositor fluminense ter sido atacado pela crítica musical - sob a acusação de estar pasteurizando a MPB - quando começou a imprimir seu som e sua marca na música brasileira, no início dos anos 1980. Há quem tenha tido seus brios nacionalistas feridos com a audição dos arranjos feitos por Olivetti para as gravações originais de músicas como Lança perfume (Rita Lee e Roberto de Carvalho, 1980), Festa do interior (Moraes Moreira e Abel Silva, 1981) e Banho de cheiro (Carlos Fernando, 1983) - para citar somente três exemplos da maestria do maestro que ajudou as cantoras Rita Lee, Gal Costa e Elba Ramalho a galgarem altas posições nas paradas das época. Os argumentos de que Olivetti pasteurizava a MPB hoje soam risíveis, mas precisam ser relativizados por conta do contexto. Olivetti deu um banho pop eletrônico de internacionalização na MPB que, até então, era calcada em sons orgânicos tão ao gosto dos puristas. Como todo artista que inova, Olivetti causou choques, provocou rupturas e, sim, dividiu opiniões. Mas é preciso entender o contexto em que os ataques - injustos, como provou o tempo rei - dirigidos ao mestre foram feitos. Da mesma forma que é preciso entender o contexto nacionalista que provocou, em 1967, a realização de uma anedótica passeata contra a guitarra elétrica seguida por ícones da MPB dos festivais como Elis Regina (1945 - 1982). Olivetti foi gênio na primeira metade dos anos 1980. E, como todo artista que deu um passo à frente, não obteve adesão imediata. Só que o tempo se encarregou de colocar Lincoln Olivetti em seu devido lugar...
"Os argumentos de que Olivetti pasteurizava a MPB hoje soam risíveis". Crítica musical é assim né. Bom é aquilo que não causa mudança. Ruim é o som novo.
Não sabia de sua morte.No mais,gostei de sua colocação quanto a passeata contra a guitarra elétrica,que dentro do contexto da época,nada tinha de absurdo como muitos se referem hoje.
Resumo tudo assim: só gente muito chata para ouvir os discos em que Lincoln Olivetti colocou suas garras (nem precisa todos, basta Realce de Gil e Fantasia de Gal)e colocar defeito. O cara era (e é) muito bom!
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