Mauro Ferreira no G1

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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Voz de 'Mulher rendeira', a atriz e cantora Vanja Orico sai de cena no Rio

A carioca Evangelina Orico (15 de novembro de 1929 - 28 de janeiro de 2015) se destacou mais como atriz de cinema nos anos 1950, tendo chegado a atuar com o cineasta italiano Federico Fellini (1920 - 1993), em cujo filme Lucci del varietá (Itália, 1950) cantou o tema folclórico de raiz nordestina Meu limão, meu limoeiro. Mas Vanja Orico - como era conhecida a artista que saiu ontem de cena aos 85 anos, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), vítima de complicações decorrentes de câncer no instestino e de Mal de Alzheimer - foi também cantora, dona de discografia regular nos anos 1950 e 1960. Foi pela voz de Vanja que o xaxado Mulher rendeira - creditado oficialmente ao compositor paraibano Zé do Norte (1908 - 1979), mas em tese originado de versos escritos pelo cangaceiro pernambucano Virgulino Ferreira da Silva (1898 - 1938), o Lampião, entre 1921 e 1922 - ganhou projeção nacional em 1953 ao ser cantado por ela no filme O Cangaceiro (Brasil), do cineasta paulista Lima Barreto (1906 - 1982). Nesse mesmo ano de 1953, Vanja iniciou sua discografia, gravando um disco de 78 rotações por minuto pela gravadora RCA-Victor com outra música de Zé do Norte, Sodade, meu bem, sodade, que se tornaria seu maior sucesso como cantora. O primeiro álbum da artista, Viagem musical com Vanja Orico, saiu em 1954 pela Sinter com repertório de tom nordestino que incluía temas folclóricos. Nesta fase inicial de sua discografia, povoada por discos de 78 rotações, Vanja deu voz a muitas músicas do compositor Dorival Caymmi (1914 - 2008). Mas a cantora gravou também músicas de Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994) e, sem jamais abandonar o repertório nordestino, transitou pelas obras de outros compositores associados à Bossa Nova (como Carlos Lyra e Roberto Menescal) em seu álbum Vanja Orico (Chantecler, 1964), no qual cantou inclusive o então iniciante Jorge Ben Jor, de quem gravou Dandara. A fase mais produtiva da discografia da artista compreende período que vai de 1953 a 1967. Sem gravar nos anos 1970, a cantora voltou ao mercado fonográfico no início da década seguinte com a edição do LP Vanja Orico (Seta, 1981). A partir daí, Vanja lançou álbuns ocasionais, sendo que o último - Mexe com o corpo - foi editado de forma independente em 2007.

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...

♪ A carioca Evangelina Orico (15 de novembro de 1929 - 28 de janeiro de 2015) se destacou mais como atriz de cinema nos anos 1950, tendo chegado a atuar com o cineasta italiano Federico Fellini (1920 - 1993), em cujo filme Lucci del varietá (Itália, 1950) cantou o tema folclórico de raiz nordestina Meu limão, meu limoeiro. Mas Vanja Orico - como era conhecida a artista que saiu ontem de cena aos 85 anos, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), vítima de complicações decorrentes de câncer no instestino e de Mal de Alzheimer - foi também cantora, dona de discografia regular nos anos 1950 e 1960. Foi pela voz de Vanja que o xaxado Mulher rendeira - creditado oficialmente ao compositor paraibano Zé do Norte (1908 - 1979), mas em tese originado de versos escritos pelo cangaceiro pernambucano Virgulino Ferreira da Silva (1898 - 1938), o Lampião, entre 1921 e 1922 - ganhou projeção nacional em 1953 ao ser cantado por ela no filme O Cangaceiro (Brasil), do cineasta paulista Lima Barreto (1906 - 1982). Nesse mesmo ano de 1953, Vanja iniciou sua discografia, gravando um disco de 78 rotações por minuto pela gravadora RCA-Victor com outra música de Zé do Norte, Sodade, meu bem, sodade, que se tornaria seu maior sucesso como cantora. O primeiro álbum da artista, Viagem musical com Vanja Orico, saiu em 1954 pela Sinter com repertório de tom nordestino que incluía temas folclóricos. Nesta fase inicial de sua discografia, povoada por discos de 78 rotações, Vanja deu voz a muitas músicas do compositor Dorival Caymmi (1914 - 2008). Mas a cantora gravou também músicas de Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994) e, sem jamais abandonar o repertório nordestino, transitou pelas obras de outros compositores associados à Bossa Nova (como Carlos Lyra e Roberto Menescal) em seu álbum Vanja Orico (Chantecler, 1964), no qual cantou inclusive o então iniciante Jorge Ben Jor, de quem gravou Dandara. A fase mais produtiva da discografia da artista compreende período que vai de 1953 a 1967. Sem gravar nos anos 1970, a cantora voltou ao mercado fonográfico no início da década seguinte com a edição do LP Vanja Orico (Seta, 1981). A partir daí, Vanja lançou álbuns ocasionais, sendo que o último - Mexe com o corpo - foi editado de forma independente em 2007.

lurian disse...

Maravilhosa mulher, atriz, cantora e ativista politica. Sou fã do seu trabalho!