♪ Baixista dos três primeiros álbuns da banda brasiliense Legião Urbana (1982 - 1996), Renato da Silva Rocha (27 de maio de 1961 - 22 de fevereiro de 2015), o Negrete, vivenciou como poucos os clichês do universo do rock'n'roll. Foi do céu ao inferno até sair de cena na manhã de hoje, a três meses de completar 54 anos, tendo vivido as experiências tão díspares de ser integrante de um dos grupos de rock mais idolatrados do Brasil e de, a partir de sua expulsão desse grupo, ter iniciado movimento de declínio que o levou a ser morador de rua - situação exposta ao Brasil em 2012 pelas câmeras de programa populista da TV Record. O compositor e músico carioca foi encontrado morto em quarto de hotel de Guarujá (SP). De acordo com informação postada pela família do artista em rede social, Negrete saiu de cena por conta de parada cardíaca. Mas já entrou para a história do rock brasileiro muito antes. Mais precisamente em 1984, ano em que - por conta de tentativa de suicídio de Renato Russo (1960 - 1996), dias antes da gravação do primeiro álbum da Legião - Rocha foi convidado a assumir o posto de baixista da banda quando o disco Legião Urbana (EMI Music, 1985) ainda estava em processo de pré-produção. Acabou tocando nos três primeiros álbuns do grupo - o citado Legião Urbana, Dois (EMI Music, 1986) e Que país é este? 1978 / 1987 (EMI Music, 1987) - e se tornando parceiro dos seus colegas de banda em músicas como Angra dos Reis (Renato Russo, Marcelo Bonfá e Renato Rocha, 1987) e Quase sem querer (Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Renato Rocha, 1986). Embora nascido na cidade do Rio de Janeiro, no subúrbio de São Cristóvão, Rocha foi morar em Brasília (DF) nos anos 1970, se enturmando com a cena punk construída na Capital Federal entre a segunda metade da década de 1970 e o início dos anos 1980. Rocha integrou bandas como a Gestapo e a Hosbond Kama antes de ser convidado a entrar na Legião Urbana pelo mesmo Renato Russo que o expulsou do então quarteto em 1988. De acordo com declarações de Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá (os dois remanescentes da formação original da Legião Urbana) à imprensa, Rocha - que teve problemas com álcool e drogas - nem sempre honrava os horários e os compromissos da agenda do grupo. Dono de personalidade temperamental que o levava a gestos autoritários, Russo expulsou Rocha do grupo no prédio da gravadora EMI, antes da gravação do quarto álbum da banda, As quatro estações (EMI Music, 1989). A saída de Renato Rocha da Legião Urbana foi tão intempestiva quanto sua entrada na banda. Só que Negrete fica na história do rock do Brasil em lugar de honra.
Guia jornalístico do mercado fonográfico brasileiro com resenhas de discos, críticas de shows e notícias diárias sobre futuros lançamentos de CDs e DVDs. Do pop à MPB. Do rock ao funk. Do axé ao jazz. Passando por samba, choro, sertanejo, soul, rap, blues, baião, música eletrônica e música erudita. Atualizado diariamente. É proibida a reprodução de qualquer texto ou foto deste site em veículo impresso ou digital - inclusive em redes sociais - sem a prévia autorização do editor Mauro Ferreira.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
5 comentários:
♪ Baixista dos três primeiros álbuns da banda brasiliense Legião Urbana (1982 - 1996), Renato da Silva Rocha (27 de maio de 1961 - 22 de fevereiro de 2015), o Negrete, vivenciou como poucos os clichês do universo do rock'n'roll. Foi do céu ao inferno até sair de cena na manhã de hoje, a três meses de completar 54 anos, tendo vivido as experiências tão díspares de ser integrante de um dos grupos de rock mais idolatrados do Brasil e de, a partir de sua expulsão desse grupo, ter iniciado movimento de declínio que o levou a ser morador de rua - situação exposta ao Brasil em 2012 pelas câmeras de programa populista da TV Record. O compositor e músico carioca foi encontrado morto em quarto de hotel de Guarujá (SP). De acordo com informação postada pela família do artista em rede social, Negrete saiu de cena por conta de parada cardíaca. Mas já entrou para a história do rock brasileiro muito antes. Mais precisamente no momento em que, por conta de tentativa de suicídio de Renato Russo (1960 - 1996), dias antes da gravação do primeiro álbum da Legião, Rocha foi convidado a assumir o posto de baixista quando o disco Legião Urbana (EMI Music, 1985) ainda estava em processo de pré-produção. Acabou tocando nos três primeiros álbuns da banda - o citado Legião Urbana, Dois (EMI Music, 1986) e Que país é este? 1978 / 1987 (EMI Music, 1987) - se tornando parceiro dos seus colegas de banda em músicas como Angra dos Reis (Renato Russo, Marcelo Bonfá e Renato Rocha, 1987) e Quase sem querer (Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Renato Rocha, 1986). Embora nascido na cidade do Rio de Janeiro, no subúrbio de São Cristóvão, Rocha foi morar em Brasília (DF) nos anos 1970, se enturmando com a cena punk construída na Capital Federal entre a segunda metade da década de 1970 e o início dos anos 1980. Rocha integrou bandas como a Gestapo e a Hosbond Kama antes de ser convidado a entrar na Legião Urbana pelo mesmo Renato Russo que o expulsou do então quarteto em 1988. De acordo com declarações de Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá (os dois remanescentes da formação original da Legião Urbana) à imprensa, Rocha - que teve problemas com álcool e drogas - nem sempre honrava os horários e os compromissos da agenda do grupo. Dono de personalidade temperamental que o levava a gestos autoritários, Russo expulsou Rocha do grupo no prédio da gravadora EMI, antes da gravação do quarto álbum da banda, As quatro estações (EMI Music, 1988). A saída de Renato Rocha da Legião Urbana foi tão intempestiva quanto sua entrada na banda. Só que Negrete fica na história do rock do Brasil em lugar de honra.
admirei a coragem de Renato Rocha ao falar sem rodeios sobre a Legião numa entrevista que li a algum tempo
Dois Renato desequilibrados numa só banda.Tinha tudo pra não dar certo.
Augusto Flávio (Petrolina-Pe/Juazeiro-Ba)
O disco "As quatro estações" é de 1989.
É verdade, Augusto. Grato por mais esse toque. Abs, MauroF
Postar um comentário