terça-feira, 17 de março de 2015

Série põe Midani em casa em aparente informalidade com família musical

Resenha de série de TV - Primeiro episódio
Título: André Midani - Do vinil ao download
Direção: Andrucha Waddington e Mini Kerti
Emissora: GNT (canal 41 e 541 da NET)
Foto: GNT / Dan Behr
Cotação: * * *
Série de cinco programas exibida às 23h de terça-feira no canal GNT

Nenhuma pátria parece ter parido André Midani, um dos mais importantes executivos da indústria fonográfica do Brasil. Nascido na Síria e criado na França, esse homem apaixonado pelo disco aportou no Brasil em dezembro de 1955 e, por aqui, Midani renasceu sem deixar de ser um cidadão do mundo, agente e/ou testemunha dos passos mais decisivos dos últimos 60 anos da música brasileira. Essa história rendeu autobiografia editada originalmente em 2008 com o título Música, ídolos e poder - Do vinil ao download. Relançada neste ano de 2015 pela editora Nova Fronteira, com a adição de dois capítulos inéditos e a supressão de trecho controvertido que fez com que a comercialização do livro fosse interrompida por ordem judicial, a biografia foi a inspiração para os cineastas Andrucha Waddignton e Mini Kerti idealizarem e dirigirem um documentário e uma série de TV sobre Midani, ora exibida semanalmente pelo canal pago GNT. Dividida em cinco episódios programados para ir ao ar às 23h de terça-feira, a série André Midani - Do vinil ao download flagra o executivo literalmente em casa, às voltas com sua família. E, no caso, entenda-se por família a extensa irmandade estabelecida por Midani com ícones da MPB. A presença na série de nomes como Caetano Veloso, Carlos Lyra, Erasmo Carlos, Gilberto Gil, Jorge Ben Jor, Marisa Monte e Roberto Menescal - entre outros artistas convidados a se juntar a Midani numa série de nove encontros filmados por Andrucha e Kerti - já atesta por si só a relevância do executivo. A julgar pelo primeiro dos cinco episódios, centrado em encontro com a turma da Bossa Nova e em reunião com nomes como Caetano, Gil, Ben Jor e Marisa, o tom é de aparente informalidade. Os papos são pretensamente naturais - e deles brotam fatos curiosos sobre a trajetória de Midani e da própria história da música brasileira. Mas, por mais que pareçam ignorar a presença das câmeras naquele ambiente caseiro, anfitrião e convidados sabem que tudo está sendo captado para a posteridade e que será passível de julgamento público se passar pelo filtro da edição. Isso inevitavelmente engessa um pouco as falas. É como se a série expusesse somente a intimidade consentida por Midani, ainda que a opção pela filmagem em sua casa envolva o programa num clima de big brother, já que o espectador é - em tese - o penetra que espia pelas frestas o papo que rola solto (?) e os números musicais improvisados (?) a partir desses encontros. No primeiro episódio, por exemplo, Erasmo Carlos solou sua canção Filho único (1976) enquanto Gil puxou o samba Tim tim por tim tim (Haroldo Barbosa e Geraldo Jacques, 1951), cantarolado por Marisa Monte e por outros convidados. De todo modo, André Midani está em casa nessa série documental feita sem depoimentos formais, dados de frente para a câmera. A emoção real do executivo ao falar da família musical formada ao longo de seus 60 anos de Brasil é bonito traço que sinaliza que há lances verdadeiros no armado jogo da espontaneidade consentida.

5 comentários:

  1. ♪ Nenhuma pátria parece ter parido André Midani, um dos mais importantes executivos da indústria fonográfica do Brasil. Nascido na Síria e criado na França, esse homem apaixonado pelo disco aportou no Brasil em dezembro de 1955 e, por aqui, Midani renasceu sem deixar de ser um cidadão do mundo, agente e/ou testemunha dos passos mais decisivos dos últimos 60 anos da música brasileira. Essa história rendeu autobiografia editada originalmente em 2008 com o título Música, ídolos e poder - Do vinil ao download. Relançada neste ano de 2015 pela editora Nova Fronteira, com a adição de dois capítulos inéditos e a supressão de trecho controvertido que fez com que a comercialização do livro fosse interrompida por ordem judicial, a biografia foi a inspiração para os cineastas Andrucha Waddignton e Mini Kerti idealizarem e dirigirem um documentário e uma série de TV sobre Midani, ora exibida semanalmente pelo canal pago GNT. Dividida em cinco episódios programados para ir ao ar às 23h de terça-feira, a série André Midani - Do vinil ao download flagra o executivo literalmente em casa, às voltas com sua família. E, no caso, entenda-se por família a extensa irmandade estabelecida por Midani com ícones da MPB. A presença na série de nomes como Caetano Veloso, Carlos Lyra, Erasmo Carlos, Gilberto Gil, Jorge Ben Jor, Marisa Monte e Roberto Menescal - entre outros artistas convidados a se juntar a Midani numa série de nove encontros filmados por Andrucha e Kerti - já atesta por si só a relevância do executivo. A julgar pelo primeiro dos cinco episódios, centrado em encontro com a turma da Bossa Nova e em reunião com nomes como Caetano, Gil, Ben Jor e Marisa, o tom é de aparente informalidade. Os papos são pretensamente naturais - e deles brotam fatos curiosos sobre a trajetória de Midani e da própria história da música brasileira. Mas, por mais que pareçam ignorar a presença das câmeras naquele ambiente caseiro, anfitrião e convidados sabem que tudo está sendo captado para a posteridade e que será passível de julgamento público se passar pelo filtro da edição. Isso inevitavelmente engessa um pouco as falas. É como se a série expusesse somente a intimidade consentida por Midani, ainda que a opção pela filmagem em sua casa envolva o programa num clima de big brother, já que o espectador é - em tese - o penetra que espia pelas frestas o papo que rola solto (?) e os números musicais improvisados (?) a partir desses encontros. No primeiro episódio, por exemplo, Erasmo Carlos solou sua canção Filho único (1976) enquanto Gil puxou o samba Tim tim por tim tim (Haroldo Barbosa e Geraldo Jacques, 1951), cantarolado por Marisa Monte e por outros convidados. De todo modo, André Midani está em casa nessa série documental feita sem depoimentos formais, dados de frente para a câmera. A emoção real do executivo ao falar da família musical formada ao longo de seus 60 anos de Brasil é bonito traço que sinaliza que há lances verdadeiros no armado jogo da espontaneidade consentida.

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  2. Vou dar uma espiada na série para ver se é boa.

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  3. Achei muito chato os primeiros episódios da série.André Midani é um cara que mostra muita prepotência e preconceito com determinados artistas. Para quem trabalhou anos na Phonogram e recentemente lançou um livro, no mínimo 'teria'(por que não tem) histórias e curiosidades muito interessantes de todos aqueles artistas fantásticos da década de 70. Mas ele fica só no Chico e no Caetano, ou no Erasmo e no Jorge, é uma zona de conforto, não sai disso.Eu gosto desses artistas, mas acontece que existiram outros talentos na Phonogram, no qual não são citados.
    É quase impossível enxergar a experiência deste homem que trabalhou anos na Phonogram, o EGO dele fala mais alto, cansa :(

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  4. queria ver essa primeira entrevista onde consigo assistir??

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  5. Que maravilha de programa!!! Imperdível!! Tô doido pra assistir aos outros episódios!

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