Mauro Ferreira no G1

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sábado, 11 de abril de 2015

Caixa reembala os discos que geraram o ídolo romântico Antonio Marcos

A consolidação da carreira de Roberto Carlos logo após o fim da Jovem Guarda, com um repertório mais romântico e uma imagem tristonha de bom moço, motivou a indústria do disco a investir em cantores populares enquadrados nessa elástica moldura do romantismo popular. Dentre esses cantores, o paulistano Antonio Marcos Pensamento da Silva (8 de novembro de 1945 - 5 de abril de 1992) - surgido no mercado fonográfico em 1967 - ganhou especial projeção a partir de 1969, ano em que o então iniciante artista se destacou como intérprete no IV Festival de Música Popular Brasileira da TV Record. Naquele mesmo ano de 1969, então já contratado pela gravadora RCA, o cantor lançou seu primeiro álbum, Antonio Marcos, único título já relançado em CD dentre os quatro álbuns reembalados pelo pesquisador musical Marcelo Fróes na primeira das duas caixas lançadas por seu selo Discobertas. Postas nas lojas em março de 2015, com reedições de oito álbuns que cobrem período que vai de 1969 a 1976, as duas caixas celebram - com antecedência de oito meses - os 70 anos que Antonio Marcos poderia festejar em novembro deste ano de 2015 se não tivesse saído precocemente de cena, aos 46 anos, vítima de acidente de trânsito que abreviou o fim de uma vida que já vinha transcorrendo de forma atribulada por conta do alcoolismo do artista. São os discos da fase áurea vivida pelo cantor na gravadora RCA. A primeira caixa, Antonio Marcos vol. 1 (1967 - 1972), embala os quatro álbuns que geraram o ídolo romântico. Além do já mencionado Antonio Marcos (1969), a caixa apresenta as primeiras reedições em CD de Antonio Marcos (1970), 8-11-45 (1971) e "Sempre" Antonio Marcos (1972). Turbinadas com faixas-bônus, extraídas de compactos e de discos em espanhol gravados pelo cantor para o mercado de língua hispânica, as reedições preservam toda a arte gráfica das capas, contracapas, encartes e selos dos álbuns originais. Ouvidos com distanciamento crítico, sob o benefício da perspectiva do tempo, os discos mostram, em primeiro lugar, que Antonio Marcos cantava muito bem. Ele sabia interpretar, no tom exato, canções que deixavam entrever angústias existenciais. Solidão e tristeza eram marcas bem recorrentes no repertório de Antonio Marcos, cantor que emplacou, nas paradas populares da época, sucessos como Menina de trança, hit radiofônico do álbum de 1970, sempre alternando o visual comportado de galã (exposto nas capas de seus dois primeiros álbuns) com a imagem barbada dos discos de 1971 e 1972, ano em que Roberto Carlos lançou uma das mais famosas composições do colega, Como vai você? (Antonio Marcos e Mário Marcos), canção que somente viria a ser gravada pelo próprio autor em 1973, no áureo álbum inserido na segunda caixa dedicada a Antonio Marcos pelo selo Discobertas.

4 comentários:

Mauro Ferreira disse...

♪ A consolidação da carreira de Roberto Carlos logo após o fim da Jovem Guarda, com um repertório mais romântico e uma imagem tristonha de bom moço, motivou a indústria do disco a investir em cantores populares enquadrados nessa elástica moldura do romantismo popular. Dentre esses cantores, o paulistano Antonio Marcos Pensamento da Silva (8 de novembro de 1945 - 5 de abril de 1992) - surgido no mercado fonográfico em 1967 - ganhou especial projeção a partir de 1969, ano em que o então iniciante artista se destacou como intérprete no IV Festival de Música Popular Brasileira da TV Record. Naquele mesmo ano de 1969, então já contratado pela gravadora RCA, o cantor lançou seu primeiro álbum, Antonio Marcos, único título já relançado em CD dentre os quatro álbuns embalados pelo pesquisador musical Marcelo Fróes na primeira das duas caixas lançadas por seu selo Discobertas. Postas nas lojas em março de 2015, com reedições de oito álbuns que cobrem período que vai de 1969 a 1976, as duas caixas celebram - com antecedência de oito meses - os 70 anos que Antonio Marcos poderia festejar em novembro deste ano de 2015 se não tivesse saído precocemente de cena, aos 46 anos, vítima de acidente de trânsito que abreviou o fim de uma vida que já vinha transcorrendo de forma atribulada por conta do alcoolismo do artista. São os discos da fase áurea vivida pelo cantor na gravadora RCA. A primeira caixa, Antonio Marcos vol. 1 (1967 - 1972), embala os quatro álbuns que geraram o ídolo romântico. Além do já mencionado Antonio Marcos (1969), a caixa apresenta as primeiras reedições em CD de Antonio Marcos (1970), 8-11-45 (1971) e "Sempre" Antonio Marcos (1972). Turbinadas com faixas-bônus, extraídas de compactos e de discos em espanhol gravados pelo cantor para o mercado de língua hispânica, as reedições preservam toda a arte gráfica das capas, contracapas, encartes e selos dos álbuns originais. Ouvidos com distanciamento crítico, sob o benefício da perspectiva do tempo, os discos mostram, em primeiro lugar, que Antonio Marcos cantava muito bem. Ele sabia interpretar, no tom exato, canções que deixavam entrever angústias existenciais. Solidão e tristeza eram marcas bem recorrentes no repertório de Antonio Marcos, cantor que emplacou, nas paradas populares da época, sucessos como Menina de trança, hit radiofônico do álbum de 1970, sempre alternando o visual comportado de galã (exposto nas capas de seus dois primeiros álbuns) com a imagem barbada dos discos de 1971 e 1972, ano em que Roberto Carlos lançou uma das mais famosas composições do colega, Como vai você? (Antonio Marcos e Mário Marcos), canção que somente viria a ser gravada pelo próprio autor em 1973, no áureo álbum inserido na segunda caixa dedicada a Antonio Marcos pelo selo Discobertas.

Rafael disse...

Antônio Marcos foi um grande cantor e essas caixas são super necessárias de se ter na coleção de qualquer bom colecionador de discos...

Unknown disse...

Parabéns ao Marcelo Fróes, por disponibilizar estas relíquias em CD com som remasterizado e toda a maravilha completa da arte em si do disco. A Discobertas e a Jóia Moderna são as melhores coisas que aconteceram nestes últimos tempos, quando o assunto é gravadora. O que mais chama a minha atenção é que eles não tem preconceito ou cabeça feita fechada, na ignorância de outras gravadoras. Eles relançam diversos e diferentes discos de artistas, que nunca tiveram sua obra em CD.Tomara que o Marcelo Fróes, continue lançando mais discos da Jovem Guarda que até hoje sofre preconceito, dentro do rótulo "MPB", o que muitos não percebem é que sem a Jovem Guarda nem o Tropicalismo existiria, palavras de Gilberto Gil.

ADEMAR AMANCIO disse...

Morreu de acidente?.Jurava que a causa de sua morte fosse a marvada.