sexta-feira, 1 de maio de 2015

1º Prêmio Caymmi de Música laureia os emergentes do mar 'indie' da Bahia

SALVADOR (BA) - Aberta ao som de gravação de Doce (2008), música em que o compositor baiano Roque Ferreira saúda seu mestre conterrâneo e antecessor Dorival Caymmi (1914 - 2008), a cerimônia da primeira edição do Prêmio Caymmi de Música disse logo a que veio. A intenção do prêmio - realização da Via Press Comunicação e Eventos - era louvar Caymmi, que completaria 101 anos de vida naquela noite de 30 de abril de 2015, e ao mesmo tempo laurear os cantores, grupos e músicos que estão emergindo no populoso, mas ainda obscuro, mar indie de Bahia. Dali em diante, o palco do Teatro Castro Alves alternou saudações a Caymmi (feitas inclusive via telão por ícones da MPB e da Bahia como Carlinhos Brown, Daniela Mercury, Gilberto Gil e Maria Bethânia), números musicais com artistas baianos que já ganharam visibilidade nacional - como Virgínia Rodrigues, Margareth Menezes, Orkestra Rumpilezz, entre outros - e entregas dos prêmios da noite a nomes dessa cena indie baiana. Apresentador da cerimônia roteirizada e dirigida por André Simões sob a supervisão de Elaine Hazin, o ator Jackson Costa entrou em cena dando voz a uma versão meio rapeada de João Valentão (Dorival Caymmi, 1953). Coube a Jackson coordenar os momentos em que convidados subiram ao palco para abrir os envelopes com os nomes dos vencedores eleitos pela comissão julgadora formada por Claudia Cunha, Luciano Matos, Luciano Salvador Bahia, Luisão Pereira e Ronei Jorge. Além de prêmios especiais, como o troféu concedido a Marilda Santana e Tuca Moraes (criadores em 1985 do Troféu Caymmi, origem do atual Prêmio Caymmi de Música), foram distribuídos 21 troféus alocados em três categorias básicas (Música, Show e Videoclipe). Dentro da categoria Música, o prêmio de melhor canção foi para Odisseia baiana, composição de Davi Correira e Thiago Lobão gravada na voz de Filipe Lorenzo, cantor que integra a banda Panos e Mangas e que se prepara para lançar seu primeiro álbum solo no segundo semestre deste ano de 2015. Já o prêmio de melhor tema instrumental foi para Noite cinza, dia anil, composição de Daniel Neto gravada pelo grupo Casa Verde. O melhor clipe ficou com A filha de Calmon, música gravada por Mamá Soares com o Coletivo Di Tambor. Charmoso, o vídeo também faturou o Prêmio Caymmi de Música de direção, confiada a um italiano, Max Gaggino, que se radicou na Bahia há alguns anos com uma mochila nas costas, como contou ao público de convidados ao receber seu troféu. Já o prêmio de melhor show surpreendeu por ter ido para um artista veterano, Tuzé de abreu, concorrente de nomes como Ganhadeiras de Itapuã, Ifá Afrobeat, Larissa Luz e Manuela Rodrigues. De modo geral, os prêmios foram pulverizados. Não houve um grande vencedor. A vitória foi de uma cena que, embora não tenha estado representada nos números musicais, se revelou efervescente, em busca do reconhecimento dado pelo Prêmio Caymmi de Música.  E por falar nos números musicais, eles valorizaram a cerimônia. Um dos mais empolgantes foi o encontro do grupo baiano de percussão Quabales com o internacional Stomp - como visto na foto de Marcelo Gandra. Encerrando a noite, Dori Caymmi - incentivador do Prêmio Caymmi de Música - deu sua voz grave à canção praieira O bem do mar (Dorival Caymmi, 1954) e ao samba Você já foi à Bahia? (Dorival Caymmi, 1941). No fim, premiados, convidados e organizadores se juntaram no palco do Teatro Castro Alves e foram para Maracangalha (Dorival Caymmi, 1956), encerrando o ciclo de comemorações do centenário de nascimento de Dorival Caymmi, pioneiro desbravador do mar musical da Bahia. Mar no qual muitos nomes ainda vão dar na praia, a julgar pela primeira edição do Prêmio Caymmi de Música.

 Notas Musicais viajou a Salvador (BA) a convite da produção do Prêmio Caymmi de Música

2 comentários:

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