♪ EDITORIAL - Divulgadas hoje, 7 de maio de 2015, as indicações da 26ª edição do Prêmio da Música Brasileira espelham a diversidade do mercado fonográfico brasileiro. Os 106 nomes da lista - resultado da avaliação de 536 CDs e 53 DVDs pelo júri do qual faz parte do editor de Notas Musicais, Mauro Ferreira - sinalizam uma premiação cada vez mais pulverizada entre vários nichos e segmentos da música brasileira. Embora o júri do prêmio ainda precise olhar a cena indie brasileira com mais atenção e menos pré-conceito, as indicações relevantes de Alice Caymmi na categoria pop / rock / reggae / hip hop / funk - a artista carioca disputa os troféus de melhor cantora e de melhor álbum por seu Rainha dos raios (Joia Moderna, 2014) - já mostram que essa cena indie começa aos poucos a ser absorvida e notada pelo Prêmio da Música Brasileira. De todo modo, é inegável que a premiação - criada pelo empresário José Maurício Machline em outra era da indústria fonográfica - tem especial zelo pela MPB. A soberania de Monica Salmaso na lista de indicados - com quatro nomeações derivadas de seu primoroso álbum Corpo de baile (Biscoito Fino, 2014) - denota essa preferência em sintonia com a história de um prêmio que costumar laurear nomes como Alcione, Maria Bethânia (homenageada da edição deste ano de 2015 e, talvez por isso mesmo, ausente das indicações) e Ney Matogrosso. A alocação dos discos nas 16 categorias às vezes vem para confundir, não para explicar um disco. Fernanda Takai - em foto de Bruno Sena - concorre com seu álbum solo Na medida do impossível (Deck, 2014) na categoria canção popular, criada para abranger artistas de grande público, mas sem muito prestígio entre a crítica. O que não é o caso de Takai, que flerta com a canção popular sem limitar seu som a esse universo musical. De todo modo, rótulos são cada vez mais questionáveis numa era em que a música caminha junta e misturada na web. O mérito do Prêmio da Música Brasileira é justamente valorizar e laurear essa mistura nacional. Nesse sentido, ele é o mais relevante prêmio da música produzida no Brasil. Que outra premiação lembraria de apontar o grupo baiano As Ganhadeiras de Itapuã como revelação e, ao mesmo tempo, fazer justiça a uma música como Alguma voz (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro, 2014), indicando a composição ao prêmio de melhor canção na gravação de seu autor Dori Caymmi? Valorizar a música brasileira em toda sua diversidade - com zelo pela MPB banida das rádios - é o que dá peso e legitimidade ao Prêmio da Música Brasileira.
Guia jornalístico do mercado fonográfico brasileiro com resenhas de discos, críticas de shows e notícias diárias sobre futuros lançamentos de CDs e DVDs. Do pop à MPB. Do rock ao funk. Do axé ao jazz. Passando por samba, choro, sertanejo, soul, rap, blues, baião, música eletrônica e música erudita. Atualizado diariamente. É proibida a reprodução de qualquer texto ou foto deste site em veículo impresso ou digital - inclusive em redes sociais - sem a prévia autorização do editor Mauro Ferreira.
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♪ EDITORIAL - Divulgadas hoje, 7 de maio de 2015, as indicações da 26ª edição do Prêmio da Música Brasileira espelham a diversidade do mercado fonográfico brasileiro. Os 106 nomes da lista - resultado da avaliação de 536 CDs e 53 DVDs pelo júri do qual faz parte do editor de Notas Musicais, Mauro Ferreira - sinalizam uma premiação cada vez mais pulverizada entre vários nichos e segmentos da música brasileira. Embora o júri do prêmio ainda precise olhar a cena indie brasileira com mais atenção e menos pré-conceito, as indicações relevantes de Alice Caymmi na categoria pop / rock / reggae / hip hop / funk - a artista carioca disputa os troféus de melhor cantora e de melhor álbum por seu Rainha dos raios (Joia Moderna, 2014) - já mostram que essa cena indie começa aos poucos a ser absorvida e notada pelo Prêmio da Música Brasileira. De todo modo, é inegável que a premiação - criada pelo empresário José Maurício Machline em outra era da indústria fonográfica - tem especial zelo pela MPB. A soberania de Monica Salmaso na lista de indicados - com quatro nomeações derivadas de seu primoroso álbum Corpo de baile (Biscoito Fino, 2014) - denota essa preferência em sintonia com a história de um prêmio que costumar laurear nomes como Alcione, Maria Bethânia (homenageada da edição deste ano de 2015 e, talvez por isso mesmo, ausente das indicações) e Ney Matogrosso. A alocação dos discos nas 16 categorias às vezes vem para confundir, não para explicar um disco. Fernanda Takai - em foto de Bruno Sena - concorre com seu álbum solo Na medida do impossível (Deck, 2014) na categoria canção popular, criada para abranger artistas de grande público, mas sem muito prestígio entre a crítica. O que não é o caso de Takai, que flerta com a canção popular sem limitar seu som a esse universo musical. De todo modo, rótulos são cada vez mais questionáveis numa era em que a música caminha junta e misturada na web. O mérito do Prêmio da Música Brasileira é justamente valorizar e laurear essa mistura nacional. Nesse sentido, ele é o mais relevante prêmio da música produzida no Brasil. Que outra premiação lembraria de apontar o grupo baiano As Ganhadeiras de Itapuã como revelação e, ao mesmo tempo, fazer justiça a uma música como Alguma voz (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro, 2014), indicando a composição ao prêmio de melhor canção na gravação de seu autor Dori Caymmi? Valorizar a música brasileira em toda sua diversidade - com zelo pela MPB banida das rádios - é o que dá peso e legitimidade ao Prêmio da Música Brasileira.
Takai entraria onde?
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