domingo, 3 de maio de 2015

Matanza evolui ao tocar terror em 'Pior cenário possível' com duas guitarras

Resenha de CD
Título: Pior cenário possível
Artista: Matanza
Gravadora: Deck
Cotação: * * * *

Três anos após acertar as contas com seu passado em Thunder Dope (Deck, 2012), CD no qual regravou músicas que lançara em demos na segunda metade dos anos 1990, o grupo carioca volta tocando o terror em seu sétimo álbum de estúdio, Pior cenário possível, produzido por Rafael Ramos. A safra de dez músicas inéditas de autoria solitária do guitarrista Marco Donida inclui títulos explicitamente terroristas como Matadouro 18 e A casa em frente ao cemitério. Com menor dose de letras etílicas, embora a bebida seja o paliativo apontado no hardcore Sob a mira para levar a vida nesse cenário tenebroso, o repertório mostra que o Matanza evolui nas letras. Algumas são breves tratados sobre o pessimismo, como já sinalizam os títulos dos rocks Chance pro azar e O pessimista. O disco também evidencia progressos na massa sonora do Matanza, mais compacta e coesa. Talvez porque Pior cenário possível seja o primeiro álbum gravado pelo grupo carioca com dois guitarristas. O disco apresenta Maurício Nogueira como integrante oficial da banda (em contrapartida, o Matanza perdeu o baixista Jefferson Cardim, o China, que debandou após as gravações do CD). Com alguns refrãos e riffs certeiros, o Matanza soa cada vez mais roqueiro e menos country, embora faixas como O que está feito, está feito tragam ingredientes da mistura rotulada como countrycore. O fato é que os versos de rocks irados e urgentes como Orgulho e cinismo reiteram o crescimento do universo temático do Matanza - evolução confirmada pela narrativa cinematográfica da letra  de Conversa de assassino serial, grande fecho do álbum. Enfim, o cenário pode ser o pior possível, mas nele a banda apresenta um de seus melhores discos. 

Um comentário:

  1. ♪ Três anos após acertar as contas com seu passado em Thunder Dope (Deck, 2012), CD no qual regravou músicas que lançara em demos na segunda metade dos anos 1990, o grupo carioca volta tocando o terror em seu sétimo álbum de estúdio, Pior cenário possível, produzido por Rafael Ramos. A safra de dez músicas inéditas de autoria solitária do guitarrista Marco Donida inclui títulos explicitamente terroristas como Matadouro 18 e A casa em frente ao cemitério. Com menor dose de letras etílicas, embora a bebida seja o paliativo apontado no hardcore Sob a mira para levar a vida nesse cenário tenebroso, o repertório mostra que o Matanza evolui nas letras. Algumas são tratados sobre o pessimismo, como já sinalizam os títulos dos rocks Chance pro azar e O pessimista. O disco também evidencia progressos na massa sonora do Matanza, mais compacta e coesa. Talvez porque Pior cenário possível seja o primeiro álbum gravado pelo grupo carioca com dois guitarristas. O disco apresenta Maurício Nogueira como integrante oficial da banda (em contrapartida, o Matanza perdeu o baixista Jefferson Cardim, o China, que debandou após as gravações do CD). Com alguns refrãos e riffs certeiros, o Matanza soa cada vez mais roqueiro e menos country, embora faixas como O que está feito, está feito tragam ingredientes da mistura rotulada como countrycore. O fato é que os versos de rocks irados e urgentes como Orgulho e cinismo reiteram o crescimento do universo temático do Matanza - evolução confirmada pela narrativa cinematográfica da letra de Conversa de assassino serial, grande fecho do álbum. Enfim, o cenário pode ser o pior possível, mas nele a banda apresenta um de seus melhores discos.

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