quarta-feira, 3 de junho de 2015

DVD solo de Pedro Luís, 'Aposto' celebra obra sólida pavimentada há 20 anos

EDITORIAL - Há compositores que já chegam fazendo barulho, casos do carioca Chico Buarque nos anos 1960, do alagoano Djavan na década de 1970, do carioca Cazuza (1958 - 1990) nos anos 1980 e do paraibano Chico César na década de 1990. E há compositores que chegam devagar, quase silenciosamente, mas vão construindo, a cada ano e a cada gravação, uma obra sólida que faz diferença na música brasileira. O carioca Pedro Luís está nesse segundo time. Seu primeiro DVD solo - Aposto, que traz gravação ao vivo de show lançada também no formato de CD, em edição da MP,B Discos distribuída pela gravadora Som Livre - é a celebração dessa obra de alma tão carioca, mas de abrangência já nacional. É sintomático que a música de gravação mais antiga do roteiro inteiramente autoral - Tudo vale a pena, de 1995 - tenha sido gravada há 20 anos pela visionária Fernanda Abreu, carioca sangue bom, parceira de Pedro na composição. Sim, a trajetória musical de Pedro Luís começa nos anos 1980. Embora gravada somente em 1997, a música que abre o DVD - Imantra, parceria com Antonio Saraiva - foi composta em 1982. Em fins de 1984, Pedro formou o grupo carioca de rock Urge, que chegou a lançar seu primeiro e único álbum em 1991 (deste disco, Ney Matogrosso pescou a pérola punk Incêndio, rock de autoria de Pedro, para seu show Atento aos sinais). Mas foi ali, em 1995, naquela seminal gravação de Fernanda Abreu, que o arquiteto começou a erguer uma obra autoral que faria o nome de Pedro Luís pairar acima dos grupos que encabeça, como a carnavalizante Parede (com o qual gravou em 1997 o disco Astronauta tupy, pedra fundamental de sua obra) e o carnavalesco Monobloco (de argamassa menos autoral). Batizado com parceria inédita do artista com Lucky Luciano, Aposto faz a retrospectiva festiva dessa obra - em show de tom íntimo captado em 31 de agosto de 2014 no ateliê do artista plástico carioca Sérgio Marimba (clique aqui para ler a resenha da gravação ao vivo dirigida por Bianca Ramoneda e Jorge Bispo) - ao mesmo tempo em que a expande com parcerias inéditas com o conterrâneo carioca João Cavalcanti (Indivídua, registrada com Cavalcanti e a intervenção do rap de Cabelo) e o baiano Roque Ferreira (Samba de cabôco, gravado com Martinho da Vila e Mart'nália e alocado somente nos extras do DVD). Basta dizer que uma das músicas mais bonitas do roteiro - De nós, canção gravada em dueto com a cantora fluminense Zélia Duncan - é inédita. Ou seja, Pedro Luís bota seu (ótimo) bloco autoral de composições na rua com fôlego para muitos Carnavais.

5 comentários:

  1. ♪ EDITORIAL - Há compositores que já chegam fazendo barulho, casos do carioca Chico Buarque nos anos 1960, do alagoano Djavan na década de 1970, do carioca Cazuza (1958 - 1990) nos anos 1980 e do paraibano Chico César na década de 1990. E há compositores que chegam devagar, quase silenciosamente, mas vão construindo, a cada ano e a cada gravação, uma obra sólida que faz diferença na música brasileira. O carioca Pedro Luís está nesse segundo time. Seu primeiro DVD solo - Aposto, que traz gravação ao vivo de show lançada também no formato de CD, em edição da MP,B Discos distribuída pela gravadora Som Livre - é a celebração dessa obra de alma tão carioca, mas de abrangência já nacional. É sintomático que a música de gravação mais antiga do roteiro inteiramente autoral - Tudo vale a pena, de 1995 - tenha sido gravada há 20 anos pela visionária Fernanda Abreu, carioca sangue bom, parceira de Pedro na composição. Sim, a trajetória musical de Pedro Luís começa nos anos 1980. Embora gravada somente em 1997, a música que abre o DVD - Imantra, parceria com Antonio Saraiva - foi composta em 1982. Em fins de 1984, Pedro formou o grupo carioca de rock Urge, que chegou a lançar seu primeiro e único álbum em 1992 (deste disco, Ney Matogrosso pescou a pérola punk Incêndio, rock de autoria de Pedro, para seu show Atento aos sinais). Mas foi ali, em 1995, naquela seminal gravação de Fernanda Abreu, que o arquiteto começou a erguer uma obra autoral que faria o nome de Pedro Luís pairar acima dos grupos que encabeça, como a carnavalizante Parede (com o qual gravou em 1997 o disco Astronauta tupy, pedra fundamental de sua obra) e o carnavalesco Monobloco (de argamassa menos autoral). Batizado com parceria inédita do artista com Lucky Luciano, Aposto faz a retrospectiva festiva dessa obra - em show de tom íntimo captado em 31 de agosto de 2014 no ateliê do artista plástico carioca Sérgio Marimba (clique aqui para ler a resenha da gravação ao vivo dirigida por Bianca Ramoneda e Jorge Bispo) - ao mesmo tempo em que a expande com parcerias inéditas com o conterrâneo carioca João Cavalcanti (Indivídua, registrada com Cavalcanti e a intervenção do rap de Cabelo) e o baiano Roque Ferreira (Samba de cabôco, gravado com Martinho da Vila e Mart'nália e alocado somente nos extras do DVD). Basta dizer que uma das músicas mais bonitas do roteiro - De nós, canção gravada em dueto com a cantora fluminense Zélia Duncan - é inédita. Ou seja, Pedro Luís bota seu (ótimo) bloco autoral de composições na rua com fôlego para muitos Carnavais.

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  2. Linda composição é a música Quatro Horizontes, samba composto por Lenine e Pedro Luís e que está na compilação Trilhas.doc de Lenine

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  3. É um.cara de todos os tipos da música que todo mundo grava que dialoga com todos os gêneros e por isso é admirado é claro que pelo seu talento

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  4. Gosto muito do Pedro Luíz, vou conferir este trabalho.

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  5. Que disco ruim! Econômico e nem se compara com o anterior, TEMPO DE MENINO.
    Nem compensa descrever minha frustração, só uma coisa, que respiração é aquela que ele estava e que durante as canções causa uma péssima impressão ????

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