Mauro Ferreira no G1

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quinta-feira, 11 de junho de 2015

Júri do 26º Prêmio da Música Brasileira mais acerta do que erra nas escolhas

EDITORIAL - Sim, uma premiação da magnitude do Prêmio da Música Brasileira inevitavelmente comete erros, omissões e injustiças no momento de eleger os melhores discos, cantores, grupos, músicos e DVDs do ano. Mas, justiça seja feita, o júri do 26º Prêmio da Música Brasileira - cuja cerimônia de entrega aconteceu na noite de ontem, 10 de junho de 2015, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no centro da cidade do Rio de Janeiro (RJ - mais acertou do que errou ao eleger vitoriosos como a cantora paulistana Mônica Salmaso (vista na foto de Roberto Filho com seu troféu de melhor cantora da categoria MPB). No seu auge artístico, Salmaso deu show em cada música do álbum Corpo de baile (Biscoito Fino, 2014), dedicado à já extinta parceria dos compositores cariocas Guinga e Paulo César Pinheiro. A propósito, uma das músicas do álbum, a valsa Sedutora, foi eleita a melhor canção. Mesmo sendo antiga, a música era inédita em disco e, portanto, estava apta a levar o prêmio. Em contrapartida, o júri - do qual faz parte o editor de Notas Musicais, Mauro Ferreira - mostrou conservadorismo ao eleger a ausente Marisa Monte como a melhor cantora da categoria pop por um disco ao vivo quando as duas concorrentes da artista carioca, Alice Caymmi e Juçara Marçal, mereciam muito mais por conta do barulho feito por seus álbuns independentes Rainha dos raios (Joia Moderna, 2014) e Encarnado (Independente, 2014). Já Ney Matogrosso fez jus ao troféu de melhor cantor por seu CD Atento aos sinais ao vivo (MP,B / Som Livre, 2014). De todo modo, vale valorizar os acertos - como dar o prêmio de melhor arranjador para Francis Hime pelo magistral arranjo feito pelo maestro carioca para Navega ilumina, o samba que HIme compôs com Geraldo Carneiro e que deu título ao estupendo álbum que lançou em 2014 pelo Selo Sesc. Na categoria canção popular, cujo nome sempre foi um eufemismo para brega, os tons sempre foram confusos e não foi diferente neste ano de 2015. Fernanda Takai faturou os prêmios de arte gráfica e melhor álbum (Na medida do impossível, editado via Deck em 2014), mas apenas flerta com a canção popular sem ser sequer (re)conhecida pelo público que consome tais discos. Da mesma forma, Saulo Duarte e a Unidade - eleito o melhor grupo pelo álbum Quente (YB Music, 2014) - nada tem a ver efetivamente com uma categoria feita para laurear artistas populares como Roberta Miranda, eleita a melhor cantora por um disco em que canta (mal) o cancioneiro de Roberto Carlos. Na categoria MPB, Luiz Melodia mereceu o troféu de melhor cantor pelo desempenho vocal no álbum de inéditas Zerima (Som Livre, 2014). Assim como o ZR Trio - grupo liderado por Zé Renato - mereceu também o troféu de melhor grupo. Já o melhor álbum foi Valencianas (Deck, 2014), disco de tratamento sinfônico que tirou Alceu Valença de seu habitual nicho regional (no qual, aliás, foi laureado como melhor cantor por seu álbum Amigo de arte). Na categoria regional, a propósito, a vitória do coletivo baiano As Ganhadeiras de Itapuã (como melhor grupo e melhor disco) já era quase barbada. Assim como a escolha do disco Passado de glória - 80 anos, de Monarco, na categoria samba, nicho no qual Alcione se sagrou mais uma vez a melhor cantora (desta vez, pelo álbum Eterna alegria ao vivo). No fim das contas, o saldo é positivo. Até pela presença maciça dos artistas na cerimônia festiva que celebrou a voz e a Arte de Maria Bethânia.  O que legitima a brava premiação criada pelo empresário  José Maurício Machline.

8 comentários:

Mauro Ferreira disse...

♪ EDITORIAL - Sim, uma premiação da magnitude do Prêmio da Música Brasileira inevitavelmente comete erros, omissões e injustiças no momento de eleger os melhores discos, cantores, grupos, músicos e DVDs do ano. Mas, justiça seja feita, o júri do 26º Prêmio da Música Brasileira - cuja cerimônia de entrega aconteceu na noite de ontem, 10 de junho de 2015, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no centro da cidade do Rio de Janeiro (RJ - mais acertou do que errou ao eleger vitoriosos como a cantora paulistana Mônica Salmaso (vista na foto de Roberto Filho com seu troféu de melhor cantora da categoria MPB). No seu auge artístico, Salmaso deu show em cada música do álbum Corpo de baile (Biscoito Fino, 2014), dedicado à já extinta parceria dos compositores cariocas Guinga e Paulo César Pinheiro. A propósito, uma das músicas do álbum, a valsa Sedutora, foi eleita a melhor canção. Mesmo sendo antiga, a música era inédita em disco e, portanto, estava apta a levar o prêmio. Em contrapartida, o júri - do qual faz parte o editor de Notas Musicais, Mauro Ferreira - mostrou conservadorismo ao eleger a ausente Marisa Monte como a melhor cantora da categoria pop por um disco ao vivo quando as duas concorrentes da artista carioca, Alice Caymmi e Juçara Marçal, mereciam muito mais por conta do barulho feito por seus álbuns independentes Rainha dos raios (Joia Moderna, 2014) e Encarnado (Independente, 2014). Já Ney Matogrosso fez jus ao troféu de melhor cantor por seu CD Atento aos sinais ao vivo (MP,B / Som Livre, 2014). De todo modo, vale valorizar os acertos - como dar o prêmio de melhor arranjador para Francis Hime pelo magistral arranjo feito pelo maestro carioca para Navega ilumina, o samba que HIme compôs com Geraldo Carneiro e que deu título ao estupendo álbum que lançou em 2014 pelo Selo Sesc. Na categoria canção popular, cujo nome sempre foi um eufemismo para brega, os tons sempre foram confusos e não foi diferente neste ano de 2015. Fernanda Takai faturou os prêmios de melhor cantora e melhor álbum (Na medida do impossível, editado via Deck em 2014), mas apenas flerta com a canção popular sem ser sequer (re)conhecida pelo público que consome tais discos. Da mesma forma, Saulo Duarte e a Unidade - eleito o melhor grupo pelo álbum Quente (YB Music, 2014) - nada tem a ver efetivamente com uma categoria feita para laurear artistas populares como Roberta Miranda, eleita a melhor cantora por um disco em que canta (mal) o cancioneiro de Roberto Carlos. Na categoria MPB, Luiz Melodia mereceu o troféu de melhor cantor pelo desempenho vocal no álbum de inéditas Zerima (Som Livre, 2014). Assim como o ZR Trio - grupo liderado por Zé Renato - mereceu também o troféu de melhor grupo. Já o melhor álbum foi Valencianas (Deck, 2014), disco de tratamento sinfônico que tirou Alceu Valença de seu habitual nicho regional (no qual, aliás, foi laureado como melhor cantor por seu álbum Amigo de arte). Na categoria regional, a propósito, a vitória do coletivo baiano As Ganhadeiras de Itapuã (como melhor grupo e melhor disco) já era quase barbada. Assim como a escolha do disco Passado de glória - 80 anos, de Monarco, na categoria samba, nicho no qual Alcione se sagrou mais uma vez a melhor cantora (desta vez, pelo álbum Eterna alegria ao vivo). No fim das contas, o saldo é positivo. Até pela presença maciça dos artistas na cerimônia festiva que celebrou a voz e a Arte de Maria Bethânia. O que legitima a brava premiação criada pelo empresário José Maurício Machline.

Marcelo Barbosa disse...

Sinceramente eu gostaria de entender os critérios para se eleger os "melhores". Voz não é tudo, repertório também deveria influenciar. E tem artistas aí que se colocassem seu repertório no comparativo perderia até para o Tiririca.

ADEMAR AMANCIO disse...

Gostei da premiação por terem colocado Marisa Monte em seu devido lugar na categoria de música pop,e não MPB.Se bem que definir essa sigla hoje,seria uma tarefa insana.E também gostei da categoria "canção popular" ser representada por sertanejos.

Unknown disse...

Mônica Salmaso não é uma cantora ou uma interprete simplesmente, é também uma instrumentista, enfim, um músico, ou a própria música. Aguardando a hora de vê-la fazendo disco, espetáculo e DVD sobre repertório de Clementina de Jesus.

Luiz Fernando disse...

Mauro, se não me engano a Takai ganhou nas categorias álbum popular e "Projeto visual", não cantora!

Dona Emengarda disse...

Marcelo, vamos dar nome aos bois!

Marcelo Barbosa disse...

Não seria propriamente esse gênero, "Emengarda".

Fernando Lima disse...

Marisa continua sendo uma cantora sensacional, mas o disco ao vivo lançado por ela é um desastre em qualidade técnica, ofuscando o brilho da cantora. Em tempos em que raramente se ouve disco mal gravado, o dela se destaca. O som é tão ruim e insuportável que é impossível ouví-lo inteiro. Não merecia o prêmio.