♪ A saída de cena do compositor mineiro Fernando Brant (Caldas - MG, 9 de outubro de 1946 / Belo Horizonte - MG, 12 de junho de 2015) - na noite da última sexta-feira, aos 68 anos, em decorrência de complicações de transplante de fígado - representa perda de dimensão inestimável para o patrimônio da música projetada a partir de 1965, na era dos festivais, com o rótulo de MPB. Na qualidade de fundamental e mais importante parceiro de Milton Nascimento, Brant construiu obra - contabilizada em mais de 200 composições - que rivaliza em relevância e beleza com a produção autoral de outros gigantes da MPB como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque. Sim, Brant foi
somente o letrista. A música sempre foi de Milton. Mas a música de Milton não teria tido a força que teve nos anos 1960 e 1970 sem a contundência e a poesia dos versos de Brant, o parceiro que desde sempre se fez amigo para se guardar do lado esquerdo do peito. Fato que o próprio Milton reconhece e tem feito questão de ressaltar em seus depoimentos sobre a saída de cena de Brant. Em texto publicado com foto
(acima) na sua página oficial do
Facebook, o cantor e compositor carioca de alma mineira externa a gratidão pelo amigo parceiro de tantas canções e momentos que enobreceram a MPB a partir de 1967. Com a palavra, o parceiro Milton Nascimento:
"A última vez em que estive com Fernando foi há menos de seis meses, em minha casa, no Rio. Ele chegou junto com outro grande amigo, Ronaldo Bastos, e foi uma noite como há muitos anos não acontecia. Passamos horas lembrando de histórias, canções, amigos e, principalmente, a amizade que nos guiava em todos estes anos em que passamos juntos. Eu já sabia que Fernando estava com um problema de saúde, mas em nenhum momento falamos disso naquela noite. Não precisava. Fernando esteve ao meu lado nos acontecimentos mais importantes da minha vida. E isso já era o suficiente a ser lembrado.
Em meu último show, em Santos, no dia 5 de junho, uma jornalista pediu para eu contar uma história, qualquer uma. Não sei como, mas automaticamente comecei a falar do Fernando, e de quando eu estava em São Paulo, e fiz três músicas no mesmo dia: Pai grande, Morro velho e Travessia, esta última, a que levei para Fernando Brant fazer a letra em Belo Horizonte. O resto é história.
Sem ele, as coisas não teriam acontecido desta maneira. Nenhuma palavra do mundo é capaz de descrever o quanto eu sou agradecido por ele ter feito parte da minha existência.
Obrigado, amigo, muito obrigado;"
(BH, 13/06/2015)
Milton Nascimento
♪ A saída de cena do compositor mineiro Fernando Brant (Caldas - MG, 9 de outubro de 1946 / Belo Horizonte - MG, 12 de junho de 2015) - na noite da última sexta-feira, aos 68 anos, em decorrência de complicações de transplante de fígado - representa perda de dimensão inestimável para o patrimônio da música projetada a partir de 1965, na era dos festivais, com o rótulo de MPB. Na qualidade de fundamental e mais importante parceiro de Milton Nascimento, Brant construiu obra - contabilizada em mais de 200 composições - que rivaliza em relevância e beleza com a produção autoral de outros gigantes da MPB como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque. Sim, Brant foi somente o letrista. A música sempre foi de Milton. Mas a música de Milton não teria tido a força que teve nos anos 1960 e 1970 sem a contundência e a poesia dos versos de Brant, o parceiro que desde sempre se fez amigo para se guardar do lado esquerdo do peito. Fato que o próprio Milton reconhece e tem feito questão de ressaltar em seus depoimentos sobre a saída de cena de Brant. Em texto publicado com foto (acima) na sua página oficial do Facebook, o cantor e compositor carioca de alma mineira externa a gratidão pelo amigo parceiro de tantas canções e momentos que enobreceram a MPB a partir de 1967. Com a palavra, o parceiro Milton Nascimento:
ResponderExcluir"A última vez em que estive com Fernando foi há menos de seis meses, em minha casa, no Rio. Ele chegou junto com outro grande amigo, Ronaldo Bastos, e foi uma noite como há muitos anos não acontecia. Passamos horas lembrando de histórias, canções, amigos e, principalmente, a amizade que nos guiava em todos estes anos em que passamos juntos. Eu já sabia que Fernando estava com um problema de saúde, mas em nenhum momento falamos disso naquela noite. Não precisava. Fernando esteve ao meu lado nos acontecimentos mais importantes da minha vida. E isso já era o suficiente a ser lembrado.
Em meu último show, em Santos, no dia 5 de junho, uma jornalista pediu para eu contar uma história, qualquer uma. Não sei como, mas automaticamente comecei a falar do Fernando, e de quando eu estava em São Paulo, e fiz três músicas no mesmo dia: Pai grande, Morro velho e Travessia, esta última, a que levei para Fernando Brant fazer a letra em Belo Horizonte. O resto é história.
Sem ele, as coisas não teriam acontecido desta maneira. Nenhuma palavra do mundo é capaz de descrever o quanto eu sou agradecido por ele ter feito parte da minha existência.
Obrigado, amigo, muito obrigado;"
(BH, 13\06\2015)
Milton Nascimento
Milton e um caso a parte na MPB.Ninguem tem tanto apreco a amizade como ele.Fernando grande poeta,personalidade e alma,tambem.E preciso revalorizar a poesia em nossa musica.Cabe principalmente aos seus contemporaneos homenagea-lo.Dos artistas novos a gente espera pouco.Pouca poesia,pouca amizade,pouca nobreza e muito comprometimento com os interesses proprios,ideologias vaidosas e rasteiras.Brant ja nao era desse mundo a muito tempo.Mas deixa saudade e esperanca,quando a gente recorda de suas palavras e pensamentos.
ResponderExcluirLindo texto do Milton!Principalmente pela simplicidade exposta da convivência com o Amigo. Fica agora às canções que são lindas e eternas.Força Milton! EU TE AMO!
ResponderExcluirA morte precoce de Brant deixa uma lacuna imensa na história da MPB e do Clube da Esquina. Suas músicas ganharam uma amplidão enorme na voz grandiosa de Milton. Que agora ele faça festa no céu, juntamente com outros artistas...
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