domingo, 21 de junho de 2015

Zé Manoel emerge como (ótimo) compositor nas águas de 'Canção e silêncio'

Resenha de CD
Título: Canção e silêncio
Artista: Zé Manoel
Gravadora: Edição independente do artista
Cotação: * * * *

Segundo álbum de Zé Manoel, Canção e silêncio tem repertório autoral atravessado pelas águas de mares e rios do vasto Nordeste do Brasil. Ao revolver suas memórias dessas águas, o artista pernambucano - natural de Petrolina (PE) - emerge como um ótimo compositor. Além de compor bem, apresentado obra identificada com os padrões da MPB, Zé Manoel Carvalho é pianista e cantor eficaz. Dentre as 13 músicas autorais do disco, a maioria assinada solitariamente por Zé Manoel, há temas levados somente no piano, como Na noite em que eu nasci (Zé Manoel). Na gênese um baião cinzento de andamento lento, Água doce (Zé Manoel) ganha tratamento de música de câmara no toque do piano do artista. Cabe ressaltar o mérito da produção de Carlos Eduardo Miranda, que deu polimento à música de Zé Manoel com o entendimento de que essa obra muitas vezes pede embalagens de invólucro mais clássico. Kassin também contribuiu positivamente, na medida, com bases adicionais. Tudo para evidenciar a beleza das músicas e letras impressionistas deste artista que lançou há três anos seu primeiro álbum, Zé Manoel (Independente, 2012), sem repercussão na mídia. E o fato é que composições como A maior ambição (Zé Manoel e Juliano Holanda) e a música-título Canção e silêncio (Zé Manoel) valorizam o disco. Zé Manoel apresenta obra de arquitetura original, mas suas referências parecem vir dos anos 1960, da MPB formada no rastro das (r)evoluções estéticas da Bossa Nova, como sinalizam o samba Cada vez que eu digo adeus (Zé Manoel e Paulo Mello), O mar (Zé Manoel e Sergio Napp) e a canção Volta pra casa (Zé Manoel), solada pela cantora Isadora Melo e arranjada por Letieres Leitte, maestro baiano condutor da Orkestra Rumpilezz. É de Letieres o portentoso arranjo orquestral que adensa a caymminiana Sereno mar. Já Estrela nova tem letra de Dulce Quental, a cantora e compositora carioca revelada na geração pop da década de 1980. Enfim, com sutis toques de regionalismo que identificam a origem geográfica do artista, o álbum Canção e silêncio abarca em suas águas tradições da música feita em todo o Brasil no século XX, fazendo emergir a obra relevante (e inesperada) de Zé Manoel.

5 comentários:

  1. ♪ Segundo álbum de Zé Manoel, Canção e silêncio tem repertório autoral atravessado pelas águas de mares e rios do vasto Nordeste do Brasil. Ao revolver suas memórias dessas águas, o artista pernambucano - natural de Petrolina (PE) - emerge como um ótimo compositor. Além de compor bem, apresentado obra identificada com os padrões da MPB, Zé Manoel Carvalho é pianista e cantor eficaz. Dentre as 13 músicas autorais do disco, a maioria assinada solitariamente por Zé Manoel, há temas levados somente no piano, como Na noite em que eu nasci (Zé Manoel). Na gênese um baião cinzento de andamento lento, Água doce (Zé Manoel) ganha tratamento de música de câmara no toque do piano do artista. Cabe ressaltar o mérito da produção de Carlos Eduardo Miranda, que deu polimento à música de Zé Manoel com o entendimento de que essa obra muitas vezes pede embalagens de invólucro mais clássico. Kassin também contribuiu positivamente, na medida, com bases adicionais. Tudo para evidenciar a beleza das músicas e letras impressionistas deste artista que lançou há três anos seu primeiro álbum, Zé Manoel (Independente, 2012), sem repercussão na mídia. E o fato é que composições como A maior ambição (Zé Manoel e Juliano Holanda) e a música-título Canção e silêncio (Zé Manoel) valorizam o disco. Zé Manoel apresenta obra de arquitetura original, mas suas referências parecem vir dos anos 1960, da MPB formada no rastro das (r)evoluções estéticas da Bossa Nova, como sinalizam o samba Cada vez que eu digo adeus (Zé Manoel e Paulo Mello), O mar (Zé Manoel e Sergio Napp) e a canção Volta pra casa (Zé Manoel), solada pela cantora Isadora Melo e arranjada por Letieres Leitte, maestro baiano condutor da Orkestra Rumpilezz. É de Letieres o portentoso arranjo orquestral que adensa a caymminiana Sereno mar. Já Estrela nova tem letra de Dulce Quental, a cantora e compositora carioca revelada na geração pop da década de 1980. Enfim, com sutis toques de regionalismo que identificam a origem geográfica do artista, o álbum Canção e silêncio abarca em suas águas tradições da música feita em todo o Brasil no século XX, fazendo emergir a obra relevante (e inesperada) de Zé Manoel.

    ResponderExcluir
  2. sempre desconfio quando os críticos começam a elogiar um artista que já tava aí e ninguém reparou. porque não elogiaram o primeiro disco se o cara é isso tudo?

    ResponderExcluir
  3. No site oficial do artista, o link está disponível para download gratuito.

    ResponderExcluir
  4. O primeiro disco do cara foi ignorado por que talvez não era bom,ou por que seja impossível acompanhar todos os lançamentos,sei lá.

    ResponderExcluir

Este é um espaço democrático para a emissão de opiniões, sobretudo as divergentes. Contudo, qualquer comentário feito com agressividade ou ofensas - dirigidas a mim, aos artistas ou aos leitores do blog - será recusado. Grato pela participação, Mauro Ferreira

P.S.: Para comentar, é preciso ter um gmail ou qualquer outra conta do google.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.