Mauro Ferreira no G1

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sexta-feira, 3 de julho de 2015

Maglore enfatiza urbanidade pop em 'III', bem distante de sua origem baiana

Resenha de CD
Título: III
Artista: Maglore
Gravadora: Deck
Cotação: * * 1/2

 Com atitude roqueira e um apreço pela MPB, o Maglore nunca foi um grupo de axé. Mas havia uma baianidade nagô - melhor dizendo, uma urbanidade nagô - que identificava em seus álbuns anteriores a origem soteropolitana do grupo, atualmente reduzido a um trio. Álbum produzido por Rafael Ramos que marca a estreia do Maglore na gravadora carioca Deck, III enfatiza a urbanidade do grupo - já radicado em São Paulo (SP) - e explicita um sotaque pop que distancia a banda de sua baianidade, ainda que haja referências sutis ao Estado natal do Maglore quando uma música como Mantra (Teago Oliveira) fala em fita do Bonfim já no verso inicial. A questão é que o Maglore de III parece ser um Maglore bem diferente do álbum anterior Vamos pra rua (Independente, 2013). E não é somente porque o baixista Carlos Nery Leal e o tecladista Leo Brandão saíram do grupo, sendo que o posto de baixista passou a ser ocupado por Rodrigo Damati (músico atuante também como compositor). O fato é que III dilui a identidade do Maglore. Músicas como Ai ai (Teago Oliveira e Rodrigo Damati), Invejosa (Teago Oliveira, Rodrigo Damati, Felipe Dieder e Leo Brandão), Tudo de novo (Rodrigo Damati), Se você fosse minha (Teago Oliveira) - com ecos distantes do suingue de Jorge Ben Jor - e Dança diferente (Teago Oliveira) - sinalizam grupo sem uma marca forte na sonoridade (em que pese a produção eficaz de Rafael Ramos) e no repertório que sempre bebeu da fonte da MPB e do rock.  Algo se perdeu e se banalizou no som do Maglore...

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

♪ Com atitude roqueira e um apreço pela MPB, o Maglore nunca foi um grupo de axé. Mas havia uma baianidade nagô - melhor dizendo, uma urbanidade nagô - que identificava em seus álbuns anteriores a origem soteropolitana do grupo, atualmente reduzido a um trio. Álbum produzido por Rafael Ramos que marca a estreia do Maglore na gravadora carioca Deck, III enfatiza a urbanidade do grupo - já radicado em São Paulo (SP) - e explicita um sotaque pop que distancia a banda de sua baianidade, ainda que haja referências sutis ao Estado natal do Maglore quando uma música como Mantra (Teago Oliveira) fala em fita do Bonfim já no verso inicial. A questão é que o Maglore de III parece ser um Maglore bem diferente do álbum anterior Vamos pra rua (Independente, 2013). E não é somente porque o baixista Carlos Nery Leal e o tecladista Leo Brandão saíram do grupo, sendo que o posto de baixista passou a ser ocupado por Rodrigo Damati (músico atuante também como compositor). O fato é que III dilui a identidade do Maglore. Músicas como Ai ai (Teago Oliveira e Rodrigo Damati), Invejosa (Teago Oliveira, Rodrigo Damati, Felipe Dieder e Leo Brandão), Tudo de novo (Rodrigo Damati), Se você fosse minha (Teago Oliveira) - com ecos distantes do suingue de Jorge Ben Jor - e Dança diferente (Teago Oliveira) - sinalizam grupo sem uma marca forte na sonoridade (em que pese a produção eficaz de Rafael Ramos) e no repertório que sempre bebeu da fonte da MPB e do rock. Algo se perdeu e se banalizou no som do Maglore...