Mauro Ferreira no G1

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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Em casa, Cida acentua com precisão o clima melancólico da balada de Pethit

Resenha de single
Título: Forasteiro
Artista: Cida Moreira
Gravadora: Joia Moderna
Cotação: * * * * 1/2
♪ Single disponível a partir de hoje, 17 de agosto de 2015, no iTunes
♪ Clipe disponível a partir de hoje, 17 de agosto de 2015, no YouTube

Cida Moreira é a primeira dama do cabaré brasileiro. Jamais se sentirá uma estranha no ninho dos seres marginais, perdidos em sua rota existencial, como a personagem que conduz Forasteiro, angustiada balada da parceria de Thiago Pethit com Hélio Flanders. Por isso mesmo, a cantora paulistana acentua com precisão o tom melancólico da balada lançada por Pethit em seu primeiro álbum, Berlim, Texas (Independente, 2010), indo além da gravação de tom indie folk feita por Pethit com seu parceiro Flanders. Disponível no iTunes a partir de hoje, 17 de agosto de 2015, Forasteiro é o primeiro single do décimo álbum de Cida, Soledade, programado para chegar ao mercado fonográfico a partir de 1º de setembro de 2015. Na gravação do disco, Cida canta Forasteiro com banda. No clipe filmado com sensibilidade pelo diretor Murilo Alvesso na Casa de Francisca, point dos shows da cantora na cidade natal de São Paulo (SP), Forasteiro é ouvido somente em perfeito registro de voz e piano (o da própria Cida) - instrumento que normalmente basta para essa saloon singer nacional - entre takes da intérprete no camarim. Por mais que a voz de Cida somente atinja atualmente as regiões da maturidade, o alcance da interpretação é mais alto. Excelente primeira amostra do álbum SoledadeForasteiro alcança maior dimensão no canto já maturado de Cida Moreira. A intérprete está (literalmente) em casa ao cantar Pethit e Flanders.

6 comentários:

Mauro Ferreira disse...

♪ Cida Moreira é a primeira dama do cabaré brasileiro. Jamais se sentirá uma estranha no ninho dos seres marginais, perdidos em sua rota existencial, como a personagem que conduz Forasteiro, angustiada balada da parceria de Thiago Pethit com Hélio Flanders. Por isso mesmo, a cantora paulistana acentua com precisão o tom melancólico da balada lançada por Pethit em seu primeiro álbum, Berlim, Texas (Independente, 2010), indo além da gravação de tom indie folk feita por Pethit com seu parceiro Flanders. Disponível no iTunes a partir de hoje, 17 de agosto de 2015, Forasteiro é o primeiro single do décimo álbum de Cida, Soledade, programado para chegar ao mercado fonográfico a partir de 1º de setembro de 2015. Na gravação do disco, Cida canta Forasteiro com banda. No clipe filmado com sensibilidade pelo diretor Murilo Alvesso na Casa de Francisca, point dos shows da cantora na cidade natal de São Paulo (SP), Forasteiro é ouvido somente em perfeito registro de voz e piano (o da própria Cida) - instrumento que normalmente basta para essa saloon singer nacional - entre takes da intérprete no camarim. Por mais que a voz de Cida somente atinja atualmente as regiões da maturidade, o alcance da interpretação é mais alto. Excelente primeira amostra do álbum Soledade, Forasteiro alcança maior dimensão no canto já maturado de Cida Moreira. A intérprete está (literalmente) em casa ao cantar Pethit e Flanders.

Rafael disse...

A canção ficou linda em sua voz. Tudo o que Cida faz fica esplêndido. O disco promete!!!

BIGODE disse...

Eu já tinho visto ela cantar isso na Francisca e achei maravilhoso,
Ouvindo novamente em casa é sublime, perfeita, adoro o Pethit e o Flanders mas a Cida roubou a musica prá ela é uma versão definitiva

Rick disse...

Nesta manhã de 17/08/15 eu estava ouvindo, contemplativo, “Milonga del Angel” com Astor Piazzola, quando uma voz ao longe veio em ondas se sobrepor a melancolia executada pelas mãos de Astor..., mas... de qual triste e nobre cabaret vinha aquela voz a inundar-me a alma? Trôpego fui me segurando nas notas da canção e me aproximando daquela voz inconfundível... Sim, era ela... a grande dama Brechtiana, e aquele som ia me arrebatando e levando a lugares vividos, sonhados, e meus músculos involuntários tremiam... Diante de mim vi o tempo, o tempo que Buarque, na canção, viu as marcas com seu lápis impreciso, com as rugas da maturidade ao redor da boca, como entrepesos de um sorriso, o tempo obrando a sua arte, e diante de mim a mesma artista como tela. A nostalgia tomou conta de mim por inteiro... Estava, sem dúvida, diante da corda vocal insubmissa do outro Chico. Sim, apenas abriu sua voz e meu coração seguia as notas da canção: “Por onde é que andarás? Só me diga e eu prometo, esse rio descansará...”

Rick disse...

Nesta manhã de 17/08/15 eu estava ouvindo, contemplativo, “Milonga del Angel” com Astor Piazzola, quando uma voz ao longe veio em ondas se sobrepor a melancolia executada pelas mãos de Astor..., mas... de qual triste e nobre cabaret vinha aquela voz a inundar-me a alma? Trôpego fui me segurando nas notas da canção e me aproximando daquela voz inconfundível... Sim, era ela... a grande dama Brechtiana, e aquele som ia me arrebatando e levando a lugares vividos, sonhados, e meus músculos involuntários tremiam... Diante de mim vi o tempo, o tempo que Buarque, na canção, viu as marcas com seu lápis impreciso, com as rugas da maturidade ao redor da boca, como entrepesos de um sorriso, o tempo obrando a sua arte, e diante de mim a mesma artista como tela. A nostalgia tomou conta de mim por inteiro... Estava, sem dúvida, diante da corda vocal insubmissa do outro Chico. Sim, apenas abriu sua voz e meu coração seguia as notas da canção: “Por onde é que andarás? Só me diga e eu prometo, esse rio descansará...”

Edu M disse...

Como o Bigode disse tão bem acima, Cida roubou "Forasteiro" com uma versão definitiva, sensível, melancólica sim mas com esperança de que ainda irá encontrar quem procura (um amor, o Brasil, a lucidez?)

"Forasteiro" é linda! Que venha "Soledade"!