Título: Eternas canções
Artista: Márcio Gomes
Gravadora: Edição independente do artista
Cotação: * * 1/2
♪ Nos últimos anos, o cantor carioca conquistou na cidade do Rio de Janeiro (RJ) séquito fiel de fãs entre o público da chamada terceira idade. Majoritariamente feminino, esse público tem lhe garantido plateias lotadas para seus shows. É para essas fãs que Gomes direciona seu quarto álbum, Eternas canções, produzido por Thiago Marques Luiz. Trata-se de disco voltado para gente que cultua a música do passado em suas formas mais tradicionais, como já anuncia o título Eternas canções. Feita dentro dessas tradições, com arranjos de cordas em boa parte das faixas, a produção de Marques Luiz corrobora as intenções do álbum de repertório poliglota que inclui o standard norte-americano When you wish upon a star (Leigh Harline e Ned Washington, 1940), o bolero cubano Contigo en la distancia (César Portillo de la Luz, 1946) - cantado no original em espanhol - e a canção italiana Dio come ti amo (Domenico Modugno, 1966). Cantor de fartos dotes vocais, Gomes baixa acertadamente os tons na maioria das interpretações das 11 músicas de Eternas canções sem perder seu estilo empostado - como fica claro em Nossa canção (Luiz Ayrão, 1966). Estilo que, no caso do artista, está em perfeita sintonia com a sua identidade como intérprete associado aos cantores da fase pré-Bossa Nova. Não é por acaso que Angela Maria - cantora fluminense com quem Gomes já anda fazendo shows - é a convidada do disco, fazendo dueto com o cantor na música mais bonita do repertório de Waldick Soriano (1933 - 2008), Tortura de amor (1962), composição da lavra do próprio Soriano. Dentro desse universo conservador, a passionalidade do tango brasileiro Carlos Gardel (Herivelto Martins e David Nasser, 1954) se alinha com o tom flamenco de Granada (Agustín Lara, 1932). Mas é no fado Canoas do Tejo (Joaquim Frederico de Brito, 1972) que Eternas canções atinge seu instante mais belo pelo acerto do tom do poético fado. Em tons mais ou menos altos, Márcio Gomes é a voz que, para suas velhas fãs, descortina um mundo encantador, para parafrasear verso de Paz do meu amor (1963), música de Luiz Vieira, entrelaçada na abertura do correto disco com outro grande sucesso do compositor pernambucano, Prelúdio pra ninar gente grande (Menino passarinho), canção de 1962 que tem sua eternidade reforçada por Márcio Gomes neste disco indicado para quem ama o som do passado.
5 comentários:
♪ Nos últimos anos, o cantor carioca conquistou na cidade do Rio de Janeiro (RJ) séquito fiel de fãs entre o público da chamada terceira idade. Majoritariamente feminino, esse público tem lhe garantido plateias lotadas para seus shows. É para essas fãs que Gomes direciona seu quarto álbum, Eternas canções, produzido por Thiago Marques Luiz. Trata-se de disco voltado para gente que cultua a música do passado em suas formas mais tradicionais, como já anuncia o título Eternas canções. Feita dentro dessas tradições, com arranjos de cordas em boa parte das faixas, a produção de Marques Luiz corrobora as intenções do álbum de repertório poliglota que inclui o standard norte-americano When you wish upon a star (Leigh Harline e Ned Washington, 1940), o bolero cubano Contigo en la distancia (César Portillo de la Luz, 1946) - cantado no original em espanhol - e a canção italiana Dio come ti amo (Domenico Modugno, 1966). Cantor de fartos dotes vocais, Gomes baixa acertadamente os tons na maioria das interpretações das 11 músicas de Eternas canções sem perder seu estilo empostado - como fica claro em Nossa canção (Luiz Ayrão, 1966). Estilo que, no caso do artista, está em perfeita sintonia com a sua identidade como intérprete associado aos cantores da fase pré-Bossa Nova. Não é por acaso que Angela Maria - cantora fluminense com quem Gomes já anda fazendo shows - é a convidada do disco, fazendo dueto com o cantor na música mais bonita do repertório de Waldick Soriano (1933 - 2008), Tortura de amor (1962), composição da lavra do próprio Soriano. Dentro desse universo conservador, a passionalidade do tango brasileiro Carlos Gardel (Herivelto Martins e David Nasser, 1954) se alinha com o tom flamenco de Granada (Agustín Lara, 1932). Mas é no fado Canoas do Tejo (Joaquim Frederico de Brito, 1972) que Eternas canções atinge seu instante mais belo pelo acerto do tom do poético fado. Em tons mais ou menos altos, Márcio Gomes é a voz que, para suas velhas fãs, descortina um mundo encantador, para parafrasear verso de Paz do meu amor (1963), música de Luiz Vieira, entrelaçada na abertura do disco com outro grande sucesso do compositor pernambucano, Prelúdio pra ninar gente grande (Menino passarinho), canção de 1962 que tem sua eternidade reforçada por Márcio Gomes neste disco indicado para quem ama o som do passado.
Adoro o Márcio, esse disco deve estar imperdível...
Lucinda Maria Cravo. 30 de agosto de 2015 19:04
Resumindo: Marcio Gomes o "REI DA VOZ"!!!
O Marcio Gomes é um senhor cantor.De bom gosto musical .
Simples assim.
O que importa é que onde ele se apresenta.....A FAMILIA MADEIRA NÃO TEM VEZ.
A casa é sempre lotada.
Se o publico e de terceira de quarta ou de quinta idade nao interesa.
Eles compram o disco do cantor e o idolantram.
Tem muita gente que nao canta nada e fica famosa(o).
Mas na hora que a Plim Plim puxar o tapete deles,ninguem volta a lembrar o que cantava.
O que não é o caso de Marcio Gomes.
Ele ainda vai ser o number one do Brasil. É questão de tempo.
Parabéns, Jordan Leite. Perfeito: "Se o público é de terceira, quarta ou quinta idade, não interessa" Realmente, o que interessa é que ele tem um público fiel que o admira, respeita e que, muito em breve ele, com certeza, será o number one do Brasil, o novo "Rei da Voz". Lucinda Maria Cravo. 31 de agosto de 2015 23:42
Postar um comentário