Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Ainda gata todo dia, Marina chega aos 60 anos com coerência e modernidade

EDITORIAL - Marina Lima parece beber da fonte da eterna juventude. Ainda gata todo dia, a cantora e compositora de família piauiense - e alma carioca - chega hoje, 17 de setembro de 2015, aos 60 anos de idade com seu prestígio inabalado na cena musical brasileira e com planos de lançar em data ainda incerta o registro ao vivo de seu corajoso show de voz & violão No osso, já gravado em São Paulo (SP). Marina pertence ao seleto clube de artistas que estão em contínua evolução e inquietação criativa. Sua obra nunca ficou datada e parou no tempo. Ao contrário, invariavelmente atenta ao seu tempo, Marina faz música de caráter sempre contemporâneo. Aliás, Marina já surgiu moderna, empunhando uma guitarra no contexto conservador da MPB dos anos 1970 e antecipando sutilmente a onda pop roqueira que invadiria a praia dessa MPB a partir de 1982 como tsunami. Inteligente, Marina soube se integrar à geração pop dos anos 1980 (como Lulu Santos, também egresso da década anterior). Mas jamais ficou presa ao som daquele década quando ela, a década, se foi. Seu último (ótimo) álbum, Clímax (Libertá Records / Fullgás / Microservice, 2011), flagrou uma cantora antenada com seu momento atual, influenciado pelas luzes e sombras de São Paulo (SP), cidade que a artista escolheu para viver nos últimos anos. Em pauta desde 1996, a questão da voz - inevitável divisor de águas na carreira de Marina - já parece resolvida. Ao menos para a artista, que sempre mobilizou seu público pela atitude roqueira (ainda que nem sempre ou quase nunca cante rock), pela música arejada, pelas opiniões contundentes - e não exatamente pela potência vocal. Guardadas as devidas proporções, Marina Lima está para a cena pop brasileira como Madonna está para todo o universo pop. Por isso mesmo, a questão da meia-voz é secundária na trajetória de uma artista que tem sua importância pelo conjunto da obra. E, por obra, entenda-se também - como no caso de Madonna - seu posicionamento na vida e na música. Quem pesquisar a vida de Marina Lima vai perceber coerência entre a cantora dos primórdios dos anos 1970 e a artista que chega hoje aos 60 anos. Conhecida no meio artístico pela personalidade forte, Marina jamais facilitou sua música autoral em favor de um maior reconhecimento popular. Mesmo assim, chegou a ser uma cantora de massas lá pelos idos dos anos 1980 e 1990. A partir dos anos 2000, passou a cantar para públicos menores e mais antenados, gravou menos discos e perdeu parte da popularidade. Talvez boa parte da geração do funk pop e do sertanejo universitário nem saiba quem é Marina Lima. Mas Marina Lima sabe quem ela é e o que quer. E é por isso que sempre teve lugar garantido na galeria dos imortais da música brasileira. Bem-vinda aos 60 anos, Marina Lima!!!

25 comentários:

Mauro Ferreira disse...

♪ EDITORIAL - Marina Lima parece beber da fonte da eterna juventude. Ainda gata todo dia, a cantora e compositora de origem piauiense - e alma carioca - chega hoje, 17 de setembro de 2015, aos 60 anos de idade com seu prestígio inabalado na cena musical brasileira e com planos de lançar em data ainda incerta o registro ao vivo de seu corajoso show de voz & violão No osso, já gravado em São Paulo (SP). Marina pertence ao seleto clube de artistas que estão em contínua evolução e inquietação artística. Sua obra jamais ficou datada ou parou no tempo. Ao contrário, sempre atenta ao seu tempo, Marina faz música de caráter sempre contemporâneo. Aliás, Marina já surgiu moderna, empunhando uma guitarra no contexto conservador da MPB dos anos 1970 e antecipando sutilmente a onda pop roqueira que invadiria a praia dessa MPB a partir de 1982 como tsunami. Inteligente, Marina soube se integrar à geração pop dos anos 1980 (como Lulu Santos, também egresso da década anterior). Mas jamais ficou presa ao som daquele década quando ela, a década, se foi. Seu último (ótimo) álbum, Clímax (Libertá Records / Fullgás / Microservice, 2011), flagrou uma cantora antenada com seu momento atual, influenciado pelas luzes e sombras de São Paulo (SP), cidade que a artista escolheu para viver nos últimos anos. Em pauta desde 1996, a questão da voz - inevitável divisor de águas na carreira de Marina - já parece resolvida. Ao menos para a artista, que sempre mobilizou seu público pela atitude roqueira (ainda que nem sempre ou quase nunca cante rock), pela música arejada, pelas opiniões contundentes - e não exatamente pela potência vocal. Guardadas as devidas proporções, Marina Lima está para a cena pop brasileira como Madonna está para todo o universo pop. Por isso mesmo, a questão da voz é secundária na trajetória de uma artista que tem sua importância pelo conjunto da obra. E, por obra, entenda-se também - como no caso de Madonna - seu posicionamento na vida e na música. Quem pesquisar a vida de Marina Lima vai perceber coerência entre a cantora dos primórdios dos anos 1970 e a artista que chega hoje aos 60 anos. Conhecida no meio artístico pela personalidade forte, Marina jamais facilitou sua música autoral em favor de um maior reconhecimento popular. Mesmo assim, chegou a ser uma cantora de massas lá nos idos dos anos 1980 e 1990. A partir dos anos 2000, passou a cantar para públicos menores e mais antenados, gravou menos discos e perdeu parte da popularidade. Talvez boa parte da geração do funk pop e do sertanejo universitário nem saiba quem é Marina Lima. Mas Marina Lima sabe quem ela é e o que quer. E é por isso que sempre teve lugar garantido na galeria dos imortais da música brasileira. Bem-vinda aos 60 anos, Marina Lima!!!

Rafael disse...

Que esses 60 anos seja recheado de muita paz, saúde e um novo disco de inéditas. Sou fã dela, e acho que mereço ouvir um bom novo trabalho desde o ótimo Clímax!!!

Cacá Neves Jr. disse...

Maravilhosa! Vida longa a Marina Lima!

Unknown disse...

Salve Marina Lima!Belas canções.Merece de nós todo respeito pela digna trajetória que soube tão bem construir.Parabéns ao Mauro Ferreira pelo brilhante texto.

Eduardo disse...

Obrigado por tudo, Marina, incluindo o que ainda está por vir. Parabéns!

Unknown disse...

Amoooo Marina! Essencial cantora dos anos 80 e anos atuais. Tua música expressa a arte nas melodias e no seu visual ímpar. Visual este que estreou a MTV Brasil nos anos 90's com o vídeo clip de um Remix de "Garota de Ipanema". Por falar nisso alguém sabe aonde eu posso encontrar a versão do clip para "Garota de Ipanema"??? Por que originalmente ela foi lançada em 1989 no disco "Próxima Parada", mas a versão do disco é voz e violão...não é a mesma versão do clip. Eu sou louco por aquela versão do clip e nunca achei nenhum single com aquela versão. Mauro Ferreira e colegas leitores do Blog, fãs de Marina...vocês já viram esta versão em algum CD, sabe aonde ela foi lançada ???

Unknown disse...

Amoooo Marina! Essencial cantora dos anos 80 e anos atuais. Tua música expressa a arte nas melodias e no seu visual ímpar. Visual este que estreou a MTV Brasil nos anos 90's com o vídeo clip de um Remix de "Garota de Ipanema". Por falar nisso alguém sabe aonde eu posso encontrar a versão do clip para "Garota de Ipanema"??? Por que originalmente ela foi lançada em 1989 no disco "Próxima Parada", mas a versão do disco é voz e violão...não é a mesma versão do clip. Eu sou louco por aquela versão do clip e nunca achei nenhum single com aquela versão. Mauro Ferreira e colegas leitores do Blog, fãs de Marina...vocês já viram esta versão em algum CD, sabe aonde ela foi lançada ???

Marcelo Barbosa disse...

Parabéns, Marina! Sempre curti seus discos e lamento muito esse período de ausência.
Discordo do Mauro apenas no que tange a contínua evolução.
Abs

lurian disse...

Parabéns pela Resenha Mauro, Marina Lima é o nome feminino mais importante, ao lado de Rita Lee da atitude pop/rock do nosso país. Artista inspirada e que preza pelo bom gosto em todos os trabalhos merece todas as honras rendidas a seu talento.

Gerlande Diogo disse...

Parabéns Marina, vida e carreira longas!

Anônimo disse...

É uma aventura deliciosa pesquisar a obra dela, como o faço no programa de pós-graduação do Instituto de Estudos Brasileiros da USP. Obras de arte nunca se esgotam. Sempre surge algo. E com ela não é diferente.

Vida longa!

ADEMAR AMANCIO disse...

Parabéns Marina Lima,a partir de hoje você será a pessoa mais feliz do mundo,porque eu quero.E que os anjos digam amém.
Gostei do detalhe "quase nunca cantar rock".É a roqueira mais MPB que eu conheço.

Unknown disse...

Como resistir ao charme de Marina, do tamanho do mundo; e ao texto sempre impecável do Mauro. Ave, Marina!!! Salve, Mauro!!!

Marcos Henrique disse...

Marina é jóia rara... É quase uma filósofa da música.

P.S.:Mauro Silva, tenho uma coletânea que contém este versão, mas não tenho em mãos. Dê uma pesquisada.

Henrique disse...

Vida longa a grande Marina Lima! Sempre maravilhosa! Sempre urgente! Sempre necessária! Viva Marina!

Unknown disse...

"Marcos" : Por favor qual o nome desta coletânea que possui a versão Remix do clip de "Garota de Ipanema" da Marina ?? Eu procuro esta versão desde o lançamento de "Próxima Parada" de 1989 no qual possui a versão original, e nunca encontrei.

Unknown disse...

A coerência e a qualidade do trabalho de Marina, ao longo de todos esses anos, chega a ser um absurdo. Ainda mais se pensarmos na música popular descartável que assombra esse país. Eu fico assombrado quando penso em todo esse tempo, seus problemas com a voz, e sua capacidade de perseverar mantendo-se, ainda, a frente de tudo que se faz no Brasil. Todo sucesso é pouco para Marina Lima!

BIGODE disse...

Sendo sempre uma referência de estilo, modernidade e boa musica...Parabéns Marina

Unknown disse...

Gostei muito de Marina no fim dos anos 80 e boa parte dos 90. Fui a shows, acompanhei resenhas de discos e apresentações... No início do século XXI me cansei de Marina... Mas muitas músicas e *discos* ficaram e eventualmente tocam em meus espaços. Faz anos que não escuto os novos *discos* por inteiro. Pego ocasionalmente uma ou outra música na web, no rádio e que me bastam... Mas é ótimo saber que ela continua e que ainda é mutante.

Marcelo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Pobre e infeliz é a geraçao funk pop e sertanejo universitário, que nao conhecem Marina, uma das primeiras a levantar a bandeira de compositora, como Mauro citou climax um otimo album com novas parcerias, novos sons.
Uma mulher sempre a frente de tudo, parabens Marina agora que venha os 70, 80, 90....

Marcelo disse...

Marina continua com seu carisma e seu charme no palco. Continua fazendo suas canções quentes. Mas quem assistiu Marina nos show "Olhos Felizes" não tem como não sentir saudades daquela Marina, que não era Lima ainda...e ao mesmo tempo já era TUDO!

Daทilo disse...

Sobre a voz de Marina, vejo algumas mutações bem antes dos problemas dos anos 90. Acho bem diferente o timbre dos álbuns iniciais, Simples como Fogo, para o Fullgas, por exemplo. Neste último, acho mais bonito. Depois vieram os problemas e a voz mudou outra vez. A divisão, as notas mais curtas...

A partir dai, vejo o trabalho dela com outros olhos. O problema da voz ficou menor, pois ela se aprimorou ainda mais como compositora. Os arranjos criativos, onde nada está ali por acaso, e a intensidade das letras, urbanas, e me arrisco a dizer, existenciais. Os álbuns Marina Lima(1991), O Chamado (ouço há anos e não canso) Lá Nos Primórdios, e até o mais arejado, Abrigo, são discografia básica. Para mim, são mais interessantes que a fase BRock, À Francesa,Uma Noite e Meia...

Luca disse...

Marina é protegida do Mauro

Unknown disse...

Esta merece muitos APLAUSOS!!!