Título: Lov
Artista: Toni Platão (em foto de Rodrigo Goffredo)
Local: Theatro Net Rio (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 21 de setembro de 2015
Cotação: * * * *
♪ É sintomático que Toni Platão abra e feche seu show Lov com sua releitura soul do samba Volta por cima (Paulo Vanzolini, 1962). Lov - o coeso show inspirado no homônimo quinto solo deste cantor e compositor carioca - confirma (mais uma) volta por cima do artista. Em carreira solo desde a década de 1990, o vocalista do extinto grupo carioca Hojerizah some e aparece desde que lançou seu primeiro disco solo, Toni Platão (Sony Music, 1994), há 21 anos. Lançado nas plataformas digitais em 14 de agosto de 2015, sem aviso prévio, Lov é o melhor álbum solo de Platão, um reaparecimento surpreendente sete anos após a edição do CD e DVD Pros que estão em casa (EMI Music, 2008). Um disco quente, de pegada e de grandes canções românticas que vão direto ao ponto, gravado ao longo dos últimos anos com adesões de alguns dos melhores músicos da cena contemporânea carioca. Lov - o show que chegou à cena no palco do Theatro Net Rio na noite de ontem, 21 de setembro de 2015 - roça a maestria e a temperatura alta do disco que o inspirou. Sem estrelas, a banda - formada por Sergio Diab (na guitarra e no violão), Cris Cafarelli (nos teclados), Bruno Vanderley (na bateria), Vlad (no baixo) e Jefferson Vitor (no trompete) - se entrosa em cena e arma a cama para que Platão se refastele na interpretação de um repertório essencialmente romântico. Sigla da expressão em latim labor omnia vincit (o trabalho tudo vence), Lov evoca love no idioma universal do amor cantado por Platão no show com canções de versos simples. Às nove músicas do álbum produzido por Berna Ceppas, Platão adiciona ao roteiro baladas de imediata identificação como E não vou mais deixar você tão só (Antonio Marcos, 1968) - sucesso de Roberto Carlos em seu primeiro álbum pós-Jovem Guarda, O inimitável (CBS, 1968) - e Não identificado (Caetano Veloso, 1969), turbinada ao fim com citação de Sweet Jane (Lou Reed, 1970), tema do repertório do grupo norte-americano Velvet Underground. Aos 52 anos, Platão continua com a voz em boa forma. Sem firulas, mas com intensidade, o cantor dá essa voz ainda potente a algumas baladas que merecem atenção. Lançada no ano passado pela banda carioca Cabaret em seu segundo álbum, A paixão segundo Cabaret (Independente, 2014), Já é tarde (Márvio dos Anjos, 2014) se confirmou em cena como um hit em potencial no registro de Platão. Já a balada Deve ser isso que se chama amor - inédita fornecida por Alvin L. para o repertório de Lov - ainda pode crescer mais no show, já que não teve toda sua beleza melódia exposta pela interpretação de Platão na estreia nacional de Lov. E por falar em balada, I never cry (Alice Cooper e Dick Wagner, 1976) foi praticamente um número de voz e guitarra, a de Sergio Diab, que pegou o violão para dar o acento pop folk da abordagem de Impossível acreditar que perdi você (Márcio Greyck e Cobel, 1970). Já Agora quem parte sou eu (Demétrius, 1972) - canção sentimental lançada há 43 anos pelo cantor capixaba Paulo Sérgio (1944 - 1980) - ganhou toque vintage condizente com sua aura kitsch enquanto Você não sabe o que te espera (Toni Platão e Cabelo, 2015) combina elementos de western italiano (através da guitarra de Diab) e do universo mariachi da música mexicana (através do trompete de Jefferson Vitor). Enfim, o show Lov resulta coeso e no tamanho certo. Toni Platão está de volta. Mais uma vez. Mas poucas vezes voltou tão por cima!!
3 comentários:
♪ É sintomático que Toni Platão abra e feche seu show Lov com sua releitura soul do samba Volta por cima (Paulo Vanzolini, 1962). Lov - o coeso show inspirado no homônimo quinto solo deste cantor e compositor carioca - confirma (mais uma) volta por cima do artista. Em carreira solo desde a década de 1990, o vocalista do extinto grupo carioca Hojerizah some e aparece desde que lançou seu primeiro disco solo, Toni Platão (Sony Music, 1994), há 21 anos. Lançado nas plataformas digitais em 14 de agosto de 2015, sem aviso prévio, Lov é o melhor álbum solo de Platão, um reaparecimento surpreendente sete anos após a edição do CD e DVD Pros que estão em casa (EMI Music, 2008). Um disco quente, de pegada e de grandes canções românticas que vão direto ao ponto, gravado ao longo dos últimos anos com adesões de alguns dos melhores músicos da cena contemporânea carioca. Lov - o show que chegou à cena no palco do Theatro Net Rio na noite de ontem, 21 de setembro de 2015 - roça a maestria e a temperatura alta do disco que o inspirou. Sem estrelas, a banda - formada por Sergio Diab (na guitarra e no violão), Cris Cafarelli (nos teclados), Bruno Vanderley (na bateria), Vlad (no baixo) e Jefferson Vitor (no trompete) - se entrosa em cena e arma a cama para que Platão se refastele na interpretação de um repertório essencialmente romântico. Sigla da expressão em latim labor omnia vincit (o trabalho tudo vence), Lov evoca love no idioma universal do amor cantado por Platão no show com canções de versos simples. Às nove músicas do álbum produzido por Berna Ceppas, Platão adiciona ao roteiro baladas de imediata identificação como E não vou mais deixar você tão só (Antonio Marcos, 1968) - sucesso de Roberto Carlos em seu primeiro álbum pós-Jovem Guarda, O inimitável (CBS, 1968) - e Não identificado (Caetano Veloso, 1969), turbinada ao fim com citação de Sweet Jane (Lou Reed, 1970), tema do repertório do grupo norte-americano Velvet Underground. Aos 52 anos, Platão continua com a voz em boa forma. Sem firulas, mas com intensidade, o cantor dá essa voz ainda potente a algumas baladas que merecem atenção. Lançada no ano passado pela banda carioca Cabaret em seu segundo álbum, A paixão segundo Cabaret (Independente, 2014), Já é tarde (Márvio dos Anjos, 2014) se confirmou em cena como um hit em potencial no registro de Platão. Já a balada Deve ser isso que se chama amor - inédita fornecida por Alvin L. para o repertório de Lov - ainda pode crescer mais no show, já que não teve toda sua beleza melódia exposta pela interpretação de Platão na estreia nacional de Lov. E por falar em balada, I never cry (Alice Cooper e Dick Wagner, 1976) foi praticamente um número de voz e guitarra, a de Sergio Diab, que pegou o violão para dar o acento pop folk da abordagem de Impossível acreditar que perdi você (Márcio Greyck e Cobel, 1970). Já Agora quem parte sou eu (Demétrius, 1972) - canção sentimental lançada há 43 anos pelo cantor capixaba Paulo Sérgio (1944 - 1980) - ganhou toque vintage condizente com sua aura kitsch enquanto Você não sabe o que te espera (Toni Platão e Cabelo, 2015) combina elementos de western italiano (através da guitarra de Diab) e do universo mariachi da música mexicana (através do trompete de Jefferson Vitor). Enfim, o show Lov resulta coeso e no tamanho certo. Toni Platão está de volta. Mais uma vez. Mas poucas vezes voltou tão por cima!!
Grande Toni Platão. Que bom sabê lo em cena e de volta ao disco. Um dos meus cantores preferidos. Tem imensa verdade, entrega e um timbre muito, muito especial. Meu carinho e aplauso a ele. Carlos Navas
A lamentar apenas o fato de hoje morar fora do Rio e não ter conseguido comparecer nesta segunda. A comemorar, o resto. Ótimo saber que a casa estava cheia e que o show arrebentou. Toni tem voz e presença marcantes, e nós, público, queremos sempre vê-lo no palco e ouvi-lo nas rádios.
Renato Rebouças Ivo
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