Título: Dilúvio
Artista: Dani Black
Gravadora: Edição independente do artista
Cotação: * * * *
♪ "Eu sou maior do que era antes / Estou melhor do que era ontem", alardeia Dani Black em Maior, uma das onze músicas autorais de seu segundo álbum de estúdio, Dilúvio, lançado de forma independente em agosto de 2015 com capa exclusiva para a edição digital (no alto) e com luva (acima à esquerda) que encobre a edição física em CD. Gravada com Milton Nascimento, cuja voz outrora divina infelizmente já perdeu viço e potência, Maior é uma das inspiradas músicas de Dilúvio que confirmam que, sim, Black está maior e melhor do que era antes. Por antes, entenda-se 2011, ano em que o cantor e compositor paulistano lançou seu primeiro álbum, Dani Black, como uma aposta da Som Livre, gravadora que acreditou que Black poderia seguir a trilha musical comercialmente bem-sucedida da cantora e compositora paulistana Maria Gadú, revelada em 2009 com estrondoso sucesso nacional. Dani Black, o álbum, revelou um artista promissor, mas frustrou as expectativas comerciais da companhia fonográfica, empurrando o cantor para a margem independente do mercado. Produzido e (bem) arranjado por Conrado Goys, Dilúvio aponta o crescimento de Dani Black como compositor, dono de obra autoral que dialoga com a linguagem pop contemporânea sem seguir a receita indie. Já detectada em seu primeiro álbum, a benéfica influência do compositor paraibano Chico César ainda está bem presente no disco, tanto na forma de Black compor como cantar. Basta ouvir Areia, uma das melhores músicas da atual safra do artista, para perceber tal influência que, contudo, não chega a embaçar a identidade autoral de Black. Ao jogar Areia na cara do ouvinte, logo na abertura do disco, o artista enfatiza de imediato o brilho da produção de Conrado Goys, hábil ao formatar o cancioneiro de Black com cordas, metais e guitarras sem pecar pelo excesso. Música de batida funkeada, Linha tênue confirma a inspiração pop do compositor, hábil também na criação de baladas. Nessa seara, Só sorriso é o maior trunfo do disco, seguida por Bem mais. Já Fora de mim se avizinha da praia do reggae, mas não chega a mergulhar fundo nas águas jamaicanas com sua batida pop. Cabe ressaltar que as letras de Black - que versam sobre questões amorosas sem o discurso trivial das canções sobre o tema - contribuem para que sua obra soe mais consistente neste segundo álbum, como atesta a música-título Dilúvio. Composição calcada mais no suingue do que na melodia, Ganhar dinheiro - cuja letra embute citação ("Dinheiro na mão é vendaval") de verso de samba de Paulinho da Viola, Pecado capital (1975) - se nivela no disco com músicas como Seu gosto e a estranha Ú. Em faixas como Não não não, Dilúvio também aponta a crescente desenvoltura do artista como cantor. Enfim, Dani Black soa maior do que antes. Mas, como o cantor mesmo admite em outro verso de Maior, somente o tempo vai revelar quem ele é. Ou seja, somente o tempo vai dimensionar o peso de sua obra na música brasileira. Peso que tem tudo para se tornar grande, a julgar por este coeso álbum Dilúvio.
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♪ "Eu sou maior do que era antes / Estou melhor do que era ontem", alardeia Dani Black em Maior, uma das onze músicas autorais de seu segundo álbum de estúdio, Dilúvio, lançado de forma independente em agosto de 2015 com capa exclusiva para a edição digital (acima) e com uma luva (à esquerda) que encobre a edição física em CD. Gravada com Milton Nascimento, cuja voz outrora divina infelizmente já perdeu viço e potência, Maior é uma das inspiradas músicas de Dilúvio que confirmam que, sim, Black está maior e melhor do que era antes. Por antes, entenda-se 2011, ano em que o cantor e compositor paulistano lançou seu primeiro álbum, Dani Black, como uma aposta da Som Livre, gravadora que acreditou que Black poderia seguir a trilha musical comercialmente bem-sucedida da cantora e compositora paulistana Maria Gadú, revelada em 2009 com estrondoso sucesso nacional. Dani Black, o álbum, revelou um artista promissor, mas frustrou as expectativas comerciais da companhia fonográfica, empurrando o cantor para a margem independente do mercado. Produzido e (bem) arranjado por Conrado Goys, Dilúvio aponta o crescimento de Dani Black como compositor, dono de obra autoral que dialoga com a linguagem pop contemporânea sem seguir a receita indie. Já detectada em seu primeiro álbum, a benéfica influência do compositor paraibano Chico César ainda está bem presente no disco, tanto na forma de Black compor como cantar. Basta ouvir Areia, uma das melhores músicas da atual safra do artista, para perceber tal influência que, contudo, não chega a embaçar a identidade autoral de Black. Ao jogar Areia na cara do ouvinte, logo na abertura do disco, o artista enfatiza de imediato o brilho da produção de Conrado Goys, hábil ao formatar o cancioneiro de Black com cordas, metais e guitarras sem pecar pelo excesso. Música de batida funkeada, Linha tênue confirma a inspiração pop do compositor, hábil também na criação de baladas. Nessa seara, Só sorriso é o maior trunfo do disco, seguida por Bem mais. Já Fora de mim se avizinha da praia do reggae, mas não chega a mergulhar fundo nas águas jamaicanas com sua batida pop. Cabe ressaltar que as letras de Black - que versam sobre questões amorosas sem o discurso trivial das canções sobre o tema - contribuem para que sua obra soe mais consistente neste segundo álbum, como atesta a música-título Dilúvio. Composição calcada mais no suingue do que na melodia, Ganhar dinheiro - cuja letra embute citação ("Dinheiro na mão é vendaval") de verso de samba de Paulinho da Viola, Pecado capital (1975) - se nivela no disco com músicas como Seu gosto e a estranha Ú. Em faixas como Não não não, Dilúvio também aponta a crescente desenvoltura do artista como cantor. Enfim, Dani Black soa maior do que antes. Mas, como o cantor mesmo admite em outro verso de Maior, somente o tempo vai revelar quem ele é. Ou seja, somente o tempo vai dimensionar o peso de sua obra na música brasileira. Peso que tem tudo para se tornar grande, a julgar por este coeso álbum Dilúvio.
Tive a oportunidade de assistir ao show do Dani Black da turnê Dilúvio semana passada em BH e o cd, que já é muito bem, cresce bastante ao vivo. A habilidade que ele tem com a guitarra e a facilidade de fazer a voz acompanhá-la são incríveis.
Vi só um show Dani Black, em Brasília, pouco tempo atrás. Ele sozinho no palco e dando conta do recado muito bem. Mostrou "Maior" no dia e eu fiquei um mês com ela na cabeça (um mantra; maravilhosa demais), mas não estava muito confiante no disco, não. Tanto que demorei um monte pra ouvir. Está ótimo. Super bem produzido. Tenho escutado muito. Inclusive preferi a versão dele para "Linha tênue". Arrependido de ter perdido os shows de lançamento...
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