Mauro Ferreira no G1

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terça-feira, 6 de outubro de 2015

Antonio Cícero ganha 'Presente' de Nogueira e Kunz no dia dos seus 70 anos

 Compositor e poeta nascido em 6 de outubro de 1945, descendente de família piauiense, Antonio Cícero Correira Lima completa hoje 70 anos como um dos letristas mais importantes da música brasileira. E coube a seu atual parceiro na música - o cantor e compositor paraense Arthur Nogueira - festejar os 70 anos de Antonio Cícero com Presente, disco idealizado e assinado por Nogueira com o produtor e músico Arthur Kunz. Com capa assinada por André Vallias, Presente vai ser lançado em 2016 pela gravadora Joia Moderna com repertório que entrelaça regravações dos títulos mais expressivos do cancioneiro musical de Cícero com registros de inéditas parcerias de Arthur com este poeta da canção contemporânea. Mas uma faixa do disco - a regravação de Água perrier (1992), parceria de Cícero com Adriana Calcanhotto, lançada pela artista gaúcha no álbum Senhas (Sony Music, 1992) - já pode ser ouvida a partir de hoje na gravação feita por Nogueira e Kunz com os guitarristas Eristhal Luz e Marcel Barreto (clique aqui para entrar no site que hospeda o fonograma com texto de Nogueira). Como há graça nos clichês, como disse o poeta em verso de Água perrier, cabe ressaltar hoje que Cícero pôs poesia na música brasileira com seus versos de tom cosmopolita, fundamentais para a aura de modernidade que sempre envolveu a música de sua irmã e parceira, Marina Lima. Ouvidos na voz de Marina ao longo dos anos 1980, os versos de Cícero - coloquiais, mas repletos de significados poéticos - foram cantados pelo Brasil naquela década pop. Ainda naquela década em que o país viu a vida melhor no futuro, Cícero compôs com Lulu Santos (O último romântico, hit do cantor carioca em 1984), Frejat (Bagatelas, lançado pelo Barão Vermelho em disco de 1986), Ritchie (Loucura e mágica, música-título do álbum lançado pelo cantor inglês em 1987) e Cláudio Zoli (À francesa, sucesso nacional na voz de Marina em 1989), entre outros parceiros. A partir dos anos 1990, o compositor e poeta firma parcerias com João Bosco (no repertório do álbum Zona de fronteira, lançado por Bosco em 1991 via Sony Music) e com Adriana Calcanhotto (Inverno, além da citada Água perrier), entre outros nomes, sem deixar que sua poesia musicada - ou letras poéticas, já que os versos feitos por Cícero para muitas composições foram criados em razão das músicas - fosse primordialmente associada à obra da irmã Marina Lima. Contudo, como os caminhos de Cícero e Marina já não tem se cruzado na música, inclusive pela distância geográfica (ela migrou para São Paulo e ele continua no Rio de Janeiro), atualmente o parceiro mais frequente de Cícero é Arthur Nogueira, cujo segundo álbum, Sem medo nem esperança (Joia Moderna, 2015) inclui três parcerias com Cícero. A mais conhecida é a música-título Sem medo nem esperança, ode ao carpe diem, lançada em maio deste ano de 2015 pela voz cristalina de Gal Costa em gravação de pegada roqueira. Sem medo nem esperança é o rock que abre o disco e o show Estratosférica, de Gal. Filósofo, autor de três livros (o primeiro, Guardar, saiu em 1997), Cícero chega aos 70 anos com obra relevante e ainda em processo contínuo de criação, já que sempre cabe mais um título neste cancioneiro que contribuiu para a música pop brasileira com versos ora confessionais, ora imagéticos, ora reflexivos, mas sempre contemporâneos, feitos dentro do tempo presente. Versos que soam naturais, integrados com a canção, razão de sua existência. Os compositores abrem seus braços criativos para Antonio Cícero e - deles - o poeta faz um país existencial, mas pop, com suas letras de músicas. Parabéns, Cícero!

7 comentários:

Mauro Ferreira disse...

♪ Compositor e poeta nascido em 6 de outubro de 1945, descendente de família piauiense, Antonio Cícero Correira Lima completa hoje 70 anos como um dos letristas mais importantes da música brasileira. E coube a seu atual parceiro na música - o cantor e compositor paraense Arthur Nogueira - festejar os 70 anos de Antonio Cícero com Presente, disco idealizado e assinado por Nogueira com o produtor e músico Arthur Kunz. Com capa assinada por André Vallias, Presente vai ser lançado em 2016 pela gravadora Joia Moderna com repertório que entrelaça regravações dos títulos mais expressivos do cancioneiro musical de Cícero com registros de inéditas parcerias de Arthur com este poeta da canção contemporânea. Mas uma faixa do disco - a regravação de Água perrier (1992), parceria de Cícero com Adriana Calcanhotto, lançada pela artista gaúcha no álbum Senhas (Sony Music, 1992) - já pode ser ouvida a partir de hoje na gravação feita por Nogueira e Kunz com os guitarristas Eristhal Luz e Marcel Barreto (clique aqui para entrar no site que hospeda o fonograma com texto de Nogueira). Como há graça nos clichês, como disse o poeta em verso de Água perrier, cabe ressaltar hoje que Cícero pôs poesia na música brasileira com seus versos de tom cosmopolita, fundamentais para a aura de modernidade que sempre envolveu a música de sua irmã e parceira, Marina Lima. Ouvidos na voz de Marina ao longo dos anos 1980, os versos de Cícero - coloquiais, mas repletos de significados poéticos - foram cantados pelo Brasil naquela década pop. Ainda naquela década em que o país viu a vida melhor no futuro, Cícero compôs com Lulu Santos (O último romântico, hit do cantor carioca em 1984), Frejat (Bagatelas, lançado pelo Barão Vermelho em disco de 1986), Ritchie (Loucura e mágica, música-título do álbum lançado pelo cantor inglês em 1987) e Cláudio Zoli (À francesa, sucesso nacional na voz de Marina em 1989), entre outros parceiros. A partir dos anos 1990, o compositor e poeta firma parcerias com João Bosco (no repertório do álbum Zona de fronteira, lançado por Bosco em 1991 via Sony Music) e com Adriana Calcanhotto (Inverno, além da citada Água perrier), entre outros nomes, sem deixar que sua poesia musicada - ou letras poéticas, já que os versos feitos por Cícero para muitas composições foram criados em razão das músicas - fosse primordialmente associada à obra da irmã Marina Lima. Contudo, como os caminhos de Cícero e Marina já não tem se cruzado na música, inclusive pela distância geográfica (ela migrou para São Paulo e ele continua no Rio de Janeiro), atualmente o parceiro mais frequente de Cícero é Arthur Nogueira, cujo segundo álbum, Sem medo nem esperança (Joia Moderna, 2015) inclui três parcerias com Cícero. A mais conhecida é a música-título Sem medo nem esperança, ode ao carpe diem, lançada em maio deste ano de 2015 pela voz cristalina de Gal Costa em gravação de pegada roqueira. Sem medo nem esperança é o rock que abre o disco e o show Estratosférica, de Gal. Filósofo, autor de três livros (o primeiro, Guardar, saiu em 1997), Cícero chega aos 70 anos com obra relevante e ainda em processo contínuo de criação, já que sempre cabe mais um título neste cancioneiro que contribuiu para a música pop brasileira com versos ora confessionais, ora imagéticos, ora reflexivos, mas sempre contemporâneos, feitos dentro do tempo presente. Versos que soam naturais, integrados com a canção, razão de sua existência. Os compositores abrem seus braços criativos para Antonio Cícero e - deles - o poeta faz um país existencial, mas pop, com suas letras de músicas. Parabéns, Cícero!

Leandro Soares disse...

Mas o reduto de Arthur Nogueira não é São Paulo? Dessa forma, ele pode continuar a parceria com sua irmã se e por causa da distância geográfica. Leandro

Leandro Soares disse...

E viva a poesia pop de Antônio Cícero! Parabéns 😤!

Henrique disse...

Antônio Cícero é grande. Chegando aos 70 pouco depois de sua irmã Marina chegar aos 60. A parceria dos dois é um dos pilares do pop brasileiro, mas a grandeza dele vai além. Vida longa! (Aos dois).

Flavimar Dïniz disse...

A versão de Água Perrier é muito boa, lembra muito as trilhas de filmes nacionais mais recentes. Se o cd vier com essa pegada, vai ser excelente.

ADEMAR AMANCIO disse...

Meus parabéns tardio ao poeta.Teu nome é indissociável ao de Marina Lima.

BIGODE disse...

Acho o Arthur muito talentoso, quando ele lançou o disco esse ano eu critiquei pelo fato de ele escolher single e nome de disco a canção que Gal tinha acabado de gravar

Mas ouvi o trabalho e é fantastico, vou ouvir esse deve ser ótimo tambem