sábado, 19 de dezembro de 2015

Chay Suede escapa da redoma 'teen' e cai no suingue nortista de Aymoréco

Resenha de EP
Título: Aymoréco
Artista: Aymoréco
Gravadora: Chay Suede Produções Artístics Ltda. / Universal Music International
Cotação: * * * 1/2

Quando conquistou o Brasil no ano passado na pele jovem do comendador José Alfredo Medeiros, protagonizando a primeira fase da novela Império (TV Globo, 2014), Chay Suede - nome artístico do ator, cantor e compositor capixaba Roobertchay Domingues da Rocha Filho - já tinha carreira musical, tendo lançado álbum solo de inspiração teen, Chay Suede (Universal Music, 2013), no embalo do sucesso como integrante do grupo adolescente Rebeldes. Aos 23 anos, Chay dá passo decisivo para se escapar da redoma teen com o lançamento do EP Aymoréco, já disponibilizado sem alarde para audição em plataformas digitais como Spotify. Não fosse pelo crédito da empresa de Chay ao fim das quatro músicas do disco, a única forma de identificar a presença do artista em Aymoréco seria pelo reconhecimento do timbre da voz do cantor. Enquanto vestia a pele de Erasmo Carlos na cinebiografia do cantor e compositor carioca, baseada no livro Minha fama de mau (Objetiva, 2009) e com lançamento previsto para 2016, Chay se juntou ao guitarrista e compositor paraense Manoel Cordeiro - veterano da cena musical do Pará - e ao músico e produtor carioca Diogo Strausz para formar o grupo Aymoréco. Além de produzir o disco, Strausz toca baixo na banda que inclui Patrick Laplan (bateria), Tadeu Campany (percussão) e Thomás Jagoda (teclados). Altair Martins (trompete) e Marlon Sette (trombone) sopram os metais. Chay cai no suingue tropical do Aymoréco - cujo som combina levadas do Norte do Brasil com contemporâneos beats eletrônicos nas quatro composições inéditas do EP Aymoréco - e começa a se libertar do estigma de cantor adolescente. Música que abre o disco, É uma cilada ilustra bem a mistura proposta pelo grupo. É como se uma trilha sonora do cineasta italiano Ennio Morricone se fundisse com o som da guitarrada numa aparelhagem de Belém (PA), meca da cena tecnobrega do Pará. A gravação dura quatro minutos e 38 segundos, mas a voz de Chay somente é ouvida - cantando versos em espanhol - quando a faixa já contabiliza dois minutos e 40 segundos. É uma voz abafada pelos beats eletrônicos e pelo toque da guitarra de Manoel Cordeiro que faz Chay Suede soar como Manu Chao - evocação refeita na terceira das quatro músicas do EP Aymoréco, Hipopótamo, de latinidade latente e de grudento refrão pop cantado em espanhol, embora a letra da música seja majoritariamente em português. Caindo sem parar no suingue do Norte do Brasil, Índia Jenifer também se vale de versos em português para traçar o perfil da amazônica personagem-título. Completando o EP, Água de amor jorra sensualidade romântica em clima tecnobrega que remete aos temas abolerados de Dona Onete. É a faixa que tem mais potencial para aproveitar o sex appeal do cantor para angariar fãs para o Aymoréco. Enfim, Chay Suede surpreende positivamente no balanço tropical de Aymoréco, pondo canto ainda juvenil a serviço de suingue de gente grande. Prévia do álbum que vai ser finalizado em 2016 em Los Angeles (EUA), com produção de Mario Caldato, o EP Aymoréco  sinaliza que Chay Suede também pode vir a virar gente grande na música.

5 comentários:

  1. ♪ Quando conquistou o Brasil no ano passado na pele jovem do comendador José Alfredo Medeiros, protagonizando a primeira fase da novela Império (TV Globo, 2014), Chay Suede - nome artístico do ator, cantor e compositor capixaba Roobertchay Domingues da Rocha Filho - já tinha carreira musical, tendo lançado álbum solo de inspiração teen, Chay Suede (Universal Music, 2013), no embalo do sucesso como integrante do grupo adolescente Rebeldes. Aos 23 anos, Chay dá passo decisivo para se escapar da redoma teen com o lançamento do EP Aymoréco, já disponibilizado sem alarde para audição em plataformas digitais como Spotify. Não fosse pelo crédito da empresa de Chay ao fim das quatro músicas do disco, a única forma de identificar a presença do artista em Aymoréco seria pelo reconhecimento do timbre da voz do cantor. Enquanto vestia a pele de Erasmo Carlos na cinebiografia do cantor e compositor carioca, baseada no livro Minha fama de mau (Objetiva, 2009) e com lançamento previsto para 2016, Chay se juntou ao guitarrista e compositor paraense Manoel Cordeiro - veterano ícone da cena musical do Pará - e ao músico e produtor carioca Diogo Strausz para formar o grupo Aymoréco. É caindo no suingue tropical do Aymoréco - grupo cujo som combina levadas do Norte do Brasil com os contemporâneos beats eletrônicos de Strausz nas quatro composições inéditas do EP Aymoréco - que Chay começa a se libertar do estigma de cantor adolescente. Música que abre o disco, É uma cilada ilustra bem a mistura proposta pelo grupo. É como se uma trilha sonora do cineasta italiano Ennio Morricone se fundisse com o som da guitarrada numa aparelhagem de Belém (PA), meca da cena tecnobrega do Pará. A gravação dura quatro minutos e 38 segundos, mas a voz de Chay somente é ouvida - cantando versos em espanhol - quando a faixa já contabiliza dois minutos e 40 segundos. É uma voz abafada pelos beats eletrônicos e pelo toque da guitarra de Manoel Cordeiro que faz Chay Suede soar como Manu Chao - evocação refeita na terceira das quatro músicas do EP Aymoréco, Hipopótamo, de latinidade latente e de grudento refrão pop cantado em espanhol, embora a letra da música seja majoritariamente em português. Caindo sem parar no suingue do Norte do Brasil, Índia Jenifer também se vale de versos em português para traçar o perfil da amazônica personagem-título. Completando o EP, Água de amor jorra sensualidade romântica em clima tecnobrega que remete aos temas abolerados de Dona Onete. É a faixa que tem mais potencial para aproveitar o sex appeal do cantor para angariar fãs para o Aymoréco. Enfim, Chay Suede surpreende positivamente no balanço tropical de Aymoréco, pondo canto ainda juvenil a serviço de suingue de gente grande. Prévia do álbum que vai ser finalizado em 2016 em Los Angeles (EUA), com produção de Mario Caldato, o EP Aymoréco sinaliza que Chay Suede também pode vir a virar gente grande na música.

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  2. O Mauro dá moral pra música do Chay porque ele é galã bonitão de novela...

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  3. Sempre gostei do Chay. Acho ele um ótimo ator. O descobri em Babilônica e estou ansioso para ouvir esse EP. Pois diferentemente do brasileiros, adoro música latina e do pará. Com Manoel e Strauz, só poderia vir coisa boa por aí.

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  4. Chay foi um bom candidato do Ídolos, tinha um repertório digamos, diferenciado. Ter feito Rebelde (e por consequência ter gravado o disco teen) foi uma questão de oportunidade. Faz tempo que não o ouço cantar, mas como ator eu achei acima da média; a impressão que eu tenho é que ser bonito e ter talento são coisas que não podem coexistir num artista. E se for filho de artista consagrado então...

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  5. Comecei a ouvir o disco na Deezer e curti de cara. Ao pesquisar descobri que era do Chay Suede e até pensei em desgostar... Mas já curti, vou assumir rs

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