domingo, 27 de dezembro de 2015

Registro do show de Caetano com Gil captura (toda) a irmandade dos artistas

Resenha de CD e DVD
Título: Dois amigos, um século de música / Multishow ao vivo
Artistas: Caetano Veloso e Gilberto Gil
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * * *

 Feita na cidade de São Paulo (SP), a gravação ao vivo do show que reuniu Caetano Veloso e Gilberto Gil - em turnê internacional iniciada em junho deste ano de 2015 que vai se estender por 2016 - captura com precisão a irmandade que tem regido o reencontro no palco dos cantores, compositores e músicos baianos (clique aqui para ler ou reler a resenha detalhada do show ora perpetuado em CD ao vivo e DVD). O show Dois amigos, um século de música é luxo só! Nem a desatenção da gravadora Sony Music na edição do CD duplo e do DVD ao creditar erroneamente no encarte o samba É luxo só (Ary Barroso e Luiz Peixoto, 1957) - trocando o nome de Ary Barroso (1903 - 1964) pelo da cantora Inezita Barroso (1925 - 2015) - tira do produto o caráter antológico e até mesmo histórico. Estão ali, juntos, dois dos compositores mais relevantes da música brasileira pós-Bossa Nova. Nada importa que o toque do violão de Gil contenha mais ritmo e musicalidade do que o violão meramente eficaz de Caetano. Também nada importa que a voz rouca de Gil soe mais desgastada pelos efeitos do tempo rei do que a voz de Caetano (ainda que a voz de Gil mantenha todo o poder de expressão). No palco, os amigos de fé - irmãos na camaradagem que vigora desde a primeira metade da década de 1960 - estão em pé de igualdade, harmonizados pelas grandezas das obras que construíram ao longo de 50 e poucos anos. Unidos por amizade sincera que nunca os separou de fato, ainda que ambos tenham seguido trajetórias distintas e paralelas nos cursos da vida e da música, com eventuais reencontros como o que gerou o álbum Tropicália 2 (Philips, 1993). Dois amigos, um século de música se engrandece na soma destes dois gigantes da MPB que, aos 73 anos, mostram vitalidade jovial quando estão em cena. A movimentação ágil do público brasileiro para adquirir ingresso para os shows da turnê - que aportou no Brasil em agosto, no exato momento em que o inédito samba As camélias do quilombo do Leblon entrou no roteiro - sinalizou que o país esteve atento ao simbolismo do reencontro. Primeira parceria de Caetano e Gil desde 1993, As camélias do quilombo do Leblon figura evidentemente entre as 29 músicas registradas no CD e DVD Dois amigos, um século de música / Multishow ao vivo. Mesmo que o samba inédito seja eclipsado no roteiro por músicas antigas de inspiração sublime, a presença dele no repertório simboliza pulsão de vida de dois artistas que, afinal, nunca pararam de criar. Caetano explicita o jorro contínuo da criação na conexão com músicos jovens. Contudo, ao se debruçar recentemente sobre o repertório de João Gilberto, mestre de ambos, Gil mostrou que o pulso musical ainda pulsa com força. Enfim, tudo já foi dito sobre Dois amigos, um século de música. Com o registro do show para posteridade, caberá ao tempo rei dimensionar a importância musical e histórica do reencontro perpetuado em CD e em DVD que - lapso de edição à parte! - são luxo só.

16 comentários:

  1. ♪ Feita na cidade de São Paulo (SP), a gravação ao vivo do show que reuniu Caetano Veloso e Gilberto Gil - em turnê internacional iniciada em junho deste ano de 2015 que vai se estender por 2016 - captura com precisão a irmandade que tem regido o reencontro no palco dos cantores, compositores e músicos baianos (clique aqui para ler ou reler a resenha detalhada do show ora perpetuado em CD ao vivo e DVD). O show Dois amigos, um século de música é luxo só! Nem a desatenção da gravadora Sony Music na edição do CD duplo e do DVD ao creditar erroneamente no encarte o samba É luxo só (Ary Barroso e Luiz Peixoto, 1957) - trocando o nome de Ary Barroso (1903 - 1964) pelo da cantora Inezita Barroso (1925 - 2015) - tira do produto o caráter antológico e até mesmo histórico. Estão ali, juntos, dois dos compositores mais relevantes da música brasileira pós-Bossa Nova. Nada importa que o toque do violão de Gil contenha mais ritmo e musicalidade do que o violão meramente eficaz de Caetano. Também nada importa que a voz rouca de Gil soe mais desgastada pelos efeitos do tempo rei do que a voz de Caetano (ainda que a voz de Gil mantenha todo o poder de expressão). No palco, os amigos de fé - irmãos na camaradagem que vigora desde a primeira metade da década de 1960 - estão em pé de igualdade, harmonizados pelas grandezas das obras que construíram ao longo de 50 e poucos anos. Unidos por amizade sincera que nunca os separou de fato, ainda que ambos tenham seguido trajetórias distintas e paralelas nos cursos da vida e da música, com eventuais reencontros como o que gerou o álbum Tropicália 2 (Philips, 1993). Dois amigos, um século de música se engrandece na soma destes dois gigantes da MPB que, aos 73 anos, mostram vitalidade jovial quando estão em cena. A movimentação ágil do público brasileiro para adquirir ingresso para os shows da turnê - que aportou no Brasil em agosto, no exato momento em que o inédito samba As camélias do quilombo do Leblon entrou no roteiro - sinalizou que o país esteve atento ao simbolismo do reencontro. Primeira parceria de Caetano e Gil desde 1993, As camélias do quilombo do Leblon figura evidentemente entre as 29 músicas registradas no CD e DVD Dois amigos, um século de música / Multishow ao vivo. Mesmo que o samba inédito seja eclipsado no roteiro por músicas antigas de inspiração sublime, a presença dele no repertório simboliza pulsão de vida de dois artistas que, afinal, nunca pararam de criar. Caetano explicita o jorro contínuo da criação na conexão com músicos jovens. Contudo, ao se debruçar recentemente sobre o repertório de João Gilberto, mestre de ambos, Gil mostrou que o pulso musical ainda pulsa com força. Enfim, tudo já foi dito sobre Dois amigos, um século de música. Com o registro do show para posteridade, caberá ao tempo rei dimensionar a importância musical e histórica do reencontro perpetuado em CD e em DVD que - lapso de edição à parte! - são luxo só.

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  2. Confundir Ary Barroso com Inezita parece piada.Só rindo.

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  3. Ainda penso na lacuna que existe na MPB pela falta de um registro deste quilate feito por GAl e Bethânia... Uma làstima! E uma atitude anti comercial.

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  4. O que está acontecendo com a Sony e a Universal ? Tanto descuido na revisão gráfica dos últimos lançamentos ( box Djavan, box Rita Lee... ), só tem um nome : desrespeito ao consumidor.

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  5. Nelson, nada sei por ora em relação à edição de blu-ray com a gravação ao vivo. Como o formato ainda não pegou no Brasil, acredito que não saia. Abs, MauroF

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  6. O show é bom, mas não é tudo isso não... Nem de longe o acho merecedor de 5 estrelas... Ficou muita música boa de fora...

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  7. Mauro meu caro parabéns pelo blog !!! Desde já desejo um excelente fim de ano e um 2016 repleto de musica, informação, cultura, e outras coisas boas!!! Por falar em Caetano e Gil, gostaria de saber o que você achou do show de Ivete cantando Gil e Caê, em prol do Hospital Martagão Gesteira em Salvador? Meu caro, não gosto de comparações, mas diante do excelente show que se tornou DVD de Margareth Menezes Para Gil e Caetano que na minha opinião deve está entre os melhores álbuns lançados em 2015, Achei que Ivete deixou a desejar, nunca vi Ivete tão insegura, rasa nas interpretações, entrando nas canções na hora errada, atravessando a orquestra, errando demasiada mete as letras das músicas, visivelmente perdida e mal ensaiada, uma pena pois é uma boa cantora e estava muito bem acompanhada da Orquestra Juvenil da Bahia (NEOJIBA)!!!!Lembrando que a baiana fez um especial que virou DVD ao lado deles dois!!! Espero ao menos se possível um comentário seu sobre o show !!! Um Abraço !!! Bom Ano para todos !!!!

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  8. Mauro meu caro parabéns pelo blog !!! Desde já desejo um excelente fim de ano e um 2016 repleto de musica, informação, cultura, e outras coisas boas!!! Por falar em Caetano e Gil, gostaria de saber o que você achou do show de Ivete cantando Gil e Caê, em prol do Hospital Martagão Gesteira em Salvador? Meu caro, não gosto de comparações, mas diante do excelente show que se tornou DVD de Margareth Menezes Para Gil e Caetano que na minha opinião deve está entre os melhores álbuns lançados em 2015, Achei que Ivete deixou a desejar, nunca vi Ivete tão insegura, rasa nas interpretações, entrando nas canções na hora errada, atravessando a orquestra, errando demasiada mete as letras das músicas, visivelmente perdida e mal ensaiada, uma pena pois é uma boa cantora e estava muito bem acompanhada da Orquestra Juvenil da Bahia (NEOJIBA)!!!!Lembrando que a baiana fez um especial que virou DVD ao lado deles dois!!! Espero ao menos se possível um comentário seu sobre o show !!! Um Abraço !!! Bom Ano para todos !!!!

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  9. que sorte viver na mesma época de Gil e Caetano!

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  10. Sou doido pelos dois, mas o show e os produtos lançados são absolutamente dispensáveis, nada acrescentando às obras dos dois ou aos ouvidos dos fãs. Até o mesmo show que fizeram há 25 anos (Tropicália Duo) era mais interessante e bonito que a versão para os 50 anos.

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  11. David, resenho apenas os shows a que assisto. Sequer sabia desse show com Ivete e Caetano. Abs, feliz 2016, MauroF

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  12. Caetano e Gil são sempre maravilhosos. O dvd está ótimo, faltaram algumas músicas mas vale a pena assistir.

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  13. Não vi o show ao vivo. Pela TV, achei bem bonito e uma boa comemoração, mas nada excepcional.

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  14. O show é sensacional e o dvd idem. Senti falta apenas de material extra. Poderiam ter incluído como bônus "O Leãozinho" e "Aquele Abraço", bem como filmagens da tour na Europa ou mesmo alguma entrevista com eles...

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  15. Qual é o caso que essas gravadoras não conseguem fazer um lançamento sem esse tipo de erro besta? No mínimo vão dizer que é culpa do estagiário....

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