Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

RETROSPECTIVA 2015 – Notas Musicais escolhe os melhores discos do ano

RETROSPECTIVA 2015 – Sim, foi um ano de grandes discos. Os 13 títulos apresentados por Notas Musicais como os melhores de 2015 são os discos que receberam a cotação máxima de cinco estrelas ao serem resenhados no blog. A lista inclui 12 álbuns e um EP lançado pelo grupo Metá Metá. São 13 discos - e não 10 ou 20, números mais comuns em listas do gênero - porque os 13 obtiveram a mesma cotação máxima e não seria justo eliminar três somente para chegar a uma seleção redonda de dez títulos. A relação dos 13 discos expõe a independência de Notas Musicais na análise de álbuns e EPs, sejam eles de artistas do mainstream ou de uma cena independente ouvida somente em nichos específicos. Não importou se o disco vendeu bem, se foi comentado nas redes sociais ou se foi envolvido em aura hype. O único critério levado em consideração foi a qualidade do disco na avaliação de Notas Musicais. Eis - em ordem alfabética - os (13) melhores discos de 2015:

A mulher do fim do mundo (Circus) – Elza Soares
– O disco do ano! Aos 85 anos, a cantora carioca se revigorou ao se juntar à turma noise de SP 

 Antes do mundo acabar (Biscoito Fino) – Zélia Duncan
– No fundo sempre mutante, a artista abriu alas ao se transformar em bamba do samba do Rio

 Carbono (Universal Music) – Lenine
– Em perfeita alquimia com parceiros e músicos, artista atingiu a batida perfeita em CD denso

 Dois amigos, um século de música (Sony Music) – Caetano Veloso e Gilberto Gil
– O registro ao vivo do show capturou a cumplicidade e a irmandade dos dois gênios da MPB

 Don Don – Danilo Caymmi canta Dorival (Maravilha 8) – Danilo Caymmi
– Com os toques de Bruno Di Lullo e Domenico Lancellotti, Danilo cantou Dorival com frescor

 É (Independente) – Duda Brack
– Cantora mostrou atitude, personalidade e voz em disco (in)tenso produzido por Bruno Giorgi

 Estratosférica (Sony Music) – Gal Costa
– Vinda de belo recanto escuro, a cantora brilhou ao dar voz a repertório de tons mais claros

 LOV (Independente) – Toni Platão
– Produzido por Berna Ceppas, o cantor carioca se elevou em CD quente de canções de amor

 Mama Kalunga (Casa de Fulô) – Virgínia Rodrigues
– Em conexão com a mãe África, a cantora baiana reacendeu o fogo sagrado de canto sublime

 Metá Metá EP (Independente) – Metá Metá
– O grupo paulistano se reencontrou no tempo hard de EP que ficou entre o punk e o samba

 Multiplicar-se única – Canções de Tom Zé (Canto Discos / Tratore) – Regina Machado
– A cantora somou à obra do tropicalista baiano em disco (bem!) produzido por Dante Ozzetti

 Pancadélico (Sony Music) – Jota Quest
– O grupo acertou novamente o tom do baile pop black em produção liderada por Jerry Barnes

 Uma temporada fora de mim (Deck) – Hélio Flanders
– No (com)passo da paixão, o vocalista do Vanguart alçou alto voo solo em álbum belo e doído

11 comentários:

Mauro Ferreira disse...

♪ RETROSPECTIVA 2015 – Sim, foi um ano de grandes discos. Os 13 títulos apresentados por Notas Musicais como os melhores de 2015 são os discos que receberam a cotação máxima de cinco estrelas ao serem resenhados no blog. A lista inclui 12 álbuns e um EP lançado pelo grupo Metá Metá. São 13 discos - e não 10 ou 20, números mais comuns em listas do gênero - porque os 13 obtiveram a mesma cotação máxima e não seria justo eliminar três somente para chegar a uma seleção redonda de dez títulos. A relação dos 13 discos expõe a independência de Notas Musicais na análise de álbuns e EPs, sejam eles de artistas do mainstream ou de uma cena independente ouvida somente em nichos específicos. Não importou se o disco vendeu bem, se foi comentado nas redes sociais ou se foi envolvido em aura hype. O único critério levado em consideração foi a qualidade do disco na avaliação de Notas Musicais. Eis - em ordem alfabética - os (13) melhores discos de 2015:

♪ A mulher do fim do mundo (Circus) – Elza Soares
– O disco do ano! Aos 85 anos, a cantora carioca se revigorou ao se juntar à turma noise de SP

♪ Antes do mundo acabar (Biscoito Fino) – Zélia Duncan
– No fundo sempre mutante, a artista abriu alas ao se transformar em bamba do samba do Rio

♪ Carbono (Universal Music) – Lenine
– Em perfeita alquimia com parceiros e músicos, artista atingiu a batida perfeita em CD denso

♪ Dois amigos, um século de música (Sony Music) – Caetano Veloso e Gilberto Gil
– O registro ao vivo do show capturou a cumplicidade e a irmandade dos dois gênios da MPB

♪ Don Don – Danilo Caymmi canta Dorival (Maravilha 8) – Danilo Caymmi
– Com os toques de Bruno Di Lullo e Domenico Lancellotti, Danilo cantou Dorival com frescor

♪ É (Independente) – Duda Brack
– Cantora mostrou atitude, personalidade e voz em disco (in)tenso produzido por Bruno Giorgi

♪ Estratosférica (Sony Music) – Gal Costa
– Vinda de belo recanto escuro, a cantora brilhou ao dar voz a repertório de tons mais claros

♪ LOV (Independente) – Toni Platão
– Produzido por Berna Ceppas, o cantor carioca se elevou em CD quente de canções de amor

♪ Mama Kalunga (Casa de Fulô) – Virgínia Rodrigues
– Em conexão com a mãe África, a cantora baiana reacendeu o fogo sagrado de canto sublime

♪ Metá Metá EP (Independente) – Metá Metá
– O grupo paulistano se reencontrou no tempo hard de EP que ficou entre o punk e o samba

♪ Multiplicar-se única – Canções de Tom Zé (Canto Discos / Tratore) – Regina Machado
– A cantora somou à obra do tropicalista baiano em disco (bem!) produzido por Dante Ozzetti

♪ Pancadélico (Sony Music) – Jota Quest
– O grupo acertou novamente o tom do baile pop black em produção liderada por Jerry Barnes

♪ Uma temporada fora de mim (Deck) – Hélio Flanders
– No (com)passo da paixão, o vocalista do Vanguart alçou alto voo solo em álbum belo e doído

PEDRO BRANDÃO disse...

Mauro. Porque a resistência com o Álbum de Johnny Hooker que apesar de ter sido um projeto que enferveceu a cena musical alternativa não ganhou, sequer, uma notinha no seu blog? Gosto muito do seu site mas ver Anitta sendo resenhada aqui e não ver Johnny é algo que me causa aflição.

Mauro Ferreira disse...

Pedro, feliz 2016! Lamento se uma resenha de Anitta lhe causa aflição. Quanto ao Johnny Hooker, nunca houve resistência contra ele ou contra qualquer outro artista. Para desespero de alguns, Notas Musicais fala tanto de Chico Buarque quanto de Luan Santana - como está explicitado no texto que apresenta o blog. O que ocorreu, no caso do Johnny, é que ninguém da produção ou assessoria do artista entrou em contato comigo para falar sobre o disco dele, oferecendo um link para baixar o disco ou solicitando endereço para o envio do álbum. Eu sou jornalista profissional especializado em música há 29 anos. Há os que me leem somente aqui pelo Notas Musicais, mas mantenho coluna semanal sobre discos no jornal carioca 'O Dia' e faço resenhas para a 'Rolling Stone' desde 2007. Salvo casos especiais, são os discos que veem a mim através dos artistas e/ou de seus produtores ou assessores. Até porque não dou conta de ouvir nem os que recebo. Enfim, é isso. Eu me estendi nesta explicação porque ela vale para qualquer artista. Abs, MauroF

Francisco M. Frota disse...

Achei lindo o cd "Silencia" da Ceumar. Lançado no ano de 2015, foi o cd que matou a minha fome de música. Abraços.

PEDRO BRANDÃO disse...

Entendi, Mauro. E fico aliviado com sua resposta. Eu não sabia que sua crítica acerca dos álbuns estavam a mercê de um contato prévio da produção do artista. Sabia da sua atuação profissional mais achava que você que fazia as buscas pelo que estava sendo produzido no cenário musical. Como gosto muito do seu trabalho, fiquei curioso para ver uma crítica sua sobre o álbum de Hooker e por isso ficava sempre aflito em não encontrar nada sobre o álbum no Notas Musicais. Não sou do público que não gosta que o Notas fale sobre trabalhos de diversos gêneros musicais. Inclusive, simpatizo muito com o trabalho da Anitta, a título de exemplo. A comparação que fiz foi característica de um fã enciumado rsrsrsrs. No mais, muito obrigado pela atenção. Grande abraço.

Rafael disse...

Não escutei ainda alguns dos discos da lista dos melhores do ano, mas com certeza na minha lista entra o novo disco da Leny Andrade, o "Alegria de Viver" (disco primoroso e revigorante que não entrou na lista do Mauro) e o disco "Antes do Mundo Acabar", da Zélia Duncan, disco esse não botava fé antes do lançamento, mas que enfim veio e se superou.

Anônimo disse...

Caro Mauro, acompanho o "Notas Musicais" com carinho. Mas a expressão "... salvo casos especiais, são os discos que veem a mim através dos artistas e/ou de seus produtores ou assessores" pode causar algum mal-entendido. Cara, se a crítica musical brasileira se limitar ao material enviado por artistas, produtores e assessores, adeus cultura nacional. Um crítico musical do seu quilate não deveria aceitar esse tipo de limitação. Não quero "ensinar o padre a rezar missa" mas, convenhamos, o papel de um crítico musical vai muito além de um simples resenhista. Vocês são verdadeiros filtros de(a) arte. Por meio do trabalho de vocês obras anônimas excelentes recebem o seu devido valor e obras famosas ruins são alocadas em merecido ostracismo. Fora o fato de que a resenha é uma faca de dois gumes: se a crítica é ruim e o álbum vende/toca muito, o crítico pode parecer um deslocado da opinião pública. Se acontece o inverso, o efeito é o mesmo. E os produtores podem manipular esse aspecto para descredenciar bons críticos e alavancar produtos ruins. Portanto, em tempos de internet, o poder de seleção tem que ficar nas mãos do crítico, e não das estruturas do mainstream/indie. Grande abraço e que você continue em 2016 com suas ótimas avaliações.

Dona Emengarda disse...

Onde é que o "Até porque não dou conta de ouvir nem os que recebo" não foi entendido?
O cara é crítico, não mágico!

Francisco M. Frota disse...

Gostaria de saber, na opinião do blog, quais foram os piores de 2015. Abraços.

Odimar disse...

Lamento não ter havido referência ao disco "Canela" do Maogani + Renato Braz. Pra mim o melhor disco do ano. Alguns eu gostei muito como o disco do Hélio Flandres ou da Gal Costa, mas Só ele nunca parei de ouvir. Pra mim isso é um bom disco, delicadeza, boa escolha de repertório e excelentes interpretações. Renato superou até mesmo Omara Portuondp em Adiós felicidad.

Unknown disse...

Citaria "Vinil virtual",do um lindo disco,cheio de reflexões poéticas e letras que mexe com questionamentos.